Na
crendice popular,
"remédio
bom é amargo"
O IPCA-15 de março apresentou alta de 0,49%
na comparação com o mês o de fevereiro. Poderíamos iniciar a comemoração pela
relativa acomodação no comportamento dos preços: no acumulado dos últimos doze meses o
IPCA-15 está abaixo do limite superior da meta do Bacen. Os alimentos
permanecem como o grande problema dos formuladores de política econômica,
afinal eles se constituem na maior pressão sobre os preços, mantendo-se, nessa
medida do IPCA-15, em 1,4%.
Entretanto, a comemoração deve ser
cuidadosa, pois remanescem alguns perigos ainda referentes aos preços. Veja que
o resultado positivo não dispensará alguma alta na taxa básica de juros, na
próxima reunião do Copom. Afinal, o índice de difusão subiu mais uma vez. Em
março, o índice de difusão (excluídos alimentos) cresceu para 74,9%, contra
74,4% do mês anterior, apontando para uma generalização ainda maior do
movimento de alta dos preços.
Mais que a alta de um ou outro item, o que
atemoriza é a forma tão difusa com que a inflação se cronifica na economia
nacional. O remédio para isso tem que ser de largo espectro, atingindo também
generalizadamente os preços da economia. Afinal, diz a sabedoria popular que
remédio bom tem que ser amargo. Será?
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