Banner

Translate

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Luz no fim do túnel?

Empresários continuam sem disposição
para novos investimentos.
A FGV aponta que seus índices de confiança apresentaram queda nos setores de comércio e de serviços, no mês de agosto. O índices do comércio apresentou queda de 7,3% no trimestre junho, julho e agosto de 7,3%, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. A deterioração deu-se pela redução do índice de Situação atual (queda 12,1%) e do índice de Expectativas (queda de 4,3%). No comércio as coisas realmente não vão bem. As vendas estão baixas, a demanda está retraída pela redução da renda real e pelo alto grau de endividamento das famílias. Financiar vendas tornou-se um esporte perigoso, com a inadimplência rondando os 4,5%. No setor de serviços, o índice de confiança também se apresentou em queda (3,1% de julho e agosto), o menor patamar desde abril de 2009. Essa queda decorre da retração no índice de Expectativas (queda de 5,7%, em agosto). Já índice de situação atual apresentou ligeiro avanço (0,8% em relação a julho). Essa alta seria uma luz no fim do túnel? Decorreriam de expectativas sobre os resultados da eleição presidencial teriam a ver com isso? Difícil saber, de fato, a causa desse respiro do otimismo no setor de serviços. O fato é que o desemprego continua estável, enquanto as vendas em supermercados se apresentam em queda. Melhor receber com algum cuidado essa avaliação.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Invertendo o sentido das decisões

Agora é tarde demais
Os indicadores de atividade econômica dos últimos dias induzem economistas a pensar que já estaríamos vivendo uma recessão técnica, com um PIB se contraindo ainda mais nesse trimestre. As previsões feitas para o restante do ano falam em quedas nos investimentos, de modo a folgar ainda mais o mercado de trabalho. Somam-se a isso o crescimento do número de famílias endividadas e o maior grau de endividamento dessas famílias. O encurtamento do crédito também não deve sofre alterações significativas, mesmo com o inteligente pacote engendrado pelo Ministro Mantega. O clima eleitoral será decisivo para a confirmação dessa previsão. Portanto, não seria prudente acreditar em cenários tão definitivos. Vivemos um momento de curiosas contradições econômicas, com imprudências e austeridades que se revezam. De um lado a política fiscal é claramente expansionista, enquanto a política monetária mostra-se profundamente contracionista. Por outro lado, na política salarial os aumentos de renda sugerem crescimento e a taxa cambial sugere contração. A boa teoria econômica manda fazer exatamente o inverso: austeridade fiscal e redução da taxa de juros; aumentos salariais, acompanhando os ganhos de produtividade, e cambio com o real menos valorizado em relação ao dólar. Mas a eleição se aproxima e é pouco provável que haja disposição para essa reversão de sentido na economia nacional.


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O preço do milho

O produtor terá boas notícias mais à frente
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago apresentaram-se em alta, depois de perdas sucessivas nos últimos dias. Encerraram essa terça-feira com altas entre 0,50 e 1,75 pontos. O contrato setembro/14 esteve cotado a US$ 3,58 por bushel. No Brasil, os preços começam a reagir. A saca de 60 kg avançou para R$ 23,20, em São Paulo. É possível ocorrer novos aumentos para os próximos dias, até o máximo de R$ 25,00/saca. Contudo a proximidade da colheita da safra norte-americana deve fazer os preços cederem novamente por um período relativamente curto. Dado que os compradores aproveitaram a fase de baixa e formaram níveis apreciáveis de estoques, não espere por recuperações expressivas antes de dezembro. O principal fator que movimentou os preços do cereal no mercado internacional foi o novo relatório de oferta e demanda do USDA. Nesse relatório a produtividade das lavouras dos EUA também foi revisada para cima. Mas, ainda assim decepcionou os compradores. Muitos recompraram posições anteriores. Contribuiu para o aumento das cotações do milho, as previsões sobre produção do etanol. Segundo o USDA, o país deverá destinar 128,91 milhões de toneladas à produção de etanol, número pouco maior do que o divulgado anteriormente, de 128,3 milhões de toneladas do cereal. O milho promete para o início de 2015.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Valor Econômico -Movimento cíclico

