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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Era necessário agir

Surpresa seria o Bacen
ter se omitido.
O Copom mostrou entender a dinâmica da recuperação. É preciso dominar a inflação para recuperar a confiança dos investidores e a credibilidade da população. Inflação corrói a renda dos assalariados e acaba com o consumo. Crédito em excesso arrebenta os orçamentos familiares. PIB fraco é consequência da exagerada flexibilização monetária e da permissiva política fiscal. Déficit primário tem que estar em crescimento para os capitais voltarem para o país.
O Copom começou a fazer sua lição de casa. E com esmero. Subir a Selic em 50 pontos percentuais é demonstração de lucidez. Com a Selic em 8,0% ao ano, começou a correção. É verdade que essa taxa precisará subir mais 1% até o final do ano. Também é verdade que a política fiscal precisa voltar a contribuir com os fundamentos econômicos.
Por outro lado, o câmbio mostra-se em rota de correção para a felicidade dos exportadores. Ele há de reduzir importações, dispensando novos aumentos de tarifas.
O PIB subiu apenas 0,6% na margem, contrariando o IBC-BR do Banco Central. Não é a primeira vez que isso acontece. Talvez seja momento de rever a metodologia do IBC-BR, outra vez.
 
Apesar do acerto do Copom, convém lembrar que certos fatos não foram removidos da realidade e que pedirão decisões complementares ao governo central:
·        o cenário internacional continuará recessivo. FMI e OCDE concordaram em suas previsões sobre o menor crescimento mundial.
·        as commodities perdem valor. Isso vale para as commodities agrícolas e industriais.
·        o dólar continuará sua trajetória de valorização compensando, para os exportadores, as perdas de volumes vendidos ao exterior. Trata-se de fenômeno global.
·        a demanda interna, como vertente de crescimento, está exaurida e o crédito bateu no teto, crescendo cada vez mais devagar. Bancos públicos e privados “tiraram o pé”.
O governo a partir de agora terá que contar com o aumento dos investimentos, como última cartada, para ativar a economia. Seria, portanto, inteligente alcançar algumas evoluções institucionais, fazendo avançar as chamadas reformas estruturais.

Estados Unidos repensam seu futuro

Quem será a locomotiva da
recuperação mundial?
A OCDE e o FMI revisaram suas respectivas projeções para o crescimento global. A China não está bem nessas fotos. A União Europeia aparece com contribuição negativa e os emergentes não são capazes de “segurar a onda”. O crescimento previsto por essas instituições apontam para maior lentidão do crescimento do mundo.
 
No mercado norte-americano, a tendência de alta do yield dos títulos de dívida do país se mantém face a safra de boas notícias da economia norte-americana. Mas, tudo isso tem outro lado: o Fed pode, nessas circunstância de maior crescimento, iniciar a redução dos estímulos monetários concedidos à edconomia e ao consumo. A dúvida dos agentes econômicos, então, passa a ser se a recuperação tem força para prosperar sem a sustentação governamental.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Crescimento?

Expectativas podem mudar
O PIB brasileiro pode mostrar um crescimento econômico interessante e, se isso acontecer, o Copom estará tentado a aumentar a Selic mais fortemente. Ao invés de subir 0,25%, pode chegar aos 0,50%. A tentativa seria a de compensar suas omissões anteriores e levar a inflação a níveis mais baixos do que aqueles projetados pelo Boletim Focus de 2ª feira passada.
As projeções sobre a inflação entre os entrevistados do Focus têm aumentado sucessivamente, para 2013 e 2014. Enquanto isso, o dólar aproxima-se dos R$ 2,10. No curto prazo, a desvalorização da moeda nacional pressionará os preços dos importados e contribuirá para a alta da inflação.
Teremos também a divulgação do PIB norte-americano. Os Estados Unidos vive um clima de otimismo com a recuperação da economia do país. As bolsas de valores exibem vigor inusitado.
As commodities mostram movimentos de altas localizadas. As metálicas estão com seus preços deprimidos. O petróleo mantem-se em alta e as commodities agrícolas apresentam-se em leve recuperação. Já se pensa que a demanda desses bens está em crescimento e que isso pode estar relacionado ao aumento da produção nos Estados Unidos. Parece-me, todavia, que esse julgamento é precipitado.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Critério de classificação sócio-econômica evolui no Brasil

