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quinta-feira, 31 de março de 2016

Incerteza e ousadia

O complexo mercado cambial
Entender as tendências de valorização/desvalorização do dólar é sempre um exercício complexo, difícil e, ao mesmo tempo, fascinante. Prognósticos embutem certa dose ousadia, dadas as incertezas tão variadas que revestem esse problema.
No longo prazo, espera-se pela valorização do dólar em relação à moeda nacional, em função da alta dos juros nos Estados Unidos que, segundo se pensa, atrairia capitais dos mercados emergentes em função da melhoria da relação segurança versus rentabilidade naquele país.
Se no curto prazo o comportamento do real tem sido o de valorizações sucessivas, isto decorreu sobretudo pelo cenário político, que, rotineiramente, amplia a volatilidade dos ativos como um todo. Contribuiu também para isso a entrada de dólares no mercado local no mês de março, inclusive com a presença renovada dos investidores estrangeiros na nossa bolsa de valores que apresentou alta de  23,22%, até a sessão de 3ª feira.
Lembrem-se, entretanto, que ao Banco Central interessa que a moeda americana esteja cotada entre R$ 3,70 e R$ 4,00. Afinal, dólar mais baixo segura inflação e, dólar mais alto, expande as exportações. O mercado não se interessa por macroeconomia, quer apenas realizar ganhos nas suas operações e considera outras variáveis, tais como, o processo de impeachment, relatório trimestral de inflação no Brasil, leilão de 17.000 swaps reversos, mercados em queda no exterior e discursos de membros do FOMC.
Tudo bem batido em um grande liquidificador, transforma-se em um prognóstico final. Você há de concordar comigo: estamos diante de um problema complexo, difícil e ao mesmo tempo, fascinante. Haja ousadia bastante para tantas dúvidas e incertezas.

terça-feira, 22 de março de 2016

Combatendo o baixo crescimento

As commodities não ajudam.
Nos Estados Unidos, parece afastada, no curto prazo, a hipótese de altas nas taxas de juros. O Fed condicionou essa decisão ao comportamento do cenário internacional. Isso significa que a possibilidade de novos aumentos está mais uma vez procrastinada.
A União Europeia conserva sua tendência de crescimento discreto, mesmo depois das últimas medidas do BCE para ampliar a liquidez na região. A Grécia ainda é a pedra no sapato da Europa.
Na China, como na Europa, o governo é cada vez mais atuante, e não tem economizado nas medidas expansionista, com o objetivo de garantir o novo padrão de crescimento definido pelas autoridades econômicas de Pequim.
Petróleo, soja, minério de ferro e outros commodities têm apresentados sucessivas baixas, com pontos de respiros ocasionais. O petróleo e o minério de ferro, por exemplo, tiveram altas na semana passada. Preços baixos podem trazer deflação às grandes e prejudicar os esforços de aceleração das atividades nesses países.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Fed está cauteloso

 Juros mantidos nos EUA
A produção industrial norte-americana recuou 0,5% em fevereiro. Em janeiro, havia apresentado avanço de 0,8%. A utilização da capacidade instalada da indústria, como um todo, recuou. O,4%, vindo para 76,7%.
Esses recuos não devem impressionar os analistas, sobretudo porque a indústria de transformação, tida sempre como a mais importantes para a sustentação da atividade econômica, cresceu 0,2%.
Ainda assim o Fed não perdoou e manteve a taxa de juros nos 0,5%. Para isso, pesou na decisão, não só o ritmo da economia norte-americana, como as instabilidades internacionais. O mercado de trabalho vai bem, reduzindo o nível de desemprego consistentemente e o consumo continua a crescer.

quinta-feira, 10 de março de 2016

A gente vai levando

Deixa como está, para ver como é que fica
Salários e renda em queda, real em rota de apreciação, política fiscal desajustada, dívida pública em crescimento, inflação em queda apenas episódica, tudo recomenda que o Banco Central deixe a economia no ponto morto. Não dá para frear, subindo os juros que a recessão se agrava, e não dá para acelerar, baixando juros, porque a inflação pode sair definitivamente de controle. A inércia empurra o país.
Falando em inércia, o Banco Central espreita à distância. Decidir não decide. O mercado quer entender se haverá corte de juros. O Banco Central quer saber se a estratégia da política econômica será alterada, mantida ou esquecida.
Justiça seja feita, o problema é fiscal e não há o que fazer fora disso. O jeito então é monitorar os fatos. Decisões só mais à frente.

terça-feira, 8 de março de 2016

Volatilidade

Piques e repiques
As reações aos últimos episódios da vida nacional não provocaram 
mudanças definitivas nos mercados financeiros. Nada parece, no médio prazo, mudar tão significativamente. É verdade que, face ao crescimento das expectativas sobre mudança de governo no país, as bolsas subiram e o dólar caiu. Acompanhando esse súbito otimismo que tomou conta do mercado, os juros futuros também, entraram em ligeira queda. Tudo ao sabor da irracionalidade característica aos investidores.
O ex-presidente Lula ocupou lugar central nesses eventos recentes, de um lado porque prometeu voltar em 2018, de outro, porque a convicção geral dos mercados é que ele não voltará da enrascada em que se meteu.
Parece esquecido, neste contexto, que reverter ou corrigir a situação fiscal não é tarefa fácil, nem de curto prazo. Sua dinâmica passa um agravamento dos custos sociais envolvidos nesse acerto e seus resultados são incertos.
Tudo isso torna muito lábil e duvidoso o comportamento dos preços do ativos nesses próximos dias. A recomendação é a de muita prudência em relação ao mercado de capitais seus movimentos de curto prazo.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Em cima da hora


Os investidores ficam atrás do toco
Com crise e tudo, vejam o Boletim da Bolsa, mostrando números surpreendentes: 
E as médias diárias de março quase atingem os 7.500 milhões
Estamos próximos do início da recuperação?

Um ano de dar trtisteza

Em cima da hora
O PIB da indústria foi o que apresentou o maior recuo:  6,2. O setor de serviços apresentou recuo de 2,7%, enquanto a agropecuária cresceu 1,8%.
Os investimentos tiveram queda de 14,1%, em 2015. O consumo das famílias recuou 4,0%. Os gastos do governo caíram 1,0%.
O setor externo contribuiu com 2,8 pontos percentuais no ano, com crescimento de 6,1% das exportações e queda de 14,3% das importações.