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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Bruxelas no centro dos acordos biregionais

                  A questão é complicada,
mas pode avançar
A presidente Dilma Rousseff participou da 7ª Cúpula Brasil-União Europeia.
A Europa é a principal parceira comercial do Brasil. Os dados mostram que nessa relação a União Europeia importou, nos nove primeiros meses de 2013, € 24,9 bilhões em produtos brasileiros. Por outro lado as exportações para o Brasil alcançaram a cifra de € 30,4 bilhões. Os países europeus com maior fluxo de comércio com o Brasil são, em ordem decrescente, a Alemanha, a França, a Itália e a Espanha.
O esforço brasileiro de ampliar a parceria bilateral justifica-se pela necessidade de aumentar a competitividade da indústria nacional, de receber um nível maior de investimentos e pela necessidade de padronização de normas para os produtos dos dois países. Por outro lado, será preciso dar curso ao acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, negociado há 15 anos. O Mercosul tem imposto alguns entraves a essas negociações na medida em que se opõe à redução de tarifas, firmando uma posição protecionista da qual o Brasil tem se afastado. Os europeus ainda insistem em seus inaceitáveis subsídios à agricultura, dificultando com isso o acesso aos produtos do Mercosul. Outro ponto em questão diz respeito ao sistema de tributação da Zona Franca de Manaus que, nesse instante, é objeto de consulta da União Europeia na Organização Mundial do Comércio. As medidas fiscais brasileiras em Manaus são vistas como prejudiciais ao comércio internacional: isenção total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), redução de até 88% do Imposto de Importação sobre insumos da indústria, diminuição de 75% do Imposto de Renda, além da isenção do PIS/Pasep e da Cofins nas operações internas da área. Além dos temas relativos à promoção da integração e da cooperação entre os blocos, o encontro precisa encontrar soluções para problemas das atuais relações comerciais que envolvem liberalização progressiva e recíproca dos intercâmbios de bens e de serviços, dos fluxos de investimento nas duas direções, compras públicas, propriedade intelectual, concorrência, solução de controvérsias comerciais, questões sanitárias, fitossanitárias e aduaneiras, comércio eletrônico e harmonização de normas comerciais. Tudo será mais difícil com o envolvimento do Mercosul. Basta imaginar a inexistência, ou a diversidade, de marcos regulatórios para grande parte desses temas Considere-se ainda os problemas de natureza ideológica de alguns de seus membros em relação às compras governamentais e às concessões dos serviços. Não bastasse isso, vemos uma Argentina impedida, pela crise gerada internamente, de aceitar reduções de tarifas e agravamento de suas contas externas. Não restam dúvidas de que esse acordo é um verdadeiro desafio diplomático.

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