Reproduzo texto que recebi por email da ABEP. Considero-o como uma importante evolução  do pensamento de marketing no Brasil
Um novo retarato do Brasil
Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa apresenta nesta semana o novo modelo de classificação socioeconômica para fins relacionados ao estudo do consumo no País
Por Jonas Furtado
jfurtado@grupomm.com.br
Na terça-feira 14, os líderes dos maiores institutos brasileiros de pesquisa se reunirão para o encontro bianual de dirigentes do setor. A Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) aproveitará o evento para apresentar oficialmente o Novo Critério de Classificação Econômica Brasil, previsto para ser adotado a partir de 1º de janeiro de 2014. Dentre as principais diferenças para o critério utilizado atualmente, estão a substituição da renda declarada por variáveis indicadoras de renda permanente, a expansão da abrangência geográfica e a inclusão da composição familiar, do porte dos municípios e da região onde estão localizados como parâmetros fundamentais para a segmentação dos padrões de consumo dos brasileiros.
O Critério Brasil é uma evolução do indicador criado pela Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), no final da década de 1960, para definir uma segmentação mais apropriada da população em classes econômicas e a avaliação do poder de compra de grupos homogêneos.
Com o aumento da importância do consumo (que em 2012 respondeu por 63% das riquezas geradas no País) na composição da economia brasileira na última década, a atualização do critério tornou-se uma demanda urgente de agências, anunciantes e veículos. “É necessária uma segmentação mais adequada do mercado para que as empresas saibam exatamente onde concentrar investimentos. Hoje, mais da metade da população do Brasil está inserida dentro da classe C. É muita gente para se direcionar uma estratégia e o aprimoramento do critério permitirá segmentar essas pessoas”, diz Suzana Pamplona, diretora de insights estratégicos da Johnson & Johnson.
A executiva enaltece a abrangência do novo critério, que leva em conta dados dos 62 mil domicílios cobertos pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE em todo o País. O indicador atual cobre 11 mil domicílios de nove regiões metropolitanas (Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Distrito Federal, Salvador, Recife e Fortaleza), por utilizar a amostragem do levantamento socioeconômico do Ibope. “Boa parte do crescimento do Brasil não vem dos grandes centros. A introdução de cidades pequenas e médias dará melhor visibilidade do que acontece no País”, avalia Suzana.
A maior assertividade propiciada pelo novo critério também é celebrada pelo diretor de mídia para São Paulo da DPZ, Boaventura Júnior. “As empresas estão vendendo mais e querem saber para quem, assim como querem conhecer o potencial de crescimento do mercado em que estão inseridos, para lançar produtos específicos” analisa. “Haverá uma modificação na tabela de mídia de alguns veículos, especialmente os mais segmentados, que conhecerão melhor o poder de compra de seu público”.
Origem do novo Modelo
