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sábado, 30 de maio de 2015

Fatos contrariam previsões

Foi um porre, nesse final de mês
O dólar avançou no mês de maio, valorizando-se 5,78%. Na última sessão nessa sexta–feira, a alta foi de 0,74%, fechando cotado a R$ 3,1873 na venda. O giro financeiro nesse dia esteve na casa de US$ 1,4 bilhão de dólares. Os analistas estão divididos em suas previsões. De um lado, afirmam que, a pressão cambial permanece no médio prazo, à medida que se aproxima o aumento de juros nos Estados Unidos e que se afasta a possibilidade de recuperação da economia brasileira. O desempenho do PIB brasileiro no primeiro trimestre do ano, anunciado pelo IBGE, foi decisivo para a formação dessas expectativas. Por outro lado, o estoque de swaps cambiais já atende à demanda empresarial por proteção, criando a convicção de que o Bacen pode rolar cada vez menos contratos daqui para frente. Em maio, o Banco Central afirma ter rolado em torno de 80 por cento dos contratos que vencerão no primeiro dia de junho. Dando apoio a essa segunda previsão, a perspectiva de alta dos juros nos EUA, que até o momento pressionava o mercado mundial de câmbio, deverá sofrer uma reversão, a partir do anúncio do fraco desempenho da economia norte-americana, nesse primeiro trimestre. A economia dos Estados Unidos apresentou-se em contração de 0,7%. Trata-se de frustração que surpreendeu o mercado que contava com alta de 0,2%. Esse resultado fez ceder a expectativa de que o FED elevará os juros do país ainda este ano. Os últimos dados sobre crescimentos nos Estados Unidos e no Brasil deixaram perplexos investidores e analistas. A queda do PIB brasileiro ficou aquém do que era previsto, surpreendendo positivamente a todos, dadas as previsões de um recuo de 0,7%. Também, ao contrário do que se previa, a forte queda do PIB norte-americano desarmou os argumentos sobre a consistência da recuperação do país e enfraqueceu a tese sobre altas nas taxas de juros daquele mercado.
O mês de maio, foi realmente um porre!

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Êta pibinho bão!

A economia não vai tão mal
O PIB apresentou queda de 0,2% no primeiro trimestre de 2015 em relação ao último trimestre do ano passado. Portanto, as coisas não estão tão ruins como os especialistas estão anunciando na mídia. Comparado ao primeiro trimestre de 2014, o produto bruto interno registrou-se queda de 1,6%. A Agropecuária apresentou um crescimento de 4,7%, embora tenha vivido um período de preços baixos. A indústria, como era de se esperar recuou 0,3% e os Serviços, para o qual se esperava desempenho mais fraco, recuaram apenas 0,7%. O PIB alcançou a cifra de R$ 1,408 trilhão. A demanda interna esfriou mesmo: consumo das famílias recuou 1,5%, consumo do governo também recuou 1,3% e formação bruta de capital fixo, caiu 1,3%. Não há razões para otimismo, embora tudo tenha saído melhor que o esperado. Na indústria, o crescimento se deu apenas nos setores de Construção Civil (1,1%) e Extração Mineral (3,3%). O bicho pegou nos setores de Transformação, com queda de 1,6% e Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana, tudo com recuo de impressionantes 4,3%. Nos Serviços, foram registrados os maiores recuos em Transporte, Armazenagem e Correio, com queda de 2,1%, Administração, Saúde e Educação Pública, com recuo de 1,4% e, finalmente, na Intermediação financeira e seguros, com queda de 0,8%. O comércio caiu 0,4%. As exportações cresceram 5,7% e as importações apenas cresceram 1,2%. Realmente esses números não entusiasmam. Mas, certamente, estão distantes do apocalipse.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Ajustes

