Medidas de estímulo têm pouco impacto nas liberações
Por Roseli Loturco | De São Paulo
As medidas de estímulo ao crédito anunciadas pelo Banco Central no dia
25 de julho agradaram os economistas, mas devem ter efeito modesto. Nove entre
dez economistas ouvidos pelo Valor afirmam que o resultado na aceleração da
concessão de empréstimos para este e o próximo ano está perto de zero. Os
fatores que estão travando esta indústria hoje são conjunturais e não devem
mudar até a metade de 2015.
"Do ponto de vista técnico, liberar R$ 45 bilhões ao mercado com política de compulsório e outros estímulos é positivo para o crédito. Mas vejo um problema conceitual aí, pois no dia anterior, a ata do Copom disse que os juros vão continuar altos", considera o professor de finanças da Fundação Getulio Vargas, Fábio Gallo. As posições do BC, na opinião do professor, são excludentes e antagônicas. "Foi 'uma no cravo e outra na ferradura'. Gostaria que o governo desse um sinal mais claro sobre o que ele quer, pois a política de juro alto desestimula o consumo", questiona.
Há quem discorde. Na opinião do professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, Celso Grisi, a iniciativa do BC deve, sim, favorecer a ampliação do crédito. "Sobretudo porque estimula bancos a comprar ativos de créditos de outras instituições financeiras e porque disponibiliza uma maior quantidade de recursos, na mesma proporção em que reduz os compulsórios", defende.
Em seu raciocínio, depois de um período de baixo crescimento, os agentes econômicos da indústria e do comércio estão com seus estoques altos e com obrigações financeiras junto a fornecedores, além de compromissos fiscais a vencer ou já vencidos. "Isso significa que o crédito corresponde a uma substituição de dívidas, desacompanhada da expansão do faturamento", afirma. Já em relação a pessoas físicas, Grisi considera que o ambiente econômico conspira contra o crescimento do crédito e do consumo, que sofrem com a redução do ritmo de aumento da renda real. A inflação passada e a que está por vir agravam ainda mais esse quadro e pressionam a inadimplência. Há de se considerar ainda que as famílias estão mais endividadas e o crédito está mais caro.
http://www.fractalconsult.com/sites/default/files/valor_economico_-_08-08-2014.pdf
"Do ponto de vista técnico, liberar R$ 45 bilhões ao mercado com política de compulsório e outros estímulos é positivo para o crédito. Mas vejo um problema conceitual aí, pois no dia anterior, a ata do Copom disse que os juros vão continuar altos", considera o professor de finanças da Fundação Getulio Vargas, Fábio Gallo. As posições do BC, na opinião do professor, são excludentes e antagônicas. "Foi 'uma no cravo e outra na ferradura'. Gostaria que o governo desse um sinal mais claro sobre o que ele quer, pois a política de juro alto desestimula o consumo", questiona.
Há quem discorde. Na opinião do professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, Celso Grisi, a iniciativa do BC deve, sim, favorecer a ampliação do crédito. "Sobretudo porque estimula bancos a comprar ativos de créditos de outras instituições financeiras e porque disponibiliza uma maior quantidade de recursos, na mesma proporção em que reduz os compulsórios", defende.
Em seu raciocínio, depois de um período de baixo crescimento, os agentes econômicos da indústria e do comércio estão com seus estoques altos e com obrigações financeiras junto a fornecedores, além de compromissos fiscais a vencer ou já vencidos. "Isso significa que o crédito corresponde a uma substituição de dívidas, desacompanhada da expansão do faturamento", afirma. Já em relação a pessoas físicas, Grisi considera que o ambiente econômico conspira contra o crescimento do crédito e do consumo, que sofrem com a redução do ritmo de aumento da renda real. A inflação passada e a que está por vir agravam ainda mais esse quadro e pressionam a inadimplência. Há de se considerar ainda que as famílias estão mais endividadas e o crédito está mais caro.
http://www.fractalconsult.com/sites/default/files/valor_economico_-_08-08-2014.pdf
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