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quinta-feira, 5 de março de 2015

Até onde o Copom vai chegar?

Mais 0,50 p.p. e Selic vai a 12,75% 
Sem surpresas, a política monetária mostrou-se comprometida com o combate à inflação. O recado é claro: se o ajuste fiscal não prosperar, a Selic continuará subindo. As altas poderão ser abrandadas na medida em que o as contas públicas apresentem recuperação. O problema não é apenas a inflação. Os investidores já não teriam disposição em financiar o endividamento público de um país que não cresce, à beira de perder o grau de investimento, próximo da ingovernabilidade e com incertezas políticas crescentes. É preciso aumentar a remuneração do capital para que a rolagem da dívida esteja garantida. A tudo isso, acrescentam-se os problemas decorrentes da estabanada administração dos preços monitorados pelo governo em passado recente e a acelerada depreciação do câmbio. A rota de correção não será fácil, nem curta. Ancorar expectativas pedirá ao Banco Central vigilância permanente sobre os preços e, de forma adicional, sobre investimentos e consumo. Endividamento das famílias, inadimplência e renda real são variáveis ligadas ao consumo. Investimentos diretos externos e ofertas de empregos são variáveis mais afeitas aos investimentos. Ficar apenas pensando em cortes e reduções orçamentárias pode ficar improdutivo. É possível crescer investindo na substituição dos importados, dada sua inviabilização face à apreciação do dólar, e na expansão das exportações, agora com alguma competitividade recuperada pelo mesmo motivo. O Bacen caminha firme.

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