Emergencial e pontual, o ajuste apenas corrige erros passados. Não planeja o futuro. 
O ajuste fiscal é irreversível, conquanto remanesçam dúvidas sobre sua profundidade e extensão. Portanto, o cenário de contração da economia é certo, restando identificar o momento em que a credibilidade do governo seja recuperada, os investimentos retomados e o PIB volte a se expandir novamente.
De início as medidas objetivaram  conter a inflação e evitar que o país perdesse o grau de investimento. Todas contracionistas: contenção inicial de gastos, aumentos de taxas de juros, extinção de subsídios e aumento de arrecadação, num ambiente cambial de depreciação da moeda nacional. O crédito tornou-se escasso com a inadimplência em patamares preocupantes. A palavra de ordem era seletividade na concessão dos empréstimos. Por fim, a operação Lava a Jato conduziu a economia para um estado de paralisação geral. Essa era a realidade no pré-ajuste. O que pensar do pós-ajuste? Não há ainda uma visão tão clara da intensidade e do tempo que o ajuste possa tomar. A redução de despesas anunciada até agora não é suficiente para cumprir a meta fiscal do ano. Quadro das contas públicas, no primeiro trimestre, já compromete o cumprimento da meta anual. O setor público consolidado no primeiro trimestre alcançou um déficit primário de 0,7% do PIB, no acumulado dos últimos 12 meses. O déficit tem causa no governo central. Estados e municípios voltaram a apresentar superávit em suas contas. Queda das receitas (arrecadação de impostos) é a principal responsável por isso, além de perdas com as compensações financeiras advindas da exploração do petróleo, uma vez que essa commodities sofreu uma intensa queda de preço. Do lado das despesas, os resultados do governo central mostram clara contenção de despesas de capital, principalmente investimentos. A lamentar apenas que o mesmo não aconteça com gastos de custeio. Trocando em miúdos, o contingenciamento está abaixo daquilo que seria necessário. Outras medidas devem chegar ainda para o final de maio. No plano internacional, Estados Unidos discute o momento para sua anunciada alta de juros. A União Europeia, apesar dos esforços do BCE, ainda não afastou de forma definitiva os fantasmas do baixo crescimento e da deflação. A China permanece em seu padrão de crescimento mais moderado. Os maiores impactos previstos para a economia brasileira estão relacionados mais claramente aos juros e câmbio. A normalização dos juros norte-americano, esperada para um prazo já não tão distante, é um fator de pressão para a taxa de câmbio. A ele se junta problemas crônicos de competitividade nacional. Os juros, obedientes a atual política monetária deve prosseguir em níveis elevados durante todo o ano.

terça-feira, 26 de maio de 2015

A economia dos Estados Unidos ainda apresenta oscilações bruscas e inesperadas

Mercado imobiliário norte-americano
em recuperação
As vendas de imóveis novos nos Estados Unidos voltaram a crescer no mês de abril. Março foi o mês mais difícil do ano para o setor imobiliário norte-americano, registrando forte retração do número de unidades comercializadas. Foram transacionados, em abril, 26,1% a mais de unidades que no mês anterior. O fraco desempenho do mês de março assustou os gestores da política econômica dos Estados Unidos e foi um dos motivos que desestimulou o Fed a fixar data para o eventual aumento das taxas de juros do país.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Era mesmo de se esperar

Com tanto lucro, os bancos não
poderiam ser poupados
Politicamente a decisão foi simpática. O governo havia mesmo de aumentar o “pedágio” dos bancos. Por isso, editou medida provisória que eleva a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido de instituições financeiras, de 15% para 20%. É uma saída aceita popularmente para redução do déficit público e contará com apoio generalizado da sociedade que vê nos lucros bancários o vilão da crise financeira das pessoas e das famílias. A medida também pode contribuir para a redução das tensões do Executivo com parcela da base do governo da presidente Dilma. Esse grupo acusa o Governo de centrar o esforço fiscal apenas nas classes trabalhadoras. As dificuldades no Congresso Nacional para aprovar medidas provisórias de ajuste fiscal são grandes. Tornam-se ainda maiores quando propõem a alteração de benefícios previdenciários e muda regras de acesso a benefícios trabalhistas. A elevação da CSLL corresponde à intenção do Ministro Levy em aumentar a arrecadação, de vez que do lado do dispêndio público, os cortes parecem politicamente cada vez menos viáveis. Em janeiro, o governo retomou o Cide-Combustível e procedeu à elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras no crédito a pessoas físicas e do PIS/Cofins de produtos importados. A nova alíquota da CSLL atinge bancos, distribuidoras de valores mobiliários, corretoras de câmbio e de valores mobiliários, sociedades de crédito, financiamento e investimentos, sociedades de crédito imobiliário, administradoras de cartões de crédito, sociedades de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito e associações de poupança e empréstimo. Não há dúvidas que, de um lado ou de outro, o ajuste fiscal precisa ser feito e a a sabedoria popular fornece o sentido das medidas: “é do coura que sai a correia”.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Ajustes. E não reajustes.

Se quiser evitar os reajustes, será necessário aceitar os ajustes
A taxa de desemprego está em alta, pelo quarto mês consecutivo. Atingiu 6,4% em abril, segundo informa o IBGE. São os efeitos dos ajustes econômicos. A divulgação desse dado mostra um agravamento, mais forte do que o esperado, no mercado de trabalho nesse mês. Os sinais de retração são evidentes e tendem a piorar à medida que os ajustes forem  aprovados. Realmente, o primeiro governo da presidente foi longe demais e a correção exige sacrifícios. Não há o que fazer, se não reconhecer que “não se faz omelete sem quebrar os ovos”.

