Não há enigmas no
comportamento cambial
comportamento cambial
Ontem dólar fechou em queda. Especialistas dizem
que a mera possibilidade de uma alta na Selic motivaria um aumento no influxo
de capitais, nos próximos períodos. A explicação parece não convencer.
Cogitou-se também que a publicação de dados
positivos sobre economia norte-americana poderia ter reduzido a percepção de
risco dos investidores e, com isso, pressionado a queda do dólar. Também não
convenceu. Afinal, se a economia dos Estados Unidos apresenta recuperação sua
moeda deveria apresentar cotação mais alta.
Ainda
hoje, na edição do jornal Valor Econômico, há uma excelente matéria do jornalista
José de Castro e Silva Rosa, mostrando que os bancos iniciaram, em dezembro do
ano passado, a ampliação da captação via linhas externas. Aproveitaram,
conforme mostra o articulista, “a redução do prazo dos empréstimos, sujeitos à
alíquota de 6% do IOF, de dois para um ano” e retomaram, com vigor, suas
captações no exterior. Fazem com isso grande liquidez e garantem
disponibilidades para fazer frente à expansão prevista de 15% do mercado de
crédito, nesse ano. Por outro lado, os dólares captados vão se prestando a
atender a demanda interna pela moeda norte-americana nesses tempos de fluxo
cambial negativo. O excesso de caixa, em dólares, é levado, segundo o artigo, à
arbitragem entre as baixa taxas praticadas no exterior e os juros internos. Há que
se lembrar que lá fora a liquidez é excessivas e as taxas são muito
competitivas, viabilizando a arbitragem, mesmo com a Selic a 7,25% ao ano.
No caso das quedas na cotação do real ante o dólar, será melhor buscarmos por explicações em variáveis empíricas, relevantes ao fato, que nos apoiar apenas em cogitações e
expectativas não confirmadas.
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