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sábado, 29 de novembro de 2014

Tendências

Os maiores movimentos de mercado
O real apresentou-se em depreciação. Já se pode falar em tendência de enfraquecimento da moeda nacional para os próximos mêses, com baixa pressão sobre a inflação interna. A tendência obedece a alguns drivers mais fortes. Em primeiro lugar, a apreciação do dólar tornou-se uma tendência no mercado mundial de moedas. Em segundo lugar, as políticas monetária e fiscal projetadas pela nova equipe econômica devem ter impactos significativos sobre a demanda, combatendo a inflação, papel antes desempenhado pela política cambial. Para isso concorrem os juros elevados da economia brasileira, a redução dos gastos público e queda na oferta de crédito. Finalmente, o mercado sinaliza para uma posição confortável  em relação à redução das intervenções diárias do Banco Central no câmbio. Os produtores de petróleo reunidos decidiram manter a produção diária, acelerando o ritmo de queda do preço do óleo no mercado mundial. A Petrobras agradece, comovidamente.

Ortodoxia

Depois do errar, é preciso corrigir depressa!
De tudo que se tem comentado sobre a economia brasileira, chama atenção a queda dos investimentos. Veja a tabela abaixo: 





PARTICIPAÇÃO
ANO
FBCF / PIB1
FBCFcc / PIB
FBCFcc / FBCF

(%)
(%)
(%)
1995
18,3
8,0
43,8
1996
16,9
8,2
48,6
1997
17,4
8,6
49,7
1998
17,0
8,8
52,1
1999
15,7
8,3
52,9
2000
16,8
8,3
49,6
2001
17,0
7,9
46,5
2002
16,4
7,7
47,3
2003
15,3
6,8
44,2
2004
16,1
7,0
43,7
2005
15,9
6,7
42,3
2006
16,4
6,6
40,4
2007
17,4
6,7
38,3
2008
19,1
6,9
36,3
2009
18,1
7,6
42,3
2010*
19,5
7,9
40,6
2011*
19,3
8,0
41,4
2012*
18,2
8,0
43,8
2013*
18,4
7,7
41,8
A relação entre a taxa bruta de formação de capital fixo e PIB, está em queda, segundo as estimativas do CBIC, mostrando que a contribuição dos investimentos para o PIB nacional tem sido negativa ao longos dos últimos 4 anos. No longo prazo, o emprego pode ficar comprometido e reduzir o consumo ainda mais do que os dados publicados ontem mostraram. Com investimentos continuando a cair, a criação de vagas de trabalho já é motivo de preocupação. Some-se agora, os efeitos provocados pela alta dos juros, pelo crescimento dos preços (derivados de pressões inflacionárias) e redução da oferta de crédito. A mistura torna-se explosiva no consumo das famílias. Se os investimentos não ampliam a oferta, o consumo derruba a demanda. O resultado disso tudo é um PIB com expansão de 0,1% no trimestre, mesmo com a expansão dos gastos públicos. A esse propósito, em janeiro desse ano, o déficit público representava 3,6% do PIB, em outubro, ele passou a representar 5,0% sobre o PIB. Trata-se de uma situação onde o país, estagnado em seu PIB, com baixa poupança, vê sua dívida pública aumentar, seus investimentos e seu consumo caírem. É momento de voltar a trabalhar o tripé dos fundamentos econômicos, no melhor estilo ortodoxo. Resta saber o que fazer com o PT.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O mundo em poucos números

As economias flutuam conforme
os ventos sopram
A Espanha conseguiu reduzir seu déficit comercial graças ao crescimento de suas exportações, sinalizando para uma recuperação associada mais fortemente ao mercado externo. Na zona do euro, a publicação de alguns PMIs frustrou as expectativas de analistas e sinalizou para um período maior de recessão. O crescimento não deverá ocorrer tão logo. Já a Alemanha, depois de uma rápida temporada de indicadores com desempenho abaixo do esperado, aparece com um aumento de 15% no ZEW (indice de confiança empresarial), referente ao mês de novembro. A Zona do Euro registrou um superávit comercial de 18,5 bilhões de euros em setembro, com um excedente de sua balança comercial de 8,6 bilhões, em agosto, conforme noticiou a agência de estatísticas europeias Eurostat. As cifras revisadas mostram um aumento das exportações de 4,2% em relação a agosto, e das importações de apenas 3%. Um ano antes, a Zona do Euro havia registrado um excedente comercial de 10,8 bilhões de euros.
O conjunto da União Europeia registrou um excedente de 2,6 bilhões em setembro, contra um déficit de 8,8 bilhões em agosto. Por outro lado, Draghi cogitou sobre as compras de títulos do governo. Os Estados Unidos mostram avanço na atividade industrial e confiança crescente no setor da construção e no mercado imobiliário. A isso se agrega a preocupação do FOMC com a inflação. Na Ásia, a notícia mais triste da semana veio do Japão. Os números do PIB japonês apresentaram uma queda inesperada. A ideia de aumentar o imposto sobre consumo parece não ter sido muito feliz. A China confirmou a fase difícil da Ásia. Mostrou uma redução de seu PMI e, portanto, de uma provável redução de sua atividade econômica. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O mercado de trabalho emite seus sinais

