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terça-feira, 30 de setembro de 2014

O mundo e o desempenho das 3 grandes economias

Últimos movimentos relevantes 
nas principais economias
  1. Sinais de recuperação da economia americana levam o Federal Reserve à redução gradual dos estímulos injetados mensalmente na economia, adquirindo ativos (tapering).
  2. Os próximos meses devem ser condicionados pela velocidade dessa redução.
  3. O mercado especula, como todos os demais agentes, sobre o momento em que ocorrerá a primeira elevação de juros nos EUA.
  4. A volatilidade, com isso, prospera.
  5. A economia europeia inicia um processo mais convincente de afastamento da longa recessão pela qual atravessou.
  6. O nível de emprego, contudo, não reage.
  7. Por isso, possibilidade de uma nova deflação não se desfaz.
  8.  Ao contrário, permanece como o mais forte sinal de alerta na região.
  9. Na China, as expectativas mundiais são de que o novo padrão de crescimento, bem menor que o anterior, permaneça nos próximos anos.
  10. O Brasil fica  esquecido pelos seus governantes.


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Pêndulo econômico

O mundo precisa aguardar mais um pouco
Os analistas evitam fazer previsões sobre os Estados Unidos. Não é para menos. O chamado processo de normalização monetária está em questão: uma espécie de to be or not to be, em versão norte-americana. Pessoalmente, julgo que o crescimento do país seja uma tendência, de médio prazo. Aconselho ao leitor não ficar esperando a altas dos juros para tão logo. Os dados sobre o desempenho econômico do país saem, em certos momentos, muito positivos. Em outros, recuam inesperadamente. Isso quer dizer que será difícil acreditar em rumos tão definitivos quanto esperava-se em passado recente. O sinal mais expressivo dessas indecisões fica ligadas às variações das moedas dos países emergentes, em relação ao dólar americano. Dias atrás depreciavam-se muito fortemente, exigindo ações de seus respectivos Bancos Centrais. Agora foram retomados os movimentos de apreciação dessas moedas. Quem sai ganhando são os Bancos Centrais, que vendem caro e compram barato. O Euro continua a se desvalorizar. Tudo isso faz partes dos momentos de indecisão pelos quais a economia mundial atravessa.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Bancos Estrangeiros no Brasil


Os Bancos estrangeiros ficaram circunscritos a territórios estreitos do mercado.




As estratégias de entrada de bancos estrangeiros no país não são novas.



















Veja a matéria completa logo abaixo:

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Inteligência?

Transformações na vida doméstica
A casa inteligente poderá ser, segundo a empresa Gartner, um impulsionador dos negócios digitais nos próximos anos. As aplicações previstas sugerem expansões em três níveis da estrutura de negócios digitais:

1)      Nos processos de negócio, aprimorando os já existentes;

2)      Nos modelos de negócio, com o desenvolvimento formas novas de ver e organizar os negócios;

3)      Nas estratégias de negócios, identificando oportunidades a serem exploradas, de maneiras diferenciadas.

A usabilidade pode crescer muito, com a inclusão de controle de voz ou gestos, lembrando que produtos inteligentes podem ampliar os benefícios dos produtos atuais, levando a economia de custos nos domicílios. De forma mais concreta, imagine que a inteligência embutida possa cuidar da reposição automática de bens de consumo do tipo cápsulas de café, filtros de água e sacos de aspiradores de pó e até a interceptar das decisões de compra excessivas ou desnecessárias. Os exemplos são muitos e as aplicações parecem encontrar um campo próspero para os próximos anos. Os negócios vão crescer e a vida doméstica passará a girar em volta de uma nova inteligência. O casal, seus filhos e outros agregados à vida em família terão que se adaptar a essa racionalidade.

sábado, 20 de setembro de 2014

Mundo novo

Agora é a vez da residência
A Gartner entende que um grande número de eletrodomésticos vão se tornar inteligentes com o objetivo de sensoriamento, amparados em redes sem fio e controle remoto. A ser verdade, ainda que o custo hoje pareça inibir a adoção desses novos hábitos a uma grande parte da população brasileira, o mercado para essas tecnologias viverá um novo surto de crescimento. Segundo a Gartner os produtos passíveis de embutir tanta inteligência seriam, prioritariamente, os consoles e as TVs, passando pelo eletrodomésticos, tais como fogões e máquinas de lavar roupa e louça, ademais de tecnologias de transportes, segurança, controles ambientais, equipamentos para saúde e ginástica. Segundo a empresa, tudo passa também pela tecnologia sem fio, que será um grande fator para produção de casas inteligentes. Wi-Fi, Bluetooth, ZigBee, celulares e várias tecnologias de rede sem fio ganharão ainda mais espaço no mercado.

