A natureza do protecionismo
norte-americano
É no mínimo
estranho que, no mundo globalizado, viesse dos Estados Unidos, uma proposta
tão retrógrada para as relações comerciais entre blocos, países e empresas. Mais
estranho porque são os norte-americanos um dos principais gestores das grandes
cadeias globais de valor. Trump enviou recentemente ao Senado de seu país a agenda
da política para o comércio exterior, que mais parece à uma reedição ingênua da
doutrina mercantilista e das práticas comerciais dos séculos XVII e XVIII. Trata-se
da intervenção, quase monárquica, do governo na economia, para proteger as
indústrias locais.
Em síntese,
a proposta contempla a proteção às indústrias nacionais contra a concorrência
internacional, por meio do aumento de impostos de importação, de subsídio à
produção local, criação de normas e de outras barreiras técnicas, adicionadas
de ingredientes isolacionistas como construção de muros e repatriação de
unidades industriais. Tudo eivado do mais profundo desrespeito às regras do
comércio internacional, às instituições supranacionais, à ordem econômica e à
governança mundial. Coisas de fazer os velhos fisiocratas virarem em seus
caixões.
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