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sábado, 28 de setembro de 2013

Tudo pelo emprego

O desemprego caiu. O resultado
primário também.
Veja só que o governo federal anunciou seu superávit primário de R$ 87 milhões. O pior resultado para o mês de agosto de toda a série histórica do indicador.
Considerado o mês anterior, a queda é de 97,7%. Considerado todo o ano de 201,3 o resultado acumulado é de R$ 38,473 bilhões. Trata-se de uma redução de 28,2% em relação a período do ano anterior.
O superávit primário agora representa vergonhosos 1,23% do PIB brasileiro.
A política fiscal permanece com seu viés anticíclico, levando o desemprego a declinar outra vez. Tudo muito imprudente, tendo em conta que o mercado de trabalho permanece apertado e os ganhos da renda do trabalhador sofrem reduções sucessivas.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Os alquimistas estão voltando

Uma nova temporada de caça
Enquanto os jornais falam de investidores desanimados com o Brasil, e imaginam o fracasso das concessões, meu amigo Décio Pecequilo fez mais uma de suas incursões investigativas nos números da Bovespa.
Vejam o que o Décio descobriu!

Apesar, das decisões sobre IED serem diferentes das decisões sobre aplicações financeiras, é melhor ajustarmos nossas expectativas em relação à presença de capitais estrangeiros no desenvolvimento nacional.
Parabéns Décio.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

A Europa sobe na sua gangorra

A Zona do Euro vê alguma luz
no fim do túnel
O índice de gerentes de compras composto (PMI) da Alemanha veio com nova alta. Agora, em setembro, subiu mais 0,3 em relação a agosto, atingindo 53,8 pontos.
Mas a grata surpresa veio da França, onde esse mesmo indicador comemorava um ano e meio abaixo dos 50 pontos, limite que separa a expansão da contração. Em setembro, o PMI composto francês chegou aos 50,2 pontos.
Por fim, a Zona do Euro também evoluiu, sinalizando um período de recuperação econômica lento, mas longo. Seu PMI composto atingiu 52,1 em setembro, contra 51,5 pontos em agosto.
A recuperação europeia, se confirmada, trará novo alento ao PIB mundial e ao comércio internacional.

Os Estados Unidos na gangorra

Ainda não existem convicções
definitivas: esse é o recado.
Nos Estados Unidos a prévia do índice de gerente de compras industrial (PMI) mostrou recuo.
Em agosgo o índice havia alcançando 53,1 pontos e isso fez o mundo pensar em uma ação mais forte do Fed. Ainda bem que o Fed teve juízo. Esse mês de setembro a leitura preliminar fala do PMI da indústria fala em 52,8 pontos.
Nessa gangorra, o índice de atividade nacional do mês de agosto, do FED de Chicago, subiu. Em julho ele era negativo e estava em -0,43. Em agosto, mostrou-se em alta, atingindo  0,14, no confortável território dos números positivos, depois de 5 meses no negativo.
As expectativas de redução do programa de aquisição de títulos por parte do Banco Central do país estão desfeitas para o curto prazo.

sábado, 21 de setembro de 2013

Foi. E voltou.

Caminho de volta
O Fed já não está tão animado com a economia norte-americana, embora tenha semeado incertezas no mercado de divisas em todo o mundo, com sua precipitação ao avaliar o vigor da economia dos Estados Unidos.
Com isso, o dólar que havia iniciado um processo de valorização acelerado e provocado uma fuga de capitais dos países emergentes, agora começa a se desvalorizar e inicia seu caminho de volta.
Vamos aguardar para conhecer a extensão e a velocidade desse regresso. É certo que isso ajudará no combate à inflação dos importados, retardando ou diminuindo os eventuais repasses aos preços dos produtos finais. Como se sabe, o real foi a moeda que mais se valorizou frente ao dólar no mês de setembro. Nada menos que 5,21% de valorização.

A notícia é boa. Mas não deve iludir.

