Mais 0,50 p.p. e Selic vai a 12,75%
Sem surpresas, a política monetária mostrou-se
comprometida com o combate à inflação. O recado é claro: se o ajuste fiscal não
prosperar, a Selic continuará subindo. As altas poderão ser abrandadas
na medida em que o as contas públicas apresentem recuperação. O problema não é apenas a inflação. Os investidores
já não teriam disposição em financiar o endividamento público de um país que
não cresce, à beira de perder o grau de investimento, próximo da
ingovernabilidade e com incertezas políticas crescentes.
É preciso aumentar a remuneração do capital para que a rolagem da dívida esteja
garantida. A tudo isso, acrescentam-se os problemas decorrentes da estabanada
administração dos preços monitorados pelo governo em passado recente e a
acelerada depreciação do câmbio. A rota de correção não será fácil, nem
curta. Ancorar expectativas pedirá ao Banco Central vigilância permanente sobre
os preços e, de forma adicional, sobre investimentos e consumo. Endividamento
das famílias, inadimplência e renda real são variáveis ligadas ao consumo.
Investimentos diretos externos e ofertas de empregos são variáveis mais afeitas aos investimentos.
Ficar apenas pensando em cortes e reduções orçamentárias pode ficar improdutivo. É possível
crescer investindo na substituição dos importados, dada sua inviabilização face
à apreciação do dólar, e na expansão das exportações, agora com alguma
competitividade recuperada pelo mesmo motivo. O Bacen caminha firme.
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