Brasil
perde prazo
A
notícia está no Valor Econômico de hoje, dia 19 de março: o governo brasileiro
perde prazo para apresentar o Plano de Ação que explicaria a forma a ser
utilizada pelo país para segregar o gado que eventualmente utilizasse medicamentos
não aprovados pelos americanos, evitando que essa carne chegasse para consumo,
nos Estados Unidos. Há
muito tempo o Brasil tenta abrir o mercado norte-americano para carne bovina in natura. O protecionismo daquele país
em matéria de produtos agropecuários já é tradicional, sobretudo em relação à
carne brasileira que precisa encontrar mercados mais amplos e, com isso,
garantir níveis de preços que possam remunerar de forma justa toda a cadeia
produtiva da carne. O maior inimigo dos brasileiros é o Congresso dos Estados
Unidos que se mantém irredutível à entrada desse produto no país e sustenta sua
posição de todas as formas, inclusive recorrendo a barreiras não tarifárias,
como por exemplo, multiplicando seguidamente suas normas fitossanitárias. A
oportunidade estava nas mãos do governo brasileiro de demonstrar que a carne
produzida com medicamentos não aprovados naquele país seria segregada das nossas
exportações. O prazo para isso encerrou-se no dia 7 de março. O
Ministério da Agricultura tenta justificar seu erro de gestão, afirmando que
esse prazo não prejudicará a decisão final, pois, segundo fonte do Ministério, “não
será por isso que o pedido será rejeitado”.
Trata-se
de um profundo abandono das questões maiores do país, que revela o descompromisso
com os assuntos da administração pública. O governo central parece
irremediavelmente perdido. Tem-se a impressão que cansou de governar e que
começa a reconhecer que sua vocação é a de fazer oposição. Quando assume os
deveres de governar, o desinteresse é geral. Suas ações se voltam apenas para
as infindáveis e inconsequentes articulações políticas. O país perde muito com
tudo isso.
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