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sexta-feira, 27 de junho de 2014
quarta-feira, 25 de junho de 2014
Juros nos EUA devem continuar em alta
A normalização da inflação e crescimento sugere um cenário mais
balanceado e,
portanto, com juros mais elevados
Contribuição
de Roberto Padovani
Economista Chefe da Votorantim Corretora
Economista Chefe da Votorantim Corretora
Treasuries
de 10 anos
são fundamentais para mercado. Um
dos principais guias dos mercados financeiros no último ano tem sido o
comportamento da política monetária nos Estados Unidos, refletidas no
comportamento da taxa de juros de longo prazo. A questão hoje é menos sobre o
processo de retirada de estímulos de curto prazo e mais o nível em que a taxa
de juros poderá alcançar no longo prazo, influenciando os juros longos. Neste
caso, há três elementos centrais a serem avaliados: folga no mercado de
trabalho, reação do Federal Reserve e nível da taxa de juros neutra.
Sinais de
curto prazo explicam atuais patamares dos juros. Parte dos analistas acredita que um
patamar justo para as treasuries de 10 anos estaria mais próximo aos
níveis atuais, de 2,60%. A lógica deste cenário é que tanto medidas mais amplas
de desemprego quanto a taxa de longo prazo quanto mostram que ainda há
significativa capacidade ociosa na economia dos EUA, ajudando a conter os
salários. Da mesma forma, os estímulos de política poderiam aumentar a oferta
de trabalho, elevando o crescimento potencial e o desemprego. Considerando o
duplo mandato do Federal Reserve, uma política ótima poderia ser a de tolerar
uma inflação acima da meta no médio prazo enquanto o mercado de trabalho se
normaliza. Como resultado, a taxa de juros poderia ficar por mais tempo abaixo
de seu nível neutro. Não menos importante, evidências de um crescimento
potencial mais baixo significam que a nova taxa de juros de equilíbrio poderia
também ser menor que seu padrão histórico.
Desemprego
de curto prazo é variável central. Diferentemente,
no entanto, o desemprego de curto-prazo, o componente mais importante para a
inflação nos EUA, não mostra mais folga na economia. Mesmo considerando uma
maior tolerância à inflação no médio prazo, estudos recentes do FED mostram que
a resposta ótima de taxa de juros a um cenário de normalização da inflação
continua sendo a mesma. Neste caso, eventuais mudanças estruturais, que
diminuem a oferta de mão de obra e reduzem a taxa de desemprego, apenas
reforçam um cenário em que a alta da taxa de juros possa acontecer mais cedo
que o esperado. Além disso, há cada vez mais evidências de que os custos de uma
política monetária excessivamente acomodatícia superam os benefícios em termos
de riscos financeiros e, não menos importante, um menor crescimento potencial
não necessariamente se traduz em menor taxa de juros neutra. Neste caso, as treasuries
de 10 anos poderiam estar operando mais próximas ao patamar de 3,30%.
Curioso que se invista tanto
Estrangeiros apresentaram comportamentos atípicos
Os
Investimentos Estrangeiros Diretos somaram US$ 5,9 bilhões, no mês de
maio. O número surpreende a todos, exatamente no momento em que se cristaliza a
crença sobre a perda de atratividade do país para os investidores
internacionais. Na realidade não há que estranhar, pois dinheiro destinado a
integrar a produção nacional tem lógica bem diferente do dinheiro de
especuladores. Interessante
também notar que o IED acumulou US$ 66,5 bilhões de maio de 2013 a maio de
2014, equivalendo a quase 3,0% do PIB nacional. O registro mais interessante,
nesse particular é a entrada para investimentos em ações. Uma loucura que saiu
dos US$ 650 milhões no mês anterior para nada menos que US$ 5,5 bilhões, em
maio. Durma-se com um barulho desses.
A renda fixa esteve em queda, com saídas líquidas de US$ 32 milhões, em maio, apesar da Selic. Para os próximos meses é de se esperar por número menores, mas nada que ponha em dúvida a capacidade do IED financiar parte do déficit em conta corrente projetado para 2014 em algo na casa dos US$ 80 bilhões.
A renda fixa esteve em queda, com saídas líquidas de US$ 32 milhões, em maio, apesar da Selic. Para os próximos meses é de se esperar por número menores, mas nada que ponha em dúvida a capacidade do IED financiar parte do déficit em conta corrente projetado para 2014 em algo na casa dos US$ 80 bilhões.
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Sobre o último pacote (1)
Não há dúvida que no Brasil de hoje os investimentos devem
ser incentivados. Nesse sentido, há que se aplaudir as medidas finalmente
anunciadas pelo governo federal. O pacote mostrou que algumas coisas foram
aprendidas e assimiladas pelo governo e outras não.
