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quarta-feira, 8 de março de 2017

Enfiando o pé na jaca

A natureza do protecionismo norte-americano
É no mínimo estranho que, no mundo globalizado, viesse dos Estados Unidos, uma proposta tão retrógrada para as relações comerciais entre blocos, países e empresas. Mais estranho porque são os norte-americanos um dos principais gestores das grandes cadeias globais de valor. Trump enviou recentemente ao Senado de seu país a agenda da política para o comércio exterior, que mais parece à uma reedição ingênua da doutrina mercantilista e das práticas comerciais dos séculos XVII e XVIII. Trata-se da intervenção, quase monárquica, do governo na economia, para proteger as indústrias locais.
Em síntese, a proposta contempla a proteção às indústrias nacionais contra a concorrência internacional, por meio do aumento de impostos de importação, de subsídio à produção local, criação de normas e de outras barreiras técnicas, adicionadas de ingredientes isolacionistas como construção de muros e repatriação de unidades industriais. Tudo eivado do mais profundo desrespeito às regras do comércio internacional, às instituições supranacionais, à ordem econômica e à governança mundial. Coisas de fazer os velhos fisiocratas virarem em seus caixões.

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