A festa do dragão
Não há outra forma de se referir a esse episódio. Foi realmente
a festa do dragão. De uma só vez, e no melhor American Way of Life, o Banco do Povo da China injetou 400 bilhões
de yuans em quatro outros grandes bancos estatais, incluindo ICBC, ABC, BOC e
CCB, no mês de setembro. Estamos em dezembro e niguém parece ter sido avisado
desse verdadeiro quantitative easing. E isso não ficou por aí. Outros 100 bilhões de yuan foram
destinados ao CDB, Bocom e PSBC. Esta surpreendente liquidez destinou-se ao
atendimento das necessidades de caixa das empresas públicas e algumas grandes
empresas com operação no país. Quando tudo parecia já equilibrado, mais 269,5
bilhões de yuans foram alocados para os pequenos e médios bancos, no mês
outubro, com a finalidade de beneficiar micro, pequenas e médias empresas, bem
como a agricultura, áreas rurais e os agricultores em geral. As medidas de
liquidez foram tidas como suficientes e não são esperadas reduções de taxas de
juros ou outras medidas de natureza monetária. No dia 6 de novembro, o PBOC confirmou, pela primeira vez, já
haver injetado 769,5 bilhões de yuans no mercado através de um mecanismo conhecido
pelo nome de Empréstimo de Médio Prazo (MLF). Embora sempre muito misterioso, o governo chinês anunciou a
liberação de recursos e a implementação dessas novas políticas, objetivando
melhorar as expectativas e orientar o mercado. As autoridades econômicas sempre
exibiram um certo temor em relação ao relaxamento da política monetária. Um
clima de otimismo está semeado. Embora, no longo prazo, tudo isso possa
desembocar em um agravamento da inflação interna. E espantoso ver como esses fatos foram ignorados no Brasil.
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