A taxa de desemprego continua muito baixa

Os problemas estão na confiança do consumidor
e na sua inadimplência
A taxa de desemprego de agosto foi de 4,8%, segundo a precária pesquisa do IBGE. Portanto, não há do que reclamar. Em termos de renda, o que atrapalha são os reajustes menores do salário mínimo e não o nível de emprego.
Em termos de crédito, a expansão é bem mais lenta. O crescimento anual vai girar entre 11 e 12%, reduzindo o consumo e contribuindo para a recessão atual. O crédito está mais enxuto. Os dados do Bacen mostram que os bancos privados saíram dos empréstimos de maior risco e aumentaram sua participação em créditos consignados e imobiliários. O Itaú-Unibanco supera, no saldo dos empréstimos consignados, todos os outros bancos privados, nos últimos três meses, com uma expansão surpreendente. Nos créditos de maior risco os bancos oficiais empenham-se em uma cuidadosa ação contra cíclica. A taxa de inadimplência das pessoas físicas continua na casa dos 6,6%. Nas pessoas jurídicas a taxa sobe pressionada pelas sucessivas reduções das vendas. Nos bancos privados, a cautela com a seletividade dos empréstimos reduziu substancialmente a necessidade de provisões, contribuindo para a ampliação de seus lucros. O crescimento dos lucros também foi ajudado, de forma definitiva, pelas cobranças de tarifas, pagas por seus usuários. Na base disso tudo está o desgoverno da economia, o baixo e maquiado superávit primário, o câmbio defasado e a Selic lá em cima.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Emitir sinais é a maior regra da economia

Economia é arte de criar expectativas?
O Fed apenas sinaliza. Mudar a taxa de juros nem pensar. A economia ainda não deslanchou e a recuperação americana não conseguiu convencer nem seu próprio Banco Central. Assustadas mesmo, só as autoridades monetárias brasileiras. Quer saber? A taxa de juros nos Estados Unidos ficará baixa, pelo menos até o meio do ano que vem. E isso, se tudo correr muito bem. Na reunião de política monetária de 4ª feira, o Fed manteve os sinais de estabilidade para a taxa de juros. A liquidez do mundo, em dólar, é espantosa depois de tantos incentivos. De outro lado, isso está na raiz da evolução positiva das condições do mercado de trabalho. Por que, então, o Fed deveria mudar?
É de se imaginar que, com o tempo, taxa de desemprego, possa também evoluir. A inflação não apresenta tendências de alta. Ao contrário, pode até cair nos próximos meses. Enquanto isso, o PIB sobe, lentamente. Muito lentamente, mas sobe. A economia embute ainda grande  ociosidade. A eliminação gradual da ociosidade pode significar ganhos de produtividade para o sistema econômico americano, ajudando no combate à inflação e no aumento da renda real, desembocando em aumento do consumo interno. Tudo o que os formuladores de políticas econômicas pós-crise sonham. Juros baixos, no curto prazo, ajudam no combate à inflação, no Brasil. Crescimento da demanda americana incrementa a exportação de produtos brasileiros de maior valor agregado.
Tudo conspirando a favor. Muito bom, não é?

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Commodities não apresentam boas expectativas

