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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Invertendo o sentido das decisões

Agora é tarde demais
Os indicadores de atividade econômica dos últimos dias induzem economistas a pensar que já estaríamos vivendo uma recessão técnica, com um PIB se contraindo ainda mais nesse trimestre. As previsões feitas para o restante do ano falam em quedas nos investimentos, de modo a folgar ainda mais o mercado de trabalho. Somam-se a isso o crescimento do número de famílias endividadas e o maior grau de endividamento dessas famílias. O encurtamento do crédito também não deve sofre alterações significativas, mesmo com o inteligente pacote engendrado pelo Ministro Mantega. O clima eleitoral será decisivo para a confirmação dessa previsão. Portanto, não seria prudente acreditar em cenários tão definitivos. Vivemos um momento de curiosas contradições econômicas, com imprudências e austeridades que se revezam. De um lado a política fiscal é claramente expansionista, enquanto a política monetária mostra-se profundamente contracionista. Por outro lado, na política salarial os aumentos de renda sugerem crescimento e a taxa cambial sugere contração. A boa teoria econômica manda fazer exatamente o inverso: austeridade fiscal e redução da taxa de juros; aumentos salariais, acompanhando os ganhos de produtividade, e cambio com o real menos valorizado em relação ao dólar. Mas a eleição se aproxima e é pouco provável que haja disposição para essa reversão de sentido na economia nacional.


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