A Abep estudava a adoção de um novo modelo para o Critério Brasil quando, em abril de 2012, os caminhos da entidade se cruzaram com o dos professores Wagner Kamakura, da Escola de Negócios da Universidade de Duke (EUA), e José Afonso Mazzon, da Faculdade de Economia e Administração da USP. Críticos dos métodos em vigor, há dois anos eles desenvolviam um modelo a ser aplicado para uma segmentação socioeconômica mais realista em relação ao potencial de consumo da população brasileira. O projeto resultou em um artigo encaminhado para o Marketing Science Institute, que pode ser premiado na conferência anual do instituto europeu, a ser realizada na primeira semana de junho, na Turquia. O trabalho já está entre os três finalistas.
O modelo proposto por Kamakura e Mazzon usa 35 variáveis indicadoras de renda permanente (como educação, condições de moradia, acesso a serviços públicos, posse de bens duráveis e ativos financeiros e não financeiros) para determinar o potencial de consumo dos domicílios em relação a 20 categorias de produtos e serviços (dentre as quais, alimentação no domicílio e fora de casa, artigos de limpeza, vestuário e saúde e medicamentos). Uma das principais vantagens é a possibilidade de classificação mesmo que apenas parte dessas variáveis seja determinada. “O conceito de renda permanente é o mais adequado para o estudo do consumo, porque considera não apenas a renda corrente dos domicílios. Os gastos envolvem o acúmulo de bens e ativos financeiros e a expectativa das condições de vida para o futuro”, explica Luis Pilli, diretor-geral da Abep, que conduz o processo de implementação do Novo Critério Brasil. Isso possibilita estimar onde as pessoas alocarão seus recursos em caso de aumento de renda.
Luis Pilli e José Mazzon: Maior abrangência geográfica é um dos diferenciais do novo modelo.
“É um critério mais adequado metodologicamente e gerencialmente mais eficiente para a segmentação de mercado. As respostas propiciam maior precisão, uma vez que permitem a caracterização do consumo não só por categorias mas também em termos demográficos, de exposição à mídia, de estilo de vida e valores, propiciando o que o mercado chama de segmentação psicográfica, que leva em conta atitudes, interesses e opiniões”, afirma Mazzon. “Assim como o poder de compra não é igual nas diferentes regiões do Brasil para um mesmo tipo de família, não dá para equiparar o consumo de indivíduos com a mesma renda mas que vivem em municípios com porte distintos ou em domicílios cuja estrutura familiar seja díspar. Os padrões serão muito diferentes”.
O modelo foi desenvolvido para possibilitar tanto a comparação com estudos mais antigos feitos no Brasil (desde que contemplem a estrutura familiar, a região e o porte de município dos entrevistados, além de um mínimo de 15 variáveis previstas no novo critério) feitos no Brasil, quanto com padrões de consumo verificados em outros países, construindo, assim, uma base internacional de dados. “Hoje as multinacionais não conseguem comparar o desempenho de seus produtos em diferentes mercados. Por esse modelo, seria preciso incluir mais uma variável fundamental, para distribuir pesos diferentes para fatores mais menos importantes dependendo dos países envolvidos. É ainda um sonho, mas perfeitamente factível”, assegura Mazzon.
Denominação
O novo modelo divide a população brasileira em sete estratos socioeconômicos. As denominações definitivas ainda não foram definidas – por enquanto, foram ordenadas por números de 1 a 7, sendo 1 a mais alta e 7 a mais baixa. Existe tanto a possibilidade de que continuem desta forma quanto voltem a ser classificadas por letras, como acontece no modelo atual. A Abep estimulará o debate e ouvirá a opinião da indústria da comunicação a respeito do tema a partir do evento desta terça-feira 14.
COMPARAÇÃO ENTRE OS MODELOS*