A geração líquida de empregos jcontinua bem abaixo das 200mil vagas
Segundo o CAGED, agosto foi um mês de crescimento. A criação de empregos formais (carteira assinada) apresentou saldo líquido de 127.648 postos de trabalho. Isso significa 26,4% a mais que o número de vagas criadas em agosto de 2012.
O mercado de trabalho continua apertado. Entretanto, já não tem mais o mesmo vigor em função do baixo nível de investimento na economia nacional.
As concessões podem ajudar na recuperação do ritmo anterior.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Uma lição e tanto vinda da China

A China mostra o papel do governo
nas exportações
Não faça das Zonas de Livre Comércio um incentivo para regiões de baixo potencial de negócios. Melhor será transformá-las em instrumentos eficientes para a expansão das exportações de produtos de maior valor agregado.
A China já procedeu à definição da data de implantação da zona de livre comércio de Shanghai: 1º de outubro desse ano.
Shanghai pode ser considerado o olho do furacão do comércio internacional chinês, ao contrário das regiões escolhidas para sediar empreendimentos dessa natureza, no Brasil.
Para ampliar a proposta exportadora chinesa, o Partido Comunista resolveu proceder às reformas estruturais e a produzir condições ainda mais favoráveis para atrair o capital estrangeiro, disposto a investir em serviços de comércio exterior nesse empreendimento.
Ademais, outros instrumentos do capitalismo moderno estão previstos, como, por exemplo, da conta capital. Que tal algo nessa direção para o comércio brasileiro?

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sob controle, mas em estado de alerta

Inflação, sempre um problema difícil
O IGP-10 mostra alta de 1,05% no mês de setembro. Em agosto, o avanço havia sido de modestos 0,15%. Não há dúvida que a pressão inflacionária voltou. Também se imagina que, em algum instante, a inflação deve até ganhar mais força. Afinal, os preços administrados estão muito represados.
Confirmando esse cenário para os preços, o IPC-S da Fundação Getúlio Vargas, na segunda quadrissemana de setembro, com alta de 0,27%. Na primeira quadrissemana, a alta já tinha atingido os 0,25%.
Vale o alerta, mas não há razões para sobressaltos. Embora em crescimento, a inflação está longe de fugir ao controle da autoridade monetária.

Europeus confiantes

Havia muito tempo que não se via tanta confiança na Europa
Foram poucos e consistentes os sinais de recuperação na União Europeia. Poucos, sim. Mas suficientes para mexer com o ânimo do mercado.
Essa semana, tivemos a publicação do indicador ZEW, que mede o sentimento econômico entre empresários da Zona do Euro. O indicador cresceu dos 44 pontos no final de agosto, para 58,6 pontos no início de setembro.
O destaque esteve com a Alemanha, onde o indicador apresentou evolução surpreendente, saindo dos 42 e alcançando os 49,6 pontos. Por outro lado, os maiores crescimentos se deram em setores exportadores, levando à conclusão que as reações das economias chinesa e norte-americana influenciaram decisivamente as expectativas para esse final de ano.
Também é de se considerar que, à medida que o dólar se valoriza frente às demais moedas, as exportações europeia ganham maior competitividade.

sábado, 14 de setembro de 2013

Água na fervura

O IBC- Br de julho mostra recuo
Trata-se do índice mensal do Bacen que afere o ritmo da atividade econômica e que se presta a antecipar, como medida antecedente, o PIB de determinado período, conhecido por IBC- Br. Veio, em julho, em queda de 0,33%, em relação a junho. Não é de surpreender, afinal o mês de julho foi realmente muito ruim. Marcado por eventos internacionais negativos à economia brasileira e com fortes movimentos de rua por todo o país. Esses movimentos semearam dúvidas sobre a governabilidade em diversos estados e, pior, enfraqueceram o próprio governo central.
Olhando em prazo mais longo, o IBC-Br apresenta alta de 3,38% nos últimos 12 meses.
Portanto, nada aponta ainda para um arrefecimento da atividade econômica. Ao contrário, agosto parece ter sido mês de aumento de atividade e, possivelmente, setembro trará notíciais ainda melhores. Tudo a conferir, naturalmente.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

OSUSP na festa da primavera

Um espetáculo grandioso
As apresentações da OSUSP são sempre imperdíveis.
Dessa vez, comemora-se a chegada da primavera.
Eu recomendo.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O liberalismo parece vencer outra vez

