Copom avisa que vai usar chumbo grosso.
A ata do Copom soou como um aviso: A Selic não para por aqui e,
portanto, o ciclo de aperto monetária segue em frente. A cada dia o crédito
fica mais escasso e mais caro, apertando o mercado de trabalho. A inflação continua
ajustando os preços relativos, sejam livres ou administrados, em um processo naturalmente
mais lento do que se espera. Há uma defasagem não desprezível entre a decisão
de subir os juros e a redução da inflação. O próprio banco Central reconhece que
o mercado de trabalho ainda não permitiu que os juros mais elevados fizessem o
efeito esperado. O desemprego começa a aparecer de forma mais nítida, os salários
mostram-se em queda e a retração se acentua. Os preços, entretanto, não respondem
de forma proporcional, apoiados na depreciação do real, na liquidez injetada na
economia pela política fiscal e nos movimentos inerciais intrínsecos a esse processo. Vivemos as crueldades dos momentos de estagflação que estão
exigindo a rápida contenção dos dispêndios públicos, a partir do ajuste fiscal
pretendido pelo governo central.
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