Aumenta o número de famílias
endividadas em agosto
A análise dos dados da pesquisa divulgada dias atrás pela Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) traz conclusões bastante
positivas para a atual política de crédito da rede bancária, no Brasil. Os bancos realmente restringiram em alguma medida a oferta
de créditos às pessoas físicas nos últimos tempos, optando por conceder seus
empréstimos com maior qualidade. Em outras palavras, passaram a oferecer
créditos em modalidades com menores riscos, como, por exemplo, o crédito
imobiliário, além de, em menor quantidade, outros produtos em
modalidades menos arriscadas. Essa política provocou duas consequências que podem ser
depreendidas da análise da pesquisa:
1ª) Famílias que até então não tinham dívidas passaram a
endividar-se, sobretudo porque elas recorreram a empréstimos imobiliários com o
sentido de aumentar seus ativos e livrarem-se do aluguéis. Com isso, registrou-se
um aumento do número de famílias endividadas, de 63,0% em julho, para 63,6% em
agosto. São empréstimos de longo prazo, concedidos segundo padrões mais
técnicos, que levam as famílias a aumentar seus patrimônios e não o seu consumo,
de forma artificial, como vinha acontecendo.
2ª) As famílias
apresentaram uma redução da parcela média de renda comprometida com
pagamento de dívidas. A queda registrada foi de 30,2% em julho, para 29,7% em
agosto. Essa redução mostra que a política de restrição às concessões de
crédito vai, aos poucos, desafogando os orçamentos familiares.
Esses dados, por fim, sugerem que a oferta desmesurada de
crédito ao consumo compromete a realidade das famílias, aumenta a
inadimplência e já não sustentam o crescimento econômico.
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