O emprego já
faz água
Os números
sobre emprego anunciam a exaustão do mercado de consumo face ao baixo nível de investimentos
no país. O setor industrial, esquecido pelas políticas econômicas dos últimos
governos, destruiu cerca de 45.000 empregos em 2014. A construção civil, depois
do estouro de sua bolha, fechou, só no mês de novembro, 50 mil vagas. Os tempos
de pleno emprego parecem estar chegando ao fim. O Brasil criou no ano passado menos
de 25% das vagas de trabalhos criadas em 2010. Se a taxa de
desemprego apontada pela PNAD-Contínua não ultrapassou os 6,8%, isso se deu graças
ao desempenho do comércio e dos serviços, mas que em 2014, arrefeceram seu dinamismo,
e graças à redução do número de pessoas que procuraram emprego nesse período. Aposentados,
com a melhoria dos valores de suas aposentadorias, e jovens, em idade escolar, saíram
do mercado de trabalho, deixando de procurar empregos. Os programas sociais
distribuídos de maneira benevolente, foram um estímulo adicional à renúncia ao
trabalho. Com a
elevação das taxas de juros, a redução do crédito e os justes econômicos
previstos, o mercado de trabalho inicia um ciclo de retração. O crescimento dos
salários tende a ser modesto em 2015, e a renda familiar deve mostrar-se em
queda. A tendência
é que jovens e aposentados voltem para o mercado, à busca da recuperação da
renda de suas famílias e isso, inevitavelmente, pressionará a taxa de
desemprego.
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