Dúvidas e incertezas fertilizam
as especulações financeiras
A moeda
norte-americana atingiu o valor mais alto desde abril de 2003: R$ 3,2490 na
venda. A alta do dia foi de 2,77%. Várias são as razões
para isso. De início, é preciso considerar que o dólar também avançou nos
mercados externos, precificando possível anúncio de uma eventual antecipação da
alta de juros nos Estados Unidos, pelo Fed, na próxima semana. Esse movimento,
de caráter especulativo, decorreu do desempenho do país no que respeita à
inflação e ao emprego. O mercado de trabalho melhora dia após dia e a inflação
se estabilizou, preenchendo os parâmetros econômicos que guiam o Fed na decisão
sobre a alta de juros norte-americanos.
Por outro lado, a espantosa
habilidade do governo brasileiro em gerar incertezas, no plano doméstico, estimula
a depreciação do real em velocidade mais alta que as de moedas de outros emergentes.
Nesse ano, o dólar subiu aproximadamente 5 % ante o peso mexicano e o peso chileno,
8 % face ao rand sul-africano e 13 % em relação à lira turca. Considerado o
real, a depreciação já ultrapassa os 22 %. A volatilidade, portanto,
decorre do cenário internacional, do ambiente político nacional, onde a base
aliada põe em dúvida a aprovação das medidas de ajuste econômico, além dos
fatores próprios das operações dos grandes negócios privados no país, que estão à busca de hedge.
Em meio a esse quadro, o Bacen deixa prosperar os boatos sobre suas
intervenções diárias nesse mercado.
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