Como se ações não provocassem reações
Generalizou-se entre analistas e agentes
econômicos a crença que a inflação vai manter-se elevada em 2015 e 2016. Nessa
visão, o IPCA tenderia a alcançar um valor que estaria rondando os 7,0%. Ninguém
acredita que o governo possa reconduzir a inflação para o centro da meta, em
função das pressões que os preços sofrerão com a apreciação do dólar face ao
real, com a própria inércia inflacionária e com os efeitos dos reajustes dos
preços administrados. Esses, segundo os analistas, devem anular qualquer recuo
dos preços livres, mesmo sob os efeitos da grave retração prevista. Ao mesmo tempo, todos conseguem ver o PIB com crescimento
negativo, com aumento de impostos e queda nos investimentos, no emprego, na
renda e no consumo. Parece que o dólar mais forte não remunerará
melhor os exportadores, sobretudo no agronegócio. Parece também que esse
fortalecimento da moeda norte-americana não traria maior competitividade aos minérios
brasileiros. Também são se pensa que um real fraco possa incentivar importações
ou substituir grande parte das importações nacionais. Também passou-se precipitadamente a acreditar
que o capital externo não voltará ao país antes que tudo esteja arrumado, como
se o Brasil, saudável e sem riscos, fosse remunerar os capitais externos. A
remuneração atrai porque é alta. E é alta porque embute riscos. Também não se
imaginou que o Brasil ficou mais barato e por isso muito mais atraente. O pessimismo agora é a regra. Não se cogita de
reações às ações que corrigem e saneiam nossa economia.
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