Os problemas asiáticos são estruturais
e de difíceis soluções
O ritmo lento das economias da China e do Japão pode deixar o cenário mundial ainda mais complicado e comprometer as exportações brasileiras. As vitórias do plano do Ministro Shinzo Abe são modestas, com a inflação ainda bem abaixo dos 2,0% ao ano, e com a forte contração do nível de atividade econômica, do primeiro para o segundo trimestre desse ano. Analistas atribuem essa contração ao aumento de 3,0% dos impostos sobre as vendas, ocorrido em abril. As autoridades econômicas japonesas acreditam que será necessário ampliar os estímulos monetários, afrouxando ainda mais a política monetária, se as metas da política de preços não forem alcançadas ainda dentro do quarto trimestre do ano. Na China, o crescimento também se mostra muito abaixo das expectativas provocadas pelas sucessivas medidas do governo central. A produção industrial está em queda, as importações continuam se retraindo, o setor imobiliário permanece com endividamento elevado. A alavancagem do setor desencoraja a concessão de novos estímulos financeiros. Refinanciamentos foram concedidos a inadimplentes, mediante taxas de juros mais altas. Em ambos os casos, as possibilidades de recuperação econômica nesses países estão afastadas para 2014. Para 2015, pode-se esperar por resultados melhores, mas ainda insuficientes para ajudar o mundo em seu esforço de superação da crise econômica em que se envolveu a partir de 2008. Para o Brasil, a manutenção dessa situação corrobora a expectativa da redução dos preços das commodities exportadas.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Endividamento sadio

Aumenta o número de famílias
endividadas em agosto
A análise dos dados da pesquisa divulgada dias atrás pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) traz conclusões bastante positivas para a atual política de crédito da rede bancária, no Brasil. Os bancos realmente restringiram em alguma medida a oferta de créditos às pessoas físicas nos últimos tempos, optando por conceder seus empréstimos com maior qualidade. Em outras palavras, passaram a oferecer créditos em modalidades com menores riscos, como, por exemplo, o crédito imobiliário, além de, em menor quantidade, outros produtos em modalidades menos arriscadas. Essa política provocou duas consequências que podem ser depreendidas da análise da pesquisa:

1ª) Famílias que até então não tinham dívidas passaram a endividar-se, sobretudo porque elas recorreram a empréstimos imobiliários com o sentido de aumentar seus ativos e livrarem-se do aluguéis. Com isso, registrou-se um aumento do número de famílias endividadas, de 63,0% em julho, para 63,6% em agosto. São empréstimos de longo prazo, concedidos segundo padrões mais técnicos, que levam as famílias a aumentar seus patrimônios e não o seu consumo, de forma artificial, como vinha acontecendo.
2ª)  As famílias apresentaram uma redução da parcela média de renda comprometida com pagamento de dívidas. A queda registrada foi de 30,2% em julho, para 29,7% em agosto. Essa redução mostra que a política de restrição às concessões de crédito vai, aos poucos, desafogando os orçamentos familiares.
Esses dados, por fim, sugerem que a oferta desmesurada de crédito ao consumo compromete a realidade das famílias, aumenta a inadimplência e já não sustentam o crescimento econômico.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Coisas do El Niño?

São Pedro ajudou os agricultores
norte-americanos
A Europa recebeu a notícia do aumento da produção industrial do Reino Unido em 0,5%, de junho para julho. Já se fala por lá em melhoria do nível de atividade econômica neste terceiro trimestre do ano. Por outro lado, a redução das taxas de juros na União Europeia abre um espaço maior para crescimento, nesse segundo semestre, de alguns países da região. Em relação ao mercado de capitais, a redução dessas taxas europeias tornam os títulos norte-americanos mais atraentes para os investidores internacionais. Soma-se a isso a possibilidade, ainda esse ano, do início do aumento das taxas de juros nos Estados Unidos. Para o Brasil, o fortalecimento generalizado do dólar vem em boa hora. A safra de grãos prevista para esse ano agrícola norte-americano é muito alta. Isso deve derrubar os preços da soja e do milho, prejudicando a rentabilidade do agricultor brasileiro. Portanto, a valorização do dólar poderá recuperar, pelo menos em parte, as perdas derivadas das quedas dos preços.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

É tempo de juros altos


O Copom fica onde devia ficar

A inflação continua recuando. A economia já esfriou bastante. Mas nada sugere baixar a taxa básica de juros. Afinal, a inflação se mantinha teimosamente alta, nos últimos períodos, inclusive superando o teto da meta. Essa acomodação dos preços ainda não convenceu as autoridades monetárias. O dólar tem apresentado fortalecimento consistente em relação às principais moedas fortes no mercado internacional. Por aqui, as intervenções do Bacen continuam apreciando o real. O sentido disso é ajudar o governo contra qualquer novos suspiros dos preços internos. A política fiscal também apresentou um comportamento melhor no último mês. Nada que convença também. Assim, o Copom manteve a Selic em 11,0%.  Será necessário avaliar, para a próxima reunião, se a alta do dólar atingirá o real e a disposição do governo em continuar seu esforço de recuperação do superávit primário. Depois disso, o Copom poderá decidir por eventual redução das taxa de juros.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Desencontros estratégicos (1)

