O
complexo mercado cambial
Entender
as tendências de valorização/desvalorização do dólar é sempre um exercício complexo,
difícil e, ao mesmo tempo, fascinante. Prognósticos embutem certa dose ousadia, dadas
as incertezas tão variadas que revestem esse problema.
No longo
prazo, espera-se pela valorização do dólar em relação à moeda nacional, em
função da alta dos juros nos Estados Unidos que, segundo se pensa, atrairia
capitais dos mercados emergentes em função da melhoria da relação segurança versus
rentabilidade naquele país.
Se
no curto prazo o comportamento do real tem sido o de valorizações sucessivas, isto
decorreu sobretudo pelo cenário político, que, rotineiramente, amplia a volatilidade
dos ativos como um todo. Contribuiu também para isso a entrada de dólares no
mercado local no mês de março, inclusive com a presença renovada dos
investidores estrangeiros na nossa bolsa de valores que apresentou alta de 23,22%, até a sessão de 3ª feira.
Lembrem-se,
entretanto, que ao Banco Central interessa que a moeda americana esteja cotada entre R$ 3,70
e R$ 4,00. Afinal, dólar mais baixo segura inflação e, dólar mais alto, expande
as exportações. O mercado não se interessa por macroeconomia, quer apenas realizar ganhos nas suas operações e
considera outras variáveis, tais como, o processo de impeachment, relatório
trimestral de inflação no Brasil, leilão de 17.000 swaps reversos, mercados em
queda no exterior e discursos de membros do FOMC.
Tudo bem batido em um grande liquidificador, transforma-se em
um prognóstico final. Você
há de concordar comigo: estamos diante de um problema complexo, difícil e ao
mesmo tempo, fascinante. Haja ousadia bastante para tantas dúvidas e incertezas.
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