Previsões sobre o resultado da Balança Comercial tem parecido muito díspares
O
déficit da balança comercial brasileira, no mês de fevereiro, já anunciado
em postagem anterior foi US$ 2,1 bilhões,
acumulando um saldo negativo nesse ano de US$6,1 bilhões. O
desempenho da balança não deixa de ser preocupante, embora já estivesse sendo
aguardado. Contribuem muito para esse déficit o resultado líquido da conta
petróleo, a queda das exportações para a Argentina, cuja economia a cada dia se
deteriora mais um pouco, a queda nas cotações internacionais do minério de
ferro - sobretudo pela retração da demanda chinesa, e o sucateamento do parque
industrial brasileiro, cujos produtos não apresentam, como regra geral, qualidade
e preços compatíveis com o mercado internacional. No
médio prazo, muito desses problemas serão amenizados pela depreciação cambial
em curso, mas remanescerão ainda outras questões de caráter estrutural, que
precisarão ser tratadas. São questões de difícil encaminhamento e que envolvem
elementos como a construção de uma política industrial e, para ser genérico, esforços
para a redução do custo Brasil. Há
que se considerar ainda que o ambiente global não tem se mostrado tão favorável
à expansão das exportações brasileiras, no que respeita aos seus preços. Minério
de ferro e soja, bem como as demais commodities metálicas, de uso predominantemente
industrial, apresentam tendências de queda em suas cotações. Produtos agrícolas, que foram tão beneficiados nesse início de ano pela frustração das safras
norte-americana e australiana, produzirão efeitos mais limitados nos resultados
da balança comercial brasileira em função do período prolongado de seca, nos
meses de janeiro e fevereiro, nas regiões produtoras nacionais. Portanto,
em relação à balança comercial de 2014 não há que se esperar por resultados extraordinários.
As previsões têm variado num intervalo muito amplo. Há quem fale em US$ 6
bilhões de superávit anual e até quem espere por resultados próximos a US$ 14 bilhões.
Pessoalmente, não acredito em nada maior que US$ 8 bilhões como superávit para
o final desse ano.
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