Os problemas são estruturais

É preciso introduzir reformas estruturais
Nos Estados Unidos, o FOMC mantém a intenção de só mexer na taxa de juros em setembro. Até lá, parece que não vai acontecer nada. A melhor explicação para isso é que, de fato, as autoridades monetárias do país ainda não acreditam na consistência da recuperação norte-americana, nesse ano. Foram incentivos demais para recuperações de menos. 
A China não mostra sinais de aceleração do ritmo de atividade econômica ainda. O governo mexe na taxa de juros, remaneja dívidas de províncias e municípios, estimula a produção e o consumo, amplia investimentos em infraestrutura e a economia mostra apenas pequenas variações. Depois de tudo isso, o PMI apresentou uma evolução pífia, no mês de maio. Enquanto as encomendas do mercado interno crescem, as do mercado externo se reduzem. Essa baixa elasticidade na resposta das variáveis econômicas em relação às medidas governamentais indica que o problema tem natureza estrutural e que não será resolvido apenas à base de incentivos monetários e fiscais.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Zona do Euro e sua expansão quantitativa

Eurozona sai da deflação. A inflação atingiu 0,0% em abril.
A inflação da zona do euro, em abril, foi de zero %, rompendo com uma série de 4 meses seguidos de queda dos preços, conforme anunciou a Eurostat. Há de se pensar que o esforço do Banco Central Europeu em comprar títulos representativos de dívidas foi desproporcional ao resultado alcançado. Até agora, a elasticidade desse esforço em relação ao crescimento do PIB da região é relativamente pequeno.  A expansão quantitativa da liquidez contudo empolga o Banco Central Europeu que nega a antecipação do final do programa e prevê que essa injeção de liquidez possa levar à inflação de 2015, a 1,5% e de 2016 a 1,8%. O objetivo a médio prazo do BCE é manter a inflação próxima, mas inferior, a 2%. Em paralelo, a Eurostat também anunciou os números do desemprego, que ficou em 11,3%, em março, nessa região. Em março, houve uma redução de 36.000 desempregados em relação ao mês anterior. Atualmente os desempregados são 18,1 milhões. O menor nível de desemprego é o da Alemanha, com 4,7%, seguida pela Áustria e Luxemburgo, com, respectivamente, 5,6% e 5,7%. A Grécia, como era de se esperar, ostenta o maior nível de desemprego, com 25,7%, seguida pela Espanha, com 23,0%. A situação continua muito difícil, mas com sinalizações mais positivas.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Vem chumbo por aí

Copom avisa que vai usar chumbo grosso.
A ata do Copom soou como um aviso: A Selic não para por aqui e, portanto, o ciclo de aperto monetária segue em frente. A cada dia o crédito fica mais escasso e mais caro, apertando o mercado de trabalho. A inflação continua ajustando os preços relativos, sejam livres ou administrados, em um processo naturalmente mais lento do que se espera. Há uma defasagem não desprezível entre a decisão de subir os juros e a redução da inflação. O próprio banco Central reconhece que o mercado de trabalho ainda não permitiu que os juros mais elevados fizessem o efeito esperado. O desemprego começa a aparecer de forma mais nítida, os salários mostram-se em queda e a retração se acentua. Os preços, entretanto, não respondem de forma proporcional, apoiados na depreciação do real, na liquidez injetada na economia pela política fiscal e nos movimentos inerciais intrínsecos a esse processo. Vivemos as crueldades dos momentos de estagflação que estão exigindo a rápida contenção dos dispêndios públicos, a partir do ajuste fiscal pretendido pelo governo central.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

A soja e o Milho

Commodities com perspectivas
ainda incertas
Depois de uma temporada de preços deprimidos, o minério de ferro volta a subir. Para os analistas, essa alta pode ser apenas um breve suspiro. A oferta continua sendo maior que a procura, desde a desaceleração da economia chinesa. O que não está sendo ainda cogitado é que a oferta pode ter sofrido algum ajuste, com o desligamento de altos fornos. O petróleo ironicamente ultrapassou os US$ 69 por barril, no mês de abril. Trata-se da menor manipulação dos preços pela OPEP, que pode estar testando a competitividade do xisto betuminoso. Se for isso, a tendência vai ser de alta para os próximos meses. Soja e milho apresentaram-se com produções elevadas. Os preços do milho caíram em abril. O preço futuro do milho, com entrega para agosto, tem sofrido consecutivas desvalorizações, sendo que a média da saca negociada em março ficou em R$ 16,15 e em abril essa cotação média caiu para R$ 15,25. Quanto à soja, as demandas interna e externa continuaram dando sustentação às cotações da soja em grão e do farelo, no mês de abril. Consumidores globais de farelo de soja parecem estar com bom apetite, aceitando preços maiores do derivado. O esmagamento da oleaginosa também aumentou, favorecendo o repasse das altas das cotações do derivado ao grão.Os preços da soja em grão tiveram alta de 2,4% no mercado de balcão (ao produtor) e de 3,1% no de lotes (negociações entre empresas).