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sábado, 8 de março de 2014

Há muitas dúvidas sobre as contas externas

Previsões sobre o resultado da Balança Comercial tem parecido muito díspares
O déficit da balança   comercial  brasileira, no mês de fevereiro, já anunciado em postagem anterior foi US$ 2,1 bilhões, acumulando um saldo negativo nesse ano de US$6,1 bilhões. O desempenho da balança não deixa de ser preocupante, embora já estivesse sendo aguardado. Contribuem muito para esse déficit o resultado líquido da conta petróleo, a queda das exportações para a Argentina, cuja economia a cada dia se deteriora mais um pouco, a queda nas cotações internacionais do minério de ferro - sobretudo pela retração da demanda chinesa, e o sucateamento do parque industrial brasileiro, cujos produtos não apresentam, como regra geral, qualidade e preços compatíveis com o mercado internacional. No médio prazo, muito desses problemas serão amenizados pela depreciação cambial em curso, mas remanescerão ainda outras questões de caráter estrutural, que precisarão ser tratadas. São questões de difícil encaminhamento e que envolvem elementos como a construção de uma política industrial e, para ser genérico, esforços para a redução do custo Brasil. Há que se considerar ainda que o ambiente global não tem se mostrado tão favorável à expansão das exportações brasileiras, no que respeita aos seus preços. Minério de ferro e soja, bem como as demais commodities metálicas, de uso predominantemente industrial, apresentam tendências de queda em suas cotações. Produtos agrícolas, que foram tão beneficiados nesse início de ano pela frustração das safras norte-americana e australiana, produzirão efeitos mais limitados nos resultados da balança comercial brasileira em função do período prolongado de seca, nos meses de janeiro e fevereiro, nas regiões produtoras nacionais. Portanto, em relação à balança comercial de 2014 não há que se esperar por resultados extraordinários. As previsões têm variado num intervalo muito amplo. Há quem fale em US$ 6 bilhões de superávit anual e até quem espere por resultados próximos a US$ 14 bilhões. Pessoalmente, não acredito em nada maior que US$ 8 bilhões como superávit para o final desse ano.

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