Sinais
controversos
Os
investidores reconhecem existir no Brasil grandes oportunidades. Reconhecem também que essas oportunidades ficaram escassas na conturbada economia mundial. Gostariam de estar aportando seus
recursos por aqui, à busca de remunerações mais atraentes e que o país poderia oferecer
a seus capitais. Entretanto, a consulta aos números da economia nacional
mostra:
1) desaceleração
progressiva e prolongada
2) política fiscal expansionista que agrava a relação dívida/PIB
3) inflação elevada, com
índice de difusão crescente
4) política monetária com
taxas de juros baixas e contínua expansão do crédito
5) abandono às metas
inflacionárias
6) câmbio acima dos
R$2,00, mesmo com intervenções do Banco Central
7) paralisação das
reformas estruturais (carga tributária elevada, legislação trabalhista envelhecida
e gargalos na infraestrutura)
Foi
nesse contexto que a fala da presidente produziu efeitos tão acentuados. E não
bastasse isso, a autoridade monetária vem a público para reconhecer que a
inflação para 2013 e par a 2014 ficarão acima dos 5%, afirmando que “trazer o
índice para perto do centro da meta é cenário irrealista”.
Investidores
percebem ainda que o mercado de trabalho continua apertado e os reajustes de
salários prometem continuar acima dos ganhos de produtividade do sistema econômico.
A renda das famílias cresce e os preços dos alimentos, como decorrência do
aumento da demanda interna, manterão a atual trajetória de alta.
São
muitos os desacertos. O governo revela efetivamente não ter um plano econômico,
apenas ostenta um objetivo eleitoral que o cega e domina suas ações. Reformas
produzem desgastes políticos e por isso
serão esquecidas. Austeridade fiscal e rigor monetário trazem efeitos
semelhantes. Os conteúdos das falas oficiais são movidos por interesses apenas políticos imediatos.
A
bolsa era até agora o sinal mais claro dessa desorientação, mas o ouro e o
dólar, liderando o ranking das aplicações, em março, traduzem melhor o imbróglio
econômico oficial.
Peixes morrem pela boca.
Peixes morrem pela boca.