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quinta-feira, 21 de março de 2013

Ignorando papéis e funções

A Moody’s não considerou a natureza
das organizações de fomento
A agência de classificação de risco Moody's acaba de anunciar sua decisão de rebaixar em dois níveis os ratings do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e de sua subsidiária BNDESPar. No mesmo comunicado, anunciou igual decisão para a Caixa – CEF.
O motivo alegado foi a deterioração do crédito dessas instituições.
Como se sabe o governo federal utilizou-se dessas organizações para apoiar as políticas econômicas de combate à crise global, ampliando a oferta de crédito às empresas e às pessoas físicas de modo geral.
O BNDES e do BNDESPar foram rebaixados de A3 para Baa2, com perspectiva positiva, e seu perfil de risco de crédito individual caiu de baa2 para ba1. Quanto à Caixa, os ratings de depósito de longo prazo em moeda local foram também  rebaixados de A3 para Baa2. Os ratings de dívida senior em moeda estrangeira do BNDES, do BNDESPar e da Caixa foram rebaixados de Baa1 para Baa2, com perspectiva positiva, mesma nota da dívida brasileira.
O que se teme nesses ratings é mais o uso que se faça deles do que eles, de fato, possam estarestejam expressando. É preciso reconhecer os papéis dessas instituições em momentos de crises econômicas ou financeiras. A elas atribuem–se papéis e funções que tenham como objetivo apoiar as atividades econômicas, garantindo, nos períodos de maiores dificuldades, a minimização dos efeitos sobre a sociedade local. E tudo isso precisa ser feito sem que se coloque em risco a estabilidade e a sobrevivência dessas instituições.
Para cumprir suas tarefas, os bancos de fomento utilizam-se de recurso públicos, transferidos a eles pelo Estado e, na maior parte, constituídos de fundos ou de repasses entre agências governamentais, nacionais e internacionais, de fomento e desenvolvimento. Dessa maneira, talvez pudéssemos avaliar melhor essas instituições pelo resultado de seu apoio à sociedade do que apenas por sua saúde financeira. E, para os que estão pensando apenas nos riscos dessas instituições, convém lembrar que, além desses riscos serem muito baixos, essas instituições contam com a presença do estado brasileiro a lhes dar a própria existência.

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