Bancos estrangeiros aportam no Brasil
As estratégias de entrada de bancos estrangeiros no país não são novas. Nem, tampouco, suficientemente criativas. Impera a mesmice de sempre. Bem executadas, podem até ser um negócio rentável, mas para estruturas e operações muito modestas face às dimensões da indústria financeira nacional. A favor delas falam as altas taxas de juros e os spreads crescentes praticados por aqui, nesse momento. Pensando de forma simplista ao analisar os resultados econômico-financeiros dos bancos brasileiros, no primeiro semestre desse ano, dá mesmo vontade de ser banqueiro nesse país. Francamente, sugiro que pensem melhor. Uma análise de negócios mais cuidadosa - envolvendo entre outras coisas um rigoroso dimensionamento dos segmentos de mercado existentes, os potenciais de negócios ocupados, as vantagens competitivas já estabelecidas pela concorrência-, pudesse, por si só, demover parte do entusiasmo desses entrantes. A estratégia mais bem sucedida para ingressar no setor bancário no Brasil foi à do HSBC. Comprou o antigo Bamerindus e passou, de fato, a integrar a paisagem bancária nacional. Outros optaram por associações em alguns negócios do setor financeiro, tais como companhias de seguros, administradoras de cartões, banco de investimentos, etc. Em alguns casos, a decisão foi a participar, ainda que modestamente, do capital acionário de bancos nacionais. A estratégia mais frequente, entretanto, baseou-se na captura de empresas da mesma nacionalidade do banco, tentando obter seus negócios por meio do prestígio, da segurança e da expertise de suas matrizes. Conseguiram, no primeiro momento, as transações da empresa com os respectivos países de origem e, em seguida, procuravam estender as mesmas operações a todos os outros países com os quais a empresa mantinha relações comerciais. Nisso, eram apoiados pelas filiais locais. Com o tempo, os bancos estrangeiros tentariam alcançar os principais fornecedores e distribuidores dessas grandes empresas, dando apoio ao funcionamento de toda a cadeia produtiva. Foi sempre o que fizeram os bancos canadenses, americanos, japoneses, alemães, holandeses, ingleses, etc. A entrada no país se fazia por meio das grandes empresas e, rapidamente, esses bancos estrangeiros chegavam ao Midlle Market. A pergunta que se faz aqui é: chegavam mesmo? Claro que não. Nas grandes corporações, limitaram-se aos financiamentos do comércio exterior, às operações de crédito e às operações mais estruturadas ou de corporate finance. As estruturas organizacionais para essas operações são dispendiosas pelo alto custo da mão de obra especializada. As margens, entretanto, são muito apertadas, embora sejam grandes os volumes operados. Trata-se de mercado com competitividade agravada e onde os bancos nacionais pouco ou nada ficam a dever aos estrangeiros. No “mercado do meio” faltam os produtos do dia a dia bancário. Tais produtos supõem grandes redes de agências e elevadas somas de investimento em TI, para consolidar as competências de distribuição e entrega de produtos e serviços. No mercado de pessoas físicas, o plano era de conseguir a conta dos executivos expatriados e, em seguida, dos executivos e proprietários das empresas conquistadas no mercado do meio, oferecendo produtos de investimentos e de créditos. Também aí as estratégias falharam. Não conseguiram construir ofertas completas, próprias do full services banking e não ofereceram o conforto das amplas redes de agências, nem facultaram máquinas de autoatendimento em quantidades suficientes. As dimensões geográficas do país, os altos custos dos transportes, das telecomunicações e, por fim a baixa renda per capita do país somaram-se para construir custos operacionais muito maiores que os previstos. Esses bancos se circunscreveram em territórios estreitos do mercado financeiro e concentraram suas operações em empresas de suas nacionalidades e de faturamentos muito elevados. Igualmente nas pessoas físicas onde concentraram suas operações no Private Banking ou na administração de recursos. Nesses, últimos 30 anos se assemelham a cães, correndo atrás dos próprios rabos, sem os alcançarem jamais. Ficaram praticamente com as dimensões iniciais e a qualquer variação da demanda, demitem funcionários para ajustar os elevados custos fixos à nova realidade de mercado. Estão sempre asfixiados pelas deseconomias de escala. Mesmo assim estão de volta. São ao todo 10 pedidos de autorizações além das seis já concedidas e mais 13 consultas ao Bacen. Merece registro o dinamarquês Saxo Bank. Virá para operar um banco totalmente virtual, sem agências físicas, contrariando a maior experiência mundial realizada pelo Bank One, nos Estados Unidos, que, de 10 anos para cá, não para de abrir agências físicas nos Estados Unidos. São agências menores e com operações limitadas, mas que foram buscar apoio no mundo físico, para viabilizar o sonho virtual. O mesmo desenho já está em fase avançada de desenvolvimento no Banco Original, do grupo JBS, que acumula conhecimentos das lições deixadas pelo Banco Direto (Banco Real) e do Banco 1 (Unibanco). Ademais, nos grandes bancos brasileiros, temos modelos exemplares de internet banking e de mobile banking que torna o ambiente ainda mais hostil aos planos do Saxo Bank. Nesse instante, as aquisições de bancos pode ser uma alternativa, desde que acompanhadas por grandes investimentos na expansão das operações locais. Talvez tenha sido essa a opção chinesa pelo BIC, pois quanto se sabe, não há bancos de porte mais expressivo à venda por aqui. Seja como for, repetir o que já não deu certo é reafirmar os desencontros estratégicos das experiências anteriores.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Tudo de novo

