2015 talvez não seja tão ruim assim.
Alguns fatos
podem ser considerados positivos na economia brasileira e dariam ensejo a crescimentos
maiores que os esperados por analistas nacionais e estrangeiros. Nessa
visão, a valorização do real tem ajudado os exportadores, sobretudo aqueles localizados
no interior do país. É verdade também que a cotação mais forte da moeda nacional
tem restringido as importações de bens produzidos no exterior e favorecido sua
substituição por produtos brasileiros. Por
outro lado, as medidas de crescimento do PIB nacional apresentam resultados que
em nada apontam para cenários tão desoladores como os construídos para 2015. O IBGE, por exemplo, mostra, nas revisões que faz do PIB, um desempenho mais
elevado que os das previsões apresentadas na grande mídia. Também o IBC-BR de
fevereiro, indicador antecedente do Bacen, surpreendeu com um crescimento superior
aos que eram esperados. As
previsões talvez sejam tão pessimistas em função da queda abrupta das
principais commodities exportadas pelo Brasil, em grande parte, decorrente da
redução das compras chinesas no mercado internacional. Também é verdade que o
cenário mundial ainda é deflacionário, embora dois fatos em sentido contrário
estejam em curso. Primeiro, a recuperação europeia é uma realidade e seus impactos
deverão ser sentidos, pela economia mundial, ainda em 2015. Segundo, a economia norte-americana,
apesar do enfraquecimento recente, também tem desenhado um cenário mais
benigno para a economia brasileira. Nesse contexto, o comportamento da
economia japonesa pode ser relevante, imputando maior dinamismo à economia
global e, por via de consequência, à economia brasileira. 2015, será um ano de retração, sobretudo na indústria e no comércio. Mas seria possível, mesmo nesse caso, que o
crescimento nacional não venha no campo dos números negativos.
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