Entre as não aprendidas, destaca-se:
1)
Investimentos só se perfazem, em qualquer país, se,
e quando, houver mercado com dimensões suficientes para retornar os capitais
investidos. Sem mercado é as razões para eles desaparecem.
2)
É preciso garantir condições institucionais que
ofereçam segurança jurídica aos aportes esperados e que os mantenham isentos
das mudanças de regras durante um longo período. O intervencionismo estatal é
por isso mal visto, embora sejam aceitas regulações e fiscalizações que não
cerceiem a livre iniciativa.
3)
Fundamentos econômicos não podem sofrer
flexibilizações, sob pretexto de ampliar o consumo, aumento de renda ou o nível
de emprego. O fim dessa história é conhecido como inflação elevada e suas
consequências mais cruéis.
Em relação ao que se aprendeu, o pacote mostrou a
impropriedade de estabelecer prazos para duração das bondades. O que se espera
é que decisões, como a do Reintegra, transformem-se em política econômica,
descaracterizando subsídios temporários, com prazo de validade estabelecido no
rótulo, por medida provisória. Ninguém tomará uma decisão de investimento em
uma economia se souber que as condições que sustentam a decisão deixarão de
existir a partir de tal data. Isso parece que o governo entendeu.
Por fim e independentemente dos méritos desse pacote, será
forçoso reconhecer que o governo apenas produziu esse conjunto de medidas para reverter
sua má avaliação entre empresários, com olhos em sua reeleição. Não porque
creia em economia de mercado ou porque se identifique com a livre iniciativa. O
empresariado sabe disso e não gostaria de ver esse governo no comando da
economia nos próximos anos.
De fato, as empresas receberam um agrado insuficiente, um
afago, acompanhado por sorrisos falsos. Um abraço. De tamanduá.
quarta-feira, 18 de junho de 2014
É preciso ser áspero com a inflação
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segunda-feira, 16 de junho de 2014
Protegendo?
Ao preservar, podemos estar destruindo
Longe
de querer “ensinar o Padre Nosso pro Vigário”, o fato é que as pesquisas apontam remanescer um potencial de mercado crescente e abandonado pelo
sistema bancário e que deliberadamente busca por alternativas de
financiamentos, mesmo que a custos significativamente mais elevados. Financiar
esse expressivo segmento da economia nacional pode levar a perdas, como nos
ensinam os melhores banqueiros; não financiá-los levará às deseconomias de
escala, pressionando custos, spreads e juros nos seletos segmentos hoje
servidos. Há até quem preconize um novo movimento de desintermediação bancária
que, se ainda não ocorreu mais claramente, foi pela presença nesse segmento dos
bancos públicos, cujos ativos cresceram expressivamente nesses últimos períodos. Em
momento de baixo crescimento não se pode ignorar na prospecção de novos
negócios a existência de segmentos ativos. Também não se podem perder negócios
entre os clientes atuais. Esses clientes buscam por outros bancos para realizar
as operações que o seu principal banqueiro não quis fazer. Há uma nítida
desconcentração dos negócios dos clientes em bancos concorrentes. O cliente, desfidelizado, se vê
obrigado a trabalhar com um número maior de bancos para ver suas necessidades
financeiras atendidas. As
deseconomias de escala, ou de escopo, a renúncia a segmentos ativos com risco
mais altos, mas ainda administráveis, o enxugamento do portfólio de crédito, a
consequente desintermediação bancária e a desconcentração dos negócios dos
clientes atuais por um número menor de bancos respondem atualmente pelas piores pressões sobre
custos e receitas dos bancos.
sexta-feira, 13 de junho de 2014
Enquanto se disputa a copa
Falta velocidade ao PIB Brasileiro
O IBC-Br
apenas confirmou o que já se sabia: um crescimento miserável de março para
abril de 0,12%. Na comparação com março do ano anterior o recuo foi de -2,3%.
Na opinião de analistas, o segundo trimestre desse ano deve apresentar
crescimento nulo, uma rara proeza do intervencionismo governamental. Por outro
lado, para o ano todo, isso pode ser ainda pior, com o PIB frequentando o
território dos números negativos. A surpresa agradável veio da China, com
publicações de novos indicadores econômicos:
- As vendas no varejo mostraram um crescimento de 12,5%em mio, ante maio de 2013, acelerando o crescimento em relação aos 11,9% do mês anterior.
- O investimento em ativos fixos urbanos mostrou expansão de 17,2% até o mês de maio em comparação ao mesmo período do ano passado.
- A produção Industrial cresceu 8,8%a/a também em maio, repetindo praticamente a mesma taxa do mês anterior. É de dar inveja.
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