A Europa mais liberal evolui bem
Enquanto, na França, o setor privado mostra recuo de 0,2% no emprego do segundo trimestre, em relação ao primeiro, o Reino Unido aponta queda no desemprego. A queda não é grande, mas traz o desemprego de 7,8% de abril a junho, para 7,7% de maio a julho. As projeções oficiais falam em quedas dessa magnitude ao longo do resto de 2013 e de 2014.
Na Alemanha, a inflação permanece estável em agosto. A alta de preços nos últimos 12 meses foi de apenas 1,5%, embora o país viva um processo de recuperação mais intenso nesses últimos meses.
Não há dúvida, na história econômica, sobre a crueldade da doutrina liberal. Mas ela mostra-se eficiente, ao delegar ao mercado a função de punir os que ousam desafiá-la. Nisso, não poupa sequer os segmentos mais vulneráveis da sociedade que, via de regra, são os que pagam as faturas dos acertos institucionais.

Menos

Nos Estados Unidos, a evolução é positiva.
Mas não pode ser amplificada.
Os Estados Unidos vinham apresentando indicadores de expansão de sua economia e embalando sonhos de recuperação mais intensa. Os últimos dados, entretanto, dão conta de um crescimento menor.
Nesses últimos dias, os resultados anunciados sobre a criação de novos postos de trabalho ficou abaixo das previsões do mercado e, mais recentemente as, vendas e os estoques no atacado apontam para a estabilidade, com uma variação positiva de apenas 0,1%. As expectativas eram de altas de 0,5% e 0,3%, respectivamente.
Inicialmente, cogitou-se que esses dados estivessem apenas refletindo as preocupações com eventual envolvimento do país no conflito armado com a Síria.
Fossse isso, as vendas poderiam ter caído, mas o esperado seria ver os estoques no atacado crescerem mais fortemente. Afinal, seria previsível haver desabastecimento, pelo menos temporário, em alguns canais de distribuição, pela mudança da matriz industrial que as guerras costumam exigir.
Penso ser mais razoável admitir que, de fato, a recuperação norte-americana “não esteja com essa bola toda”.

Tudo de bom

A Ásia cresce
A China surpreende de novo com um crescimento de sua receita fiscal de 9,2% no mês de agosto, em relação a agosto de 2012. Esse resultado da arrecadação foi entendido como um sinal a mais de vitalidade da recuperação chinesa. Como se sabe, o crescimento chinês embute grandes oportunidades para as commodities brasileiras.
No Japão, o índice que mede a confiança entre os empresários apontou crescimento de 6,10 pontos, no terceiro trimestre desse ano, refletindo a aprovação generalizada que o Plano do ministro Abe, conhecido como Abenomics, vem alcançando entre os agentes econômicos do país.
Agora, espera-se pela ampliação dos investimentos privados e pelo aumento de emprego e renda do país. Estariamos assistindo ao fim do longo período de retração de sua economia e ao aparecimento de  nova fronteira de expansão do comércio mundial.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Deus é brasileiro. E mora na zona rural.

Ventos favoráveis para agricultura brasileira
A China está em pleno início de sua retomada econômica. Pelo menos é o que dizem os dados referentes a agosto. O governo de Pequim comprometeu-se com uma expansão de 7,5% de seu PIB, ainda em 2013. Deu liquidez aos mercados e anunciou medidas de incentivo às empresas de menor porte, inclusive reduzindo a carga tributária incidente sobre elas. Em agosto, o setor industrial cresceu 10,4%, respondendo além do esperado. O PMI voltou a ficar acima dos 50 pontos. Analistas já apostam em crescimento superior a 7,5% para o segundo trimestre, face ao mesmo período do ano anterior.
No mesmo sentido, a exportação chinesa surpreendeu a todos, produzindo uma balança comercial superavitária. Isso se refletiu imediatamente nas perspectivas de crescimento das exportações brasileiras para a China e iniciou uma valorização do real frente ao dólar, ao mesmo tempo em que deu impulso aos preços das commodities brasileiras.
Por outro lado, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos dá conta de mais uma redução na produção do milho e da soja naquele país. Trata-se de uma seca severa que atingiu o país próximo à colheita desse ano agrícola. Pior, foi efeito sobre a soja que estava em momento avançado de sua floração e da formação dos grãos. Isso, se confirmado, seria fatal para a produção norte-americana e se constituiria em nova pressão de alta sobre essas commodities.
A produção brasileira, segundo as estimativas, bateria mais um recorde de produção na safra 2013/2014 e com os preços em alta.
Não haveria como negar: Deus é brasileiro e mora na zona rural.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Inflação persistentemente elevada

