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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Câmbio: expectativas distorcidas

A recuperação norte-americana
e o câmbio no Brasil
A cada notícia positiva sobre o crescimento dos Estados Unidos, o dólar cresce seu valor face às demais moedas do mundo. Embaixo desse comportamento está a crença de que o crescimento norte-americano obrigará a redução do programa de estímulos do Fed, com a redução das doses de injeção de liquidez no mercado. Isso está sendo interpretado como uma redução expressiva na liquidez, em dólar, do sistema financeiro mundial, sem levar em conta que o estoque da moeda norte-americana em circulação é um número absolutamente incalculável. Também parece esquecido que o programa prevê um gradualismo amedrontado. Afinal, "cachorro picado de cobra tem medo até de linguiça"
Trata-se de uma ingenuidade que afeta o valor do real, em movimentos súbitos, imprevisíveis e, muitas vezes, de grandes amplitudes. Não se pode perder o timing dessa oscilações, sob pena de perdas extraordinárias nos patrimônios de pessoas e instituições.
De fato, em prazos mais longos, será desejável voltarmos aos pensamentos cambiais mais estruturados sugeridos pela teoria econômica, admitindo que outras variáveis formam o preço do real face ao dólar. A teoria pede a análise do total da dívida externa brasileira em relação ao seu PIB total, das variações nos termos de troca e da produtividade do trabalho nacional em relação à produtividade do trabalho norte-americano. Isso remanesce esquecido.
Na próxima postagem quero analisar essas três variáveis e mostrar o que se pode esperar para o câmbio no Brasil em 2014.

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