Novo Critério Brasil
(estimativa)
Critério Brasil
atual
C**
Brasil
RMs***
RMs***
C**
1
2.8%
4.6%
4.5%
A
2
3.6%
5.9%
9.1%
B1
3
15.1%
18.5%
19.3%
B2
4
20.6%
23.9%
25.6%
C1
5
20.6%
23.1%
23.2%
C2
6
22.8%
18.4%
17.1%
D
7
14.5%
5.6%
1.1%
E
100%
100%
100%
(*)A comparação é feita em cima de dados da POF relativos ao ano de 2009
(**)Classe
(***)Regiões Metropolitanas cobertas pelo levantamento socioeconômico do Ibope.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

É preciso olhar os problemas de frente

No Brasil, os dados
confirmam as ideias
A Fundação Getúlio Vargas mostra que a inflação é de fato persistente. Seu Índice de Preços ao Consumidor – Semanal apresentou elevação de 0,40% na terceira quadrissemana de maio, frente aos 0,38% da tomada de preços anterior.
O Copom vai ter que pensar nos indicadores de inflação em sua próxima reunião. Fala-se em mais uma alta de 0,25%. Acho pouco para impedir novas altas, mas aprecio esse gradualismo, sem vinculá-lo às eleições. Parece-me apenas cauteloso.
Já o IBGE apontou alta no nível de desemprego. Foi de 5,7% em março, para 5,8% em abril. Nada demais. Apenas aliviando a pressão sobre o mercado de trabalho que, de fato, está muito apertado ainda.
Falando francamente, foi bom e contribui com os esforços de desaceleração da inflação.

Pessimismo e volatilidade ontem

Reações deveriam ser frutos
de interpretações serenas
A publicação da Ata do FOMC causou frisson nos mercados mundiais. As declarações de Bernanke provocaram novas incertezas sobre a possibilidade de cortes rápidos nos estímulos monetários nos Estados Unidos. Encerrado o chamado Q3, a economia terá que andar sobre as próprias pernas e essa ideia apavora empresários e demais agentes econômicos.
Para contribuir com a agitação dos investidores, a China apresentou, na primeira leitura do PMI de maio, desempenho inferior aos 50 pontos, apontando que a atividade industrial estaria em contração. Em se tratando de leitura preliminar e considerado que o PMI industrial ficou em 49,6 pontos- muito próximo dos 50 ponto, não haveria, a rigor, razões para tanto pessimismo. O problema maior é que essas notícias se sucederam e o efeito acumulado acabou se exuberando.
Em dias como esse, a sabedoria popular ensina que “desgraça pouca é bobagem”. Talvez por isso, anunciou-se que o PMI industrial dos Estados Unidos também recuou. Caiu de 52,1 pontos em abril, para 51,9 pontos em maio, lembrando também tratar-se de leitura preliminar.
Com essa safra de notícias ruins, o mercado esqueceu-se de comemorar os resultados do mercado de trabalho norte-americano da 2ª semana de maio (até o dia 18/5). O Departamento de Trabalho norte-americano anunciou que os pedidos de auxílio desemprego recuaram em 23 mil solicitações. Foram a 340 mil pedidos, número inferior às previsões dos analistas do país, que ultrapassavam a 360 mil solicitações.
O mercado, na exuberância que emprestou ao pessimismo de ontem, também parece ter esquecido de ver o crescimento de 2,3% nas vendas de residências novas em abril, face ao mês anterior.
Há sim motivos para preocupações. Afinal o desempenho chinês é decisivo para a economia mundial. Mas a exacerbação dos fatos provocam volatilidades prejudiciais às decisões de investimentos e com efeitos negativos nos planejamentos financeiros e mercadológicos da economia real.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O plano japones