A tendência de queda da inflação acumulada em 12 meses não contribui para um choque favorável de confiança
Autor: Roberto Padovani
Economista Chefe da Votorantim, Corretora
A inflação acumulada em 12 meses deverá continuar em queda. A despeito do forte movimento cambial registrado ao longo dos últimos meses e da expectativa de alta da inflação mensal a partir de agora, estamos mantendo o cenário em que o IPCA sustente a atual trajetória de queda. Além de efeitos estatísticos de curto prazo, dados pela incorporação de taxas mensais de inflação menores com relação ao ano passado, a queda da inflação de produtos comercializáveis e não comercializáveis contribui para a continuidade da convergência da inflação.
Efeito estatístico favorável em 2013. Em um primeiro momento, há um efeito estatístico importante, gerado por uma base elevada no segundo semestre de 2012. Neste ano, a desvalorização da moeda não está sendo acompanhada por uma alta simultânea nos preços de commodities, como observado em 2012. Neste caso, a pressão cambial recente, mesmo sendo maior que a do ano passado, tende a produzir efeitos inflacionários mais modestos.
Desaceleração cíclica em comercializáveis. Nos próximos meses, as menores pressões de preços de alimentos e a hipótese de apreciação cambial considerada em nosso cenário permitem um recuo da inflação de comercializáveis, saindo de um patamar de 5,7% neste ano para algo mais próximo a 4,5% em 2014 (Figura 1).
Repasse cambial moderado. Estimamos que uma desvalorização média próxima a 6%, que considera nosso cenário de câmbio em 2,20 ao final do ano, possa gerar um aumento moderado do IPCA neste ano, insuficiente para colocar a inflação acima de 6,0% em 2013.
Mercado de trabalho reduz pressão em não comercializáveis. Os preços de bens não comercializáveis deverão recuar, dado o esfriamento em curso do mercado de trabalho. Estimamos que a taxa de desemprego média se eleve de 5,7% neste ano para 6,8% em 2014. Em conjunto com um menor reajuste do salário mínimo, as condições de renda devem apresentar um desempenho menos exuberante. Como resultado, a inflação de não comercializáveis sairia de um patamar de 8,5% neste ano para 7,4% em 2014.
Menos contribuição de preços administrados. Uma desaceleração mais forte da inflação, contudo, não será possível dado o processo de normalização dos preços administrados. A defasagem dos combustíveis, em particular, poderá ser um fator decisivo para que a inflação de administrados saia de 1,5% neste ano para 3,5% em 2014.
Inércia e expectativas mantêm risco inflacionário elevado. Projetamos que o IPCA alcance 5,8% neste ano e 5,5% em 2014 (Figura 2). Dadas as ineficiências estruturais da economia e as incertezas em relação ao regime de política econômica, a inflação se mostra persistentemente elevada e contribui para aumentar a inércia, manter as expectativas desancoradas e dificultar a recuperação da confiança na economia brasileira.
 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O governo perde a mão