Juros e spreads altos fascinam
banqueiros estrangeiros.
Sabe-se que os juros serão altos no Brasil dos próximos anos. Afinal, contas fiscais desarrumadas, câmbio apreciado e salários reajustados acima da produtividade do trabalho garantem inflação elevada. Nesse contexto, juros precisam ser elevados para garantir alguma estabilidade monetária. A isso se alia a perspectiva de um novo ciclo de crescimento a partir de 2016, na visão dos banqueiros internacionais. Para eles, o paraíso está aqui mesmo, na terra, abaixo da linha do equador. Com medo de perder esse bonde, iniciam a mais recente imigração bancária, sem levar em conta experiências anteriores. Anuncio que vão encontrar uma “pedreira” por aqui. Temos grandes bancos nacionais, públicos e privados, muito competitivos. Será difícil vencê-los. No inicio do século passado, o BankBoston se instalou na Bahia para financiar as importações de máquinas dos fabricantes de Massachusetts e as exportações de Tabaco do produtor brasileiro para os Estados Unidos. Os planos para crescimento foram sempre grandes e inteligentes. Antes disso, mas com intenções assemelhadas, o Citibank veio para o Brasil. Outros bancos norte-americanos, europeus, asiáticos e do médio oriente também seguiram o mesmo caminho. Muitos voltaram. Outros venderam suas unidades brasileiras ou reduziram suas dimensões para operar quase como um escritório de representação. São os chamados “bancos de andar” ou, mais elegantemente, de boutiques financeiras, criadas apenas para transações estruturadas ou para dar apoio ao comércio do Brasil com seus respectivos países ou regiões de origem. Usam a expertise e a reputação de suas casas matrizes, mas padecem de escala econômica e, por isso, nunca chegam a ser uma ameaça competitiva real. Pelo mesmo motivo, comparecem apenas lateralmente na economia nacional. Verdade seja dita, o ambiente nacional de negócios não favorece investimentos mais definitivos em países emergentes. Tão logo a economia local apresente suas costumeiras flutuações ou as evidências de um novo ciclo de estagnação apareçam, os banqueiros internacionais “recolhem o trem”, construindo estratégias defensivas para proteger os capitais de seus acionistas. As decisões são chamadas para a matriz que invariavelmente procede de forma inapropriada à desconhecida realidade brasileira. Não é que esses banqueiros sejam incompetentes. De fato, as dimensões de nossa economia não justificam perdas provocadas em seus balanços. Nesses momentos, o banqueiro brasileiro aproveita-se do recuo para ampliar suas economias de escala. Vamos assistir mais uma vez edição nova de fatos velhos. Monótono ver se repetir as mesmas aventuras do passado em nosso ambiente financeiro.