O quadro do desemprego parece favorável.
Mas não é.
Mesmo com a taxa de desemprego em queda no mês de outubro (de 4,9% para 4,7%), segundo o IBGE, não há muito que comemorar. O resultado foi alcançado pelo aumento do crescimento do “emprego por conta própria” em prejuízo daquele criado por “carteira assinada”. Esse último apresentou-se em queda de 0,3%, face ao mês anterior. Sabe-se que o emprego por conta própria embute riscos maiores por estar mais sujeito aos efeitos das flutuações econômicas, ademais de não fazer jus a outros benefícios. Em outras palavras, eles custam bem menos a quem contrata. Os custos das relações trabalhistas estabelecidos pela assinatura das carteiras de trabalho incentivam a busca por outras formas de contratação que, no jargão dos sindicalistas, levam à precarização do trabalho. Os números desse mês, às vésperas do Natal, deixam clara a estratégia defensiva do empregador. Sem crédito para formar estoques nessa época do ano e para atender as outras demandas de capital de giro, o empregador debate-se com impostos elevados, encargos sociais desmedidos e juros altíssimos. Não lhe resta alternativa, senão contratar autônomos e pessoas jurídicas que amenizam seus custos. É hora de flexibilizar as relações de trabalho e de reduzir o custo de contratar para garantir a queda do desemprego e o ânimo empresarial de assinara as carteiras.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ainda não há sinais de mudanças

À espera
As expectativas são grandes. O marasmo parece maior. Nova queda na produção industrial foi apontada pelo IBGE para o mês de setembro. O setor ainda mostra redução no nível de emprego nesse mês de 0,7%. É a sexta queda consecutiva. P nível de ocupação na indústria a acumula um recuo de 2,6%, considerados os últimos doze meses. A indústria permanece em processo de sucateamento. A inflação permanece acima do teto da meta. O Congresso nega-se a aceitar as maquiagens das contas públicas. Técnicos pedem ajustes mais fortes nas políticas fiscal e monetária. A área econômica permanece imobilizada, sem definições de nomes e sem mudanças em sua estrutura. As expectativas crescem junto com as frustrações. Não há sinais de mudanças. 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Represamento problemático

Represar traz desequilíbrios.
A primeira prévia do IGP-M mostra, para novembro, inflação de 0,51%, bem acima do resultado de outubro de 0,28%. A perspectiva para a inflação tem se agravado entre os analistas. Os ajustes cambiais, depreciando o real mais rapidamente, somam-se a reajustes dos combustíveis e desenham uma inflação mais alta, com elevação do grau de dispersão pelos preços da economia. Alimentação, transportes e construção civil devem ser os maiores focos de pressão nos próximos períodos. Para alguns analistas menos otimistas o teto superior da meta vai ser estourado e já está fora de hipótese que o governo consiga combater a resiliência inflacionária. Devagar e com prudência os mais otimistas evoluem a hipótese de crescimento dos preços. Mas, nos dois casos, já se discutem sobre valores entre 6,8 e 6,9 %.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Para garantir empregos

Sem indústria o emprego fica ameaçado
Tradicionalmente os melhores salários estão no setor industrial. Infelizmente, a produção da indústria brasileira, no mês de setembro, apresentou um recuo de 0,2% em relação ao mês anterior, segundo as pesquisa industrial mensal do IBGE. No comparativo com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de -2,1%. A indústria nacional está sucateada. Refazê-la pede um plano de longo prazo, com articulação de inúmeras políticas públicas como as de tecnologia, educação e cultura. Uma tarefa para além de um estado aparelhado. É preciso desmontar mitos e pensar novos paradigmas, afastados das ideologias já mortas e não sepultadas. Caso contrário, o emprego está ameaçado e o trabalho tornará real o de fantasma da precarização. No ano de 2014, a produção industrial já acumula queda de 2,9% e, nos últimos 12 meses, a queda é de 2,2%. No terceiro trimestre deste ano, ao recuo foi de -3,7% em relação ao mesmo período de 2013. Os setores que mais contribuíram para a queda foram produtos alimentícios, com redução de 4,1%, e produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com -1,3%. Curiosamente, os setores veículos automotores, reboques e carrocerias, apresentaram-se em alta de 10,1%, e produtos farmacêuticos e farmoquímicos, com desempenho similar, evitaram que as quedas fossem ainda maiores. É preciso definir setores estratégicos e quais serão as políticas tecnológicas horizontais que possam trazer ganhos de produtividade. Políticas tão verticais quantos as adotadas até agora, mostram interesses políticos, diversos dos perseguidos pela boa formulação rumos para a economia para o país.