Orçamento público e o clamor das ruas
As manifestações nas ruas das grandes e médias cidades não foram eventos isolados. Ao contrário, refletem uma combinação errática de fatos que tornaram o momento brasileiro muito difícil. À queda nos preços da maioria das commodities agrícolas e metálicas, exportadas pelo país, juntaram-se o recrudescimento inflacionário, a deterioração das contas públicas, o baixo nível da atividade econômica e a desvalorização abrupta da moeda nacional. Juntas essas variáveis tornaram-se explosivas, dando fim ao longo período de flerte dos capitais estrangeiros com o Brasil.
Para complicar um pouco mais, o governo faltou com os seus compromissos em relação às políticas de estabilização, reduziu a taxa Selic de forma abrupta e a patamares excessivamente baixos. De igual maneira, faltou com esses compromissos ao abandonar a austeridade fiscal em nome de um esforço contracíclico não planejado e casuístico. Para piorar, o Fed anunciou sua intenção de gradativamente limitar a política de estímulos financeiros e voltar a aumentar os juros norte-americanos. Riscos menores nos Estados Unidos e remunerações maiores de seus treasuries contribuem para que um grande volume de capitais deixe o mercado brasileiro à busca de refúgio, em rápido regresso, que poderia ser batizado como “o bom filho à casa torna”.
A apreensão política e social causada pelos protestos deixarão marcas nas eleições de 2014. Os partidos do governo devem sair, em alguma medida, chamuscados desse pleito e as forças políticas deverão se reorganizar em direção a novos paradigmas.
O país tem sido apontado como um poupador medíocre e, portanto, dependente de capitais internacionais para manter o ritmo de investimentos capaz de impulsionar a economia nacional a taxas superiores. Entretanto, é de se registrar que apesar da estagnação no índice de consumo e que, mesmo diante de um quadro de redução do ritmo de expansão do PIB, os investimentos externos diretos fecharam o primeiro semestre em tornos dos 30 bilhões de dólares.
A atratividade do setor de infraestrutura, gás e petróleo poderão dar fôlego à reversão das expectativas e venham produzir um novo influxo de capitais. Afinal, os protestos têm sido entendidos, antes de qualquer outra cogitação, como a canalização da frustração popular com qualidade de serviços públicos, sobretudo nas áreas da saúde, do transporte, da segurança e da educação.
Tudo mais parece um brado de alerta dirigido a quantos imaginam que a população possa apoiar um modelo de capitalismo de estado, suportado por práticas delituosas de seus gestores e pelo alastramento da corrupção na vida nacional.
As vozes vindas das ruas devem ser recepcionadas como uma exigência da população para o aumento da eficiência dos serviços públicos, diante de um estado impetuoso no recolhimento de impostos, perdulário e inescrupuloso em seus dispêndios. É bem verdade que as demandas sociais cresceram muito nesses últimos anos, mas não justificam os desmandos econômicos e financeiros do governo central que agora alega não ter folga financeira em seu orçamento para dar curso ao atendimento das reivindicações populares.

O equilíbrio econômico fragiliza-se a cada dia

A economia e os gritos vindos da rua
Alguns impactos das manifestações sobre a economia são mais óbvios. Outros não e vão ocorrer ao longo dos próximos meses.
De início, observou-se a imobilização das empresas. O comércio e os serviços fecharam suas portas, e as vendas acusaram esse golpe ao final de cada mês. As contratações de mão de obra igualmente sofreram reduções. De maneira mais branda, as indústrias também foram obrigadas a paralisar a produção, preservando seus ativos econômicos e seu capital humano. Quando esses movimentos atingiram o setor de transporte, os prejuízos agravaram-se de forma horizontal por toda a economia. Os trabalhadores não conseguiam se movimentar, ficando impedidos de comparecer aos locais de trabalho.
Em se tratando de longo prazo alguns efeitos negativos mais perversos são previstos de maneira quase consensual:
1)   Investidores são avessos a incertezas. O clima político deteriorou- se muito fortemente e a base de apoio do governo ficou estremecida por sucessivas discordâncias com as posições da Presidência da República.
2)  A previsibilidade política diminuiu muito e as posições das lideranças e das instituições políticas transformaram-se rapidamente.
3)  Os protestos tendem a reduzir a confiança no desempenho da economia nacional. Essa confiança já vinha sendo arranhada com a crise de credibilidade provocada pela recente deterioração do crescimento, no cenário externo. Investimentos, em fase de estudos ou de decisão, foram descontinuados ou, pelo menos, retardados. Mesmo os investimentos contratados passam por um período de desaceleração. O movimento de antecipação das remessas de dividendos também se intensificou e tenderá a ser mais forte quanto maior for a perspectiva de acentuação da desvalorização cambial, ora em curso.
4)  Esses estados de esgarçamento do tecido social guardam, ao longo da história recente das crises políticas, forte correlação com as saídas de capitais, transformando - se em elemento de pressão cambial. Aliás, o fenômeno é sempre mais visível na bolsa de valores brasileira. O Ibovespa tem um comportamento profundamente negativo ao longo desse ano e os ativos ali negociados atingiram preços tão baixos que se tornaram ativos atraentes no longo prazo. A fuga desses capitais afetou de tal forma as cotações que os programas de recompra começaram a pipocar em junho e ganharam corpo em julho.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Risco?

