Investimento Externo Direto mudou de nome
Decidir
sobre investir no Brasil requer uma avaliação do ambiente de negócios. Nesse
momento, há razões de sobra para explicar a redução desses investimentos no
país: altos impostos corporativos, a demora para se abrir e fechar um negócio,
o custo elevado dos trâmites burocráticos, a ainda frágil governança
corporativa. Esses elementos tornam o país menos atraente para o investimento
direto. Onde está
o olho do investidor, portanto? Na carga tributária, encargos sociais e
legislação trabalhista, na defasagem da educação e da saúde, na ineficiência da
infraestrutura em áreas como transportes, telecomunicações, energia e,
sobretudo, no excesso de regulamentação econômica a que seus investimentos se
sujeitariam ao dar entrada no Brasil. Todas as avaliações são
convertidas em custos para a tomada de decisão. Custos de mão-de-obra, custos gerados
pela ineficiência da infraestrutura de transportes (com ênfase no sistema
portuário), tributação e regulação, etc. O Investimento Direto no
País (IDP) registrou entrada líquida de US$ 5,8 bilhões no mês de abril,
comparado à entrada de US$ 4,3 bilhões em março. Com isso, nos últimos doze
meses, até abril, acumulou entrada de US$ 86,1 bilhões, o equivalente a 3,89%
do PIB. As entradas de renda fixa e de ações, por sua vez, foram positivas em
US$ 3,5 milhões e US$ 3,8 bilhões, respectivamente. Em maio,
o Investimento Externo Direto no País registrou, em maio, entrada líquida de
US$ 6,6 bilhões, comparado à entrada de US$ 5,8 bilhões em abril. Dessa forma,
nos últimos doze meses até maio, o IED acumulou entrada de US$ 86,1 bilhões, o
equivalente a 3,89% do PIB. As entradas de renda fixa e de ações, por sua vez,
foram positivas em US$ 1,1 bilhão e US$ 2,1 bilhões, respectivamente. O que
estaria motivando o investidor internacional a trazer seu dinheiro, ou parte
dele, para uma país economicamente tão frágil? Também, para isso,
há razões de sobra: buscam realizar transferência de tecnologia, integração
vertical ou horizontal, superar restrições às importações, obter subsídios e
financiamentos governamentais, ou ainda aproveitar de fatores de demanda,
fatores de custo, abrir mercados, garantir o aprovisionamento ou menor custo de
aquisição de matérias-primas, diversificar ou minimizar riscos, integrar
algumas de suas operações, utilizar conhecimentos já existentes, aproveitar
situações cambiais, aprofundar relações com outras multinacionais existentes
por aqui, obter economias em operações sincronizadas, obter vantagens de
Marketing, obter vantagens administrativas ou algumas outras vantagens
específicas. Do cotejo das vantagens
com as desvantagens saem as decisões de investimentos. E aí o Brasil continua a
ser uma alternativa interessante. Por
fim, observo que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) na nota de Contas
Externas brasileiras, divulgada pelo Banco Central, passou a se chamar
Investimento Direto no País (IDP). A mudança de nomenclatura faz parte das
alterações implementadas pela instituição para acompanhar a nova edição do
manual de balanço de pagamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI). A
última revisão ocorreu em 2001. O Investimento Brasileiro Direto (IBD) também
mudou e agora passa a se chamar Investimento Direto no Exterior (IDE).
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