Medidas de estímulo têm pouco impacto nas liberações

Por Roseli Loturco | De São Paulo
As medidas de estímulo ao crédito anunciadas pelo Banco Central no dia 25 de julho agradaram os economistas, mas devem ter efeito modesto. Nove entre dez economistas ouvidos pelo Valor afirmam que o resultado na aceleração da concessão de empréstimos para este e o próximo ano está perto de zero. Os fatores que estão travando esta indústria hoje são conjunturais e não devem mudar até a metade de 2015.
"Do ponto de vista técnico, liberar R$ 45 bilhões ao mercado com política de compulsório e outros estímulos é positivo para o crédito. Mas vejo um problema conceitual aí, pois no dia anterior, a ata do Copom disse que os juros vão continuar altos", considera o professor de finanças da Fundação Getulio Vargas, Fábio Gallo. As posições do BC, na opinião do professor, são excludentes e antagônicas. "Foi 'uma no cravo e outra na ferradura'. Gostaria que o governo desse um sinal mais claro sobre o que ele quer, pois a política de juro alto desestimula o consumo", questiona.
Há quem discorde. Na opinião do professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, Celso Grisi, a iniciativa do BC deve, sim, favorecer a ampliação do crédito. "Sobretudo porque estimula bancos a comprar ativos de créditos de outras instituições financeiras e porque disponibiliza uma maior quantidade de recursos, na mesma proporção em que reduz os compulsórios", defende.
Em seu raciocínio, depois de um período de baixo crescimento, os agentes econômicos da indústria e do comércio estão com seus estoques altos e com obrigações financeiras junto a fornecedores, além de compromissos fiscais a vencer ou já vencidos. "Isso significa que o crédito corresponde a uma substituição de dívidas, desacompanhada da expansão do faturamento", afirma. Já em relação a pessoas físicas, Grisi considera que o ambiente econômico conspira contra o crescimento do crédito e do consumo, que sofrem com a redução do ritmo de aumento da renda real. A inflação passada e a que está por vir agravam ainda mais esse quadro e pressionam a inadimplência. Há de se considerar ainda que as famílias estão mais endividadas e o crédito está mais caro.
http://www.fractalconsult.com/sites/default/files/valor_economico_-_08-08-2014.pdf

Sucesso no combate a inflação

No limite superior, mas no centro da meta.
O IPCA apresentou no mês de julho variação quase nula. Foi uma grande notícia, pois ao variar 0,01%, o índice acumulou alta de 6,50% nos últimos doze meses. Enfim, de volta para o centro da meta. Não há dúvidas de que o tratamento dado a inflação pelo Banco Central, embora prejudique o crescimento da economia, confirmou a tendência de desaceleração da alta dos preços. Como era de se esperar os serviços associados à recreação, hotéis e comunicação foram responsáveis pelo desempenho do IPCA, mas não basta ser tão simplista. Afinal, dos 9 grupos que são aferidos para a composição do índice, seis apresentaram reduções em relação ao mês anterior. Em sentido contrário, movimentaram-se os preços dos grupos transportes, habitação e artigos de residência, esse último puxado pelos eletrônicos. Não resta dúvida que juros altos são remédios amargos para a sociedade brasileira, mas fazem os preços baixarem. Entretanto angariam antipatia generalizada em ano eleitoral.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Recuperação cada vez mais distante

A produção industrial agoniza
Estamos diante de um longo processo de recuo da produção industrial. Só em junho esse recuo foi de 1,4% em relação ao mês anterior, segundo o IBGE. Considerado os meses de março, abril e maio, as quedas foram, respectivamente, de 0,7%, e 0,8%. A sucessão de maus resultados sugere o sucateamento do parque industrial, a redução da qualidade dos empregos e novas reduções nas exportações de manufaturados. O aspecto mais negro desse processo é a forte contração na produção de bens de consumo duráveis e bens de capital. Especificamente, a retração nesses dois segmentos da indústria mostra que os investimentos foram realmente suspensos ou adiados e que as perspectivas de recuperação ficam cada vez mais distantes.