Uma primeira avaliação da
estratégia do Japão
O Japão começa a mudar sua economia com os primeiros resultados das ações de Shinzo Abe. Tudo obedece a um arrojado, mas bem articulado, conjunto de decisões no campo monetário e fiscal, com o objetivo de produzir um novo período de crescimento na economia do país.
Abe fez o Banco Central Japonês (Banco do Japão) assumir uma política monetária agressiva, comprando de ativos para ampliar a liquidez do Japão, até atingir a nova meta de inflação de 2,0% ao ano. O primeiro efeito positivo parece realmente ser o fim da deflação, interrompendo o longo ciclo de preços em queda.
Como se sabe, o problema com a deflação é que ela provoca um retardamento constante nas decisões de compras, adiando as aquisições à busca de preços mais baixos em momento futuro. O comportamento procrastinador derruba a demanda e desestimula os investimentos empresariais. A queda dos preços torna as taxas de juros reais mais altas, ampliando o custo do capital, tornando-o superior à taxa de juros nominal. Finalmente, o declínio dos preços agrava o valor real das dívidas. Essa combinação de deflação e baixíssimo crescimento é a causa imediata do enorme aumento da dívida em relação ao PIB japonês. Assim, uma política de geração de inflação passa a ser a meta perseguida pelo novo governo. O primeiro resultado visível é a desvalorização rápida da moeda local. A mera expectativa de inflação produzida pelo plano de Abe também provocou um aumento dos preços das ações das empresas no mercado mundial.
Mas o plano vai além. O primeiro-ministro Abe começa a mover a estrutura de concessões de estímulos fiscais, deixando a preocupação com o nível de endividamento que, por si só, já é estrondoso, ampliando o nível de gastos em segmentos da economia considerados estratégicos para o crescimento econômico. No plano concebido por Abe, só o crescimento da economia reduzirá a proporção dívida/PIB.
Do ponto de vista externo, o plano prevê uma nova vertente de crescimento por meio da participação do país nas negociações de Parceria Trans-Pacífico que visam à criação de uma área de livre comércio. Isso, naturalmente, confiando principalmente no livre comércio com os Estados Unidos. Com exceção dos produtos agrícolas, a maior parte do comércio entre o Japão e os Estados Unidos não envolve barreiras tarifárias. Ao contrário, o que existe e precisaria ser superado são barreiras não- tarifárias, com seus regulamentos invariavelmente restritivos. Tal como concebido, esse acordo obrigará à desregulamentação de muitas indústrias nacionais no Japão, abrindo espaço, na vida econômica japonesa, para as reformas de abertura no plano do comércio e estimulando a maior competitividade a indústria nacional.
Nesse sentido, a desvalorização do iene já produziu crescimento das exportações. Também o consumo já reagiu, atingindo patamares crescentes nos três primeiros meses do ano e a confiança dos empresários acompanhou o movimento de alta, sem, contudo, ter iniciado aumento dos investimentos privados.
Claro que o potencial de crescimento no comércio exterior envolve problemas. A concorrência de empresas na Coréia do Sul, Taiwan, China e em suas principais indústrias de eletroeletrônicos e automóveis não pode ser desprezada. Há ainda que se levar em conta o baixo nível da demanda global, especialmente na Europa. Assim, o potencial para o crescimento de exportação, mesmo com um iene mais barato, é limitado. As novas políticas precisarão ter um impacto duradouro na demanda interna, a fim de aumentar significativamente o crescimento. A ampliação dos gastos do consumidor é um bom sinal, mas ainda é muito cedo para acreditar se o novo plano será bem-sucedido.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Mercado de Capitais

Falando em superar o pessimismo
Décio Pecequilo e Celso Grisi começam a ver a recuperação no ânimo dos investidores 
ABRIL DE 2013 - SEGMENTO BOVESPA
Depois do péssimo primeiro trimestre, quando o IBOVESPA perdeu 7,55%, configurando-se no pior dos últimos 18 anos, o mês de abril, fechou com esse indicador em baixa de apenas 0,78%, o melhor (ou menos ruim) mês desse ano, até agora. Afinal, em janeiro a perda foi de 1,95%, em fevereiro a queda atingiu 3,91% e, em março, a perda foi de 1,87%.
O comportamento dos preços, até abril desse ano, registrou o extremo superior do IBOVESPA em 63.312 pontos, alcançados no dia 03 de Janeiro. Por outro lado, o extremo inferior - que era de 54.873 pontos de 25 de março - foi batido em 17 de abril quando chegou a 52.881 pontos. A diferença entre esses extremos, no final do primeiro trimestre, era de 8.439 pontos. Em abril, alargou-se para 10.431 pontos, fazendo crer em quedas ainda mais fortes, mas que afinal foram atenuadas durante o mês.
 O quarto mês do ano teve um total de 22 pregões sendo, 13 deles em alta e os outros 9 em baixa. A quantidade, média diária de negócios foi de 944.500. O volume médio diário negociado atingiu R$ 8.224,80 bilhões. Até o momento, esses dois dados são os mais altos do ano.
PARTICIPAÇÃO DOS INVESTIDORES NO VOLUME TOTAL

