Agora é tarde demais
Os indicadores de atividade econômica dos
últimos dias induzem economistas a pensar que já estaríamos vivendo uma recessão
técnica, com um PIB se contraindo ainda mais nesse trimestre. As previsões
feitas para o restante do ano falam em quedas nos investimentos, de modo a
folgar ainda mais o mercado de trabalho. Somam-se a isso o crescimento do número
de famílias endividadas e o maior grau de endividamento dessas famílias. O
encurtamento do crédito também não deve sofre alterações significativas, mesmo
com o inteligente pacote engendrado pelo Ministro Mantega. O clima eleitoral será decisivo para a
confirmação dessa previsão. Portanto, não seria prudente acreditar em cenários
tão definitivos. Vivemos um momento de curiosas contradições econômicas, com
imprudências e austeridades que se revezam. De um lado a política fiscal é
claramente expansionista, enquanto a política monetária mostra-se profundamente
contracionista. Por outro lado, na política salarial os aumentos de renda
sugerem crescimento e a taxa cambial sugere contração. A boa teoria econômica manda fazer
exatamente o inverso: austeridade fiscal e redução da taxa de juros; aumentos
salariais, acompanhando os ganhos de produtividade, e cambio com o real menos
valorizado em relação ao dólar. Mas a eleição se aproxima e é pouco
provável que haja disposição para essa reversão de sentido na economia nacional.
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