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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Salve-se quem puder (2)

2015: um ano complicado (2)
No Brasil, o governo heterodoxo, bandeou, pelo menos no discurso, para a mais vigorosa ortodoxia. Subiu em 2,0 pontos percentuais a meta para a taxa Selic. A tentativa era a de minimizar os efeitos que o realinhamento de preços relativos, produz sobre a inflação. As expectativas sobre alta de preços não se encontram até hoje ancoradas, muito embora já reine um razoável consenso sobre a futura estabilidade das altas de preços em algum momento do próximo ano.
Segundo o Bacen “No sistema bancário, o risco de liquidez de curto prazo apresentou aumento no último semestre, mas permaneceu em nível confortável. O risco de liquidez estrutural não se alterou, e as operações de longo prazo continuam suportadas por fontes de recursos estáveis. Segue baixa a dependência de recursos externos. ”
Para os agentes econômicos a confluência de importantes variáveis macroeconômicas, no cenário interno imobilizam suas decisões e desafiam suas competências gerenciais: crescimento fortemente negativo da economia, juros elevados, desemprego crescente, com comprometimento da expansão renda real e redução da confiança dos consumidores e dos empresários. Essa conjunção irônica - porque prevista, de variáveis, e cruel, pelos custos sociais que impõe a população, derruba os níveis de investimentos, afugenta capitais estrangeiros, reduz a demanda por crédito e inibe sua oferta pelos padrões mais conservadores de concessão a que as instituições financeiras poderiam praticar. As entidades financeiras cautelosamente aumentaram suas provisões, dada a expansão da inadimplência entre pessoas físicas e jurídicas, mesmo que se considerem as renegociações e repactuações. A rentabilidade do sistema bancário aumentou em função da prática de spreads mais elevados, a redução dos custos operacionais e os resultados com tesouraria.
Como fica o consumidor nisso tudo? A Fractal fez um estudo sobre suas despesas e o uso de produtos financeiros em tempos como esse. E se a recuperação se tornar realidade em algum momento? Como o consumidor reagirá? Veja algumas simulações q título exploratório feitas por nós.

Salve-se quem puder (1)

2015: um ano complicado no
mercado financeiro (1)
Durante o primeiro semestre de 2015 o quadro econômico mundial manteve-se submetido às ameaças deflacionárias, principalmente em economias maduras como as da Europa e do Japão. A disposição das autoridades monetárias de ambas essas áreas reduziu muito os riscos associados ao baixo crescimento de suas economias, mas isso não impediu que altas volatilidades alcançassem os mercados de divisas, bursátil e de renda fixa. O Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ) não economizaram esforços e deram continuidade a seus programas de compras de ativos, e com isso garantiram estímulos, ainda que insuficientes, para a recuperação econômica e para o combate aos riscos de deflação.
Nessa situação, os países emergentes acabam por expor vulnerabilidades que, em outras situações, remanesceriam debaixo dos seus respectivos tapetes macroeconômicos. A desaceleração econômica e a queda do comércio mundial, em prosa e verso anunciadas pela OMC e pelo FMI, atingiu esses mercados, deteriorando fortemente as condições de financiamento que usufruíam em passado recente. A isso somou-se a redução dos preços das commodities, entre elas o petróleo, penalizando os países exportadores.
Os Estados Unidos contavam com a consistência de sua recuperação, fazendo com que o Fed cogitasse firmemente da proximidade do início da normalização da sua política monetária. O dólar, então, valorizou-se frente as principais moedas. Um alarme falso, pelo menos para esse ano, já que a economia norte-americana perdeu folego nesses últimos momentos. A recuperação dos Estados Unidos não foi forte o bastante para convencer suas autoridades monetárias.
A China continuou em desaceleração sua economia, na tentativa de substituir seu modelo econômico de exportar a baixos preços sua produção local, por um modelo voltado ao mercado interno e acompanhado pela internacionalização de seus maiores grupos industriais. A valorização da moeda chinesas reflete, ou promove, essa transformação. Essa omelete não se fará sem quebrar os ovos. O mercado acionário mandou seu primeiro sinal, registrando ajustes fortíssimos a partir das expressivas baixas nesse mercado, no final do semestre. O governo respondeu rápido com medidas extraordinárias para a estabilização das bolsas chinesas.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Livre mercado

Mar agitado
Mercado livre é o mercado cujos negócios são regidos pelas leis da oferta e da procura, não sofrendo a interferências do governo, de seus regulamentos ou de subsídios concedidos pela ação governamental.
Em tempo de prosperidade todos tem saudades dessa definição. Em tempos de crise, as pessoas admitem a necessidade de intervenções e até as desejam.
Confundem, entretanto, que as intervenções precisariam estar associadas a planejamento econômico e não a socorros emergenciais.
O país segue sem direções definidas e o mercado, desorientado, atua à procura de brechas para produzir ganhos especulativos. As oscilações, então, passam a ser muito grandes e isso estimula novos entrantes que imaginam obter altos ganhos com essa volatilidade . Mantenha-se fora.
A recomendação é o título público, vinculado à inflação. Renda variável só para profissionais.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Uma sugestão modesta

Pode haver uma saída que não seja Cumbica
É intuitivo estabelecer uma relação causal entre crescimento econômico, exportações e investimento estrangeiro direto. Aliás, essa relação, desde muito tempo, se transformou em hipótese aceita em um conjunto extenso de estudos realizados nas boas universidades de todo o mundo.
Também já se comprovou que essa relação é particularmente forte no caso da produção de manufaturados, onde o valor agregado é sempre maior. Conclusão: a expansão das exportações é forma relevante para aumentar o ritmo do processo de crescimento em virtude de maior eficiência e produtividade dos fatores.
Com a atual cotação do dólar, o governo do Brasil precisaria organizar ações voltadas à expansão do comércio exterior e à internacionalização das empresas nacionais.
Essas ideias continuam esquecidas, mesmo entre estrategistas e formuladores de política econômica. Encontraram arrimo em poucos locais, entre eles, no esforço de formação de especialistas levado a cabo nesses últimos quase vinte anos no PROCEB da Fundação Instituto de Adkministração.