DA BM&FBOVESPA
 O Investidor Estrangeiro continuou liderando o movimento. Sua  participação entre compras e vendas foi de pouco mais 0,25% (total de compras –  total de vendas). Em seguida, a maior participação do Investidor Institucional com -0,72%, tendo, portanto, vendido mais do que comprado e, por fim, no terceiro e quarto lugares, praticamente juntos, os Investidores Pessoa Física com -0,17% e o Individual com -0,15%, ambos tendo vendido mais do que comprado. Os outros tipos de participantes não apresentam números significativos.
O destaque fica por conta do Investidor Estrangeiro que comprou em torno de R$ 1,5 bilhão em ações, na última semana de abril, mas voltou a manter posição vendida em Ibovespa Futuro. Esse comportamento embute a crença de baixa mais adiante, aliada a uma proteção contra um aumento de volatilidade do mercado. O interessante é que mesmo em baixa no mês de abril o segmento BOVESPA já chama a atenção de analistas.
O QUE PODE EXPLICAR RESULTADOS TÃO RUINS
Algumas ideias estão no centro das análises econômicas feitas por nossos melhores especialistas:
1ª) A economia brasileira cresceu 0,9% em 2012, abaixo da estimativa de 1,5%. Outros o países da América Latina, como Chile, Peru, Colômbia, cujas rendas per capita são análogas à brasileira, cresceram mais fortemente, apresentando inflações mais baixas e investimentos mais altos. Esses países apresentam crescimentos mais rápidos, a taxas de 4%, 5%, 6% ao ano.
2ª) A comparação das taxas de investimento brasileiras, ao longo do tempo, explica o baixo crescimento. Em 2012, o Brasil investiu 19,5% do PIB, em 2011 o investimento foi de 19,3% e em 2012 veio para 18,1%. Nos demais países, a média alcançou 23%, 25% e 27%.
3ª) Numa situação de pleno emprego e com a capacidade instalada totalmente comprometida, o país para crescer, admitida a baixa taxa de investimento, precisa pressionar a inflação.
4ª) O pleno emprego garante a sobrevida da atual política econômica, mas compromete a inflação.
5ª) A atual relação entre crescimento, juros e inflação está claramente desequilibrada e mostra-se insustentável no longo prazo.
6ª) Os problemas estruturais não podem ser postergados e o encaminhamento das soluções requer o aumento dos investimentos.
7ª) A solução esperada pelo mercado implica em o Banco Central subir a taxa de juros, para dar tempo enquanto às políticas econômicas de caráter estrutural.
Como nada disso parecia acontecer, o mês de abril foi desastroso para o mercado de capitais.
Maio começa a renovar os ânimos dos agentes. Os processos de licitações nas áreas de exploração de petróleo e de portos foram o estopim dessa reação. Alguns analistas apontam que a bolsa do México esta muito mais "cara" que a do Brasil, sinalizando para uma reversão já nos próximos meses. Outros já anunciam que os pais esta se aproximando de um ponto de inflexão em termos do crescimento econômico, dos resultados das empresas e das expectativas sobre o desempenho futuro de nossa economia.  
É de se pensar, mesmo mantendo a prudência necessária, que a reação está mesmo por vir. Afinal, nos quatro primeiros meses do ano, seis empresas realizaram abertura de Capital IPO (Initial Public Offering, em inglês), vendendo 13,2 bilhões de ações, entre existentes, ou emitidas recentemente, para mais ou menos nove mil investidores. Essas captações, superaram as de 2011 e 2012 quando somadas."