Fica difícil acreditar em risco brasileiro.
Veja o que acontecia no dia 5/9 desse ano, na Bolsa brasileira:
Isso quer dizer que os não residentes, conhecidos popularmente como capitais estrangeiros, aumentam suas posições de risco no Brasil, acreditando na alta da bolsa.
Brasileiros, pessoas físicas ou jurídicas, inclusive investidores institucionais, diminuem suas posições.
Os estrangeiros esperam por altas nos próximos períodos. A aposta dos capitais nacionais tem sentido contrário. Dá para entender se pesnarmos na baixa rentabilidade, até agora. O problema é que bolsa é um negócio para o futuro.
Depois se dirá que “pão de pobre, quando cai, cai com a manteiga virada para a areia”.

Há um recado no livro Bege

O recado é: ainda não haverá reduções
de estímulos monetários
Para a próxima reunião do Fed não é de se esperar pela redução no programa de aquisições de títulos do Fed.
Pelo menos esse é o recado enviado por meio de divulgação do livro bege, que entende o ritmo de crescimento da economia norte-americana, de julho para agosto, como “de modesto para moderado”.
Em postagem anterior, observei que a atividade industrial havia crescido na China e na Europa, e não registrei que os Estados Unidos também apresentaram desempenho favorável em seu PMI. Registrei, contudo, o aumento dos gastos do consumidor e a alta dos volumes comercializados nos imóveis novos.
Há um perigoso crescimento da demanda que pode embutir uma alta mais generalizada dos preços no país. Parece que os membros votantes do Fomc não acreditam que esse risco possa estar tão perto e, por isso, nos enviam a mensagem sobre um crescimento apenas moderado, sugerindo que a liquidez deva ser mantida por, no mínimo, mais um mês.

De volta ao meu aconchego

Por isso, o aumento da Selic
A inflação medida pelo índice de preços da FIPE apresentou alta de 0,22% no mês de agosto. O IPC-Fipe mede a inflação apenas no município de São Paulo, mas reflete, com alguma precisão, as tendências do comportamento dos preços em grandes regiões metropolitanas.
Já era mesmo previsível que a inflação estivesse de volta, aconchegando-se primeiro no setor de serviços e, depois, na indústria, pelas pressões de custo decorrente da desvalorização do real. Não foi a toa que o Copom, por unanimidade, tivesse optado por mais 0,5% ao ano para a taxa Selic.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Europa e China mostram recuperação

O crescimento vem pela mãos da indústria
O PMI Industrial da Zona do Euro está em alta. O indicador saiu dos 50,3 pontos no mês de julho, alcançando 51,4 pontos, em agosto. Isso quer dizer que a região está vivendo o segundo mês consecutivo de expansão econômica.
Os resultados positivos, na Europa, refletem o desempenho das maiores economias, de julho para agosto: Alemanha, de 50,7 pontos para 51,8 pontos; Reino Unido, 54,8 pontos para impressionantes 57,2 pontos; França, cujo resultado indicava retrocesso na leitura prévia, apresentou estabilidade nos 49,7 pontos. Ficando abaixo dos 50 pontos, a França ainda se mantem em retração no mês de agosto.
Na China, o PMI do setor industrial avançou de 47,7 pontos, no mês de julho, para 50,1 pontos, em agosto. Depois de 4 meses, registrando marcas inferiores a 50 pontos, esse é primeiro mês de expansão do país, ainda que muito modesta. O crescimento chinês, diferentemente do crescimento europeu, sugere que a inflação possa recrudescer, impedindo a continuidade do movimento expansionista. Portanto, a alta no indicador é relevante, mas ainda não pode ser dada com um tendência definitiva.