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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Endividamento sadio

Aumenta o número de famílias
endividadas em agosto
A análise dos dados da pesquisa divulgada dias atrás pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) traz conclusões bastante positivas para a atual política de crédito da rede bancária, no Brasil. Os bancos realmente restringiram em alguma medida a oferta de créditos às pessoas físicas nos últimos tempos, optando por conceder seus empréstimos com maior qualidade. Em outras palavras, passaram a oferecer créditos em modalidades com menores riscos, como, por exemplo, o crédito imobiliário, além de, em menor quantidade, outros produtos em modalidades menos arriscadas. Essa política provocou duas consequências que podem ser depreendidas da análise da pesquisa:

1ª) Famílias que até então não tinham dívidas passaram a endividar-se, sobretudo porque elas recorreram a empréstimos imobiliários com o sentido de aumentar seus ativos e livrarem-se do aluguéis. Com isso, registrou-se um aumento do número de famílias endividadas, de 63,0% em julho, para 63,6% em agosto. São empréstimos de longo prazo, concedidos segundo padrões mais técnicos, que levam as famílias a aumentar seus patrimônios e não o seu consumo, de forma artificial, como vinha acontecendo.
2ª)  As famílias apresentaram uma redução da parcela média de renda comprometida com pagamento de dívidas. A queda registrada foi de 30,2% em julho, para 29,7% em agosto. Essa redução mostra que a política de restrição às concessões de crédito vai, aos poucos, desafogando os orçamentos familiares.
Esses dados, por fim, sugerem que a oferta desmesurada de crédito ao consumo compromete a realidade das famílias, aumenta a inadimplência e já não sustentam o crescimento econômico.

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