Olhando o mundo das commodities

Commodities em plena volatilidade
A produção mundial de aço aumenta graças à produção chinesa. Embora a China mantenha um crescimento inferior àquele previsto pelos analistas, o fato é que os minerais metálicos estão subindo seus preços. Como se sabe, grande parte das commodities metálicas encontra suas maiores aplicações na área industrial. Isso talvez possa ser um sinal de melhores dias, em pelo menos algumas economias do mundo. Ouro, prata, platina, cobre e estanho, nesses últimos dias, estão em alta.
Mas veja como vão esses preços, segundo o Index Mundo, ao longo do tempo:
Commodity
1 Month Change
12 Month Change
Year to Date Change
Índice de preços de bebidas
-0,37%
-10,01%
-3,64%
Índice de preços de combustível (energia)
-3,20%
-12,45%
-5,12%
Índice de preços de insumos industriais
-2,82%
-8,75%
-7,06%
Índice de preços de matérias-primas agrícolas
-1,02%
-6,63%
-2,40%
Índice de preços de metais
-3,72%
-9,80%
-9,29%
Índice de preços do petróleo bruto
-3,69%
-13,13%
-5,91%
Índice de preços dos alimentos
0,07%
2,80%
-0,33%
Índice de preços dos alimentos e bebidas
0,03%
1,61%
-0,61%
Índice de preços não-combustíveis
-1,34%
-3,59%
-3,78%
Índice Geral de Preços de Mercadorias
-2,56%
-9,55%
-4,66%
Carvão Sul Africano
-2,01%
-19,65%
-5,47%
Carvão térmico australiano
-5,36%
-15,81%
-6,00%
Combustível de jato
-5,42%
-12,96%
-9,16%
Diesel
-4,51%
-10,55%
-6,54%
Gás Natural



Gás natural russo



Gasolina
-7,14%
-15,60%
-5,12%
Gasolina reformulada
-4,03%
-10,55%
0,24%
GNL da Indonésia



Óleo combustível
-6,76%
-12,92%
-10,59%
Petróleo bruto
-3,66%
-13,10%
-5,89%
Petróleo bruto Brent
-5,82%
-14,69%
-8,90%
Petróleo bruto Dubai Fateh
-3,62%
-13,39%
-5,47%
Petróleo bruto West Texas Intermediate
-1,18%
-10,90%
-2,78%
Propano
5,27%
-21,49%
12,05%
Cacau
6,57%
1,23%
0,85%
Café arábica suave
-0,03%
-20,89%
-3,36%
Café, robusta
-4,52%
-3,70%
1,69%
Chá
-10,45%
-21,90%
-21,41%
Arroz
-2,05%
-5,50%
-3,43%
Cevada
-3,47%
-2,04%
-1,92%
Milho
-9,44%
2,21%
-7,59%
Sorgo
-9,29%
5,62%
-7,50%
Trigo
-0,38%
15,93%
-7,98%
Trigo Canadense



Trigo Soft Red Winter E.U.
-2,70%
9,24%
-9,99%
Bananas
-2,81%
-11,38%
-2,31%
Laranjas
-5,30%
4,37%
16,20%
Aves (frango)
1,08%
9,98%
3,47%
Carne
-0,06%
-0,22%
-1,90%
Cordeiro
0,92%
-9,05%
4,88%
Porco
2,57%
-2,38%
-5,85%
Camarão
65,37%
42,36%
55,71%
Peixe (salmão)
10,72%
42,32%
15,68%
Açúcar
-3,66%
-21,44%
-6,31%
Açúcar, preço de importação Estados Unidos
-3,76%
-35,08%
-8,23%
Açúcar, preço de importação Europeia
1,52%
-4,40%
-4,18%
Amendoim
-4,10%
7,14%
4,67%
Azeite de oliva, extra virgem
-0,89%
34,50%
-0,89%
Farinha de soja
-4,61%
1,30%
-2,29%
Óleo de amendoim
-1,30%
-16,34%
-9,57%
Óleo de coco
-3,41%
-41,37%
-4,34%
Óleo de colza
-2,71%
-13,28%
-6,39%
Óleo de girassol
-1,56%
-0,12%
-4,48%
Óleo de palma
-2,00%
-34,65%
-2,59%
Óleo de palmiste
-0,60%
-40,86%
4,15%
Óleo de soja
-1,46%
-11,83%
-3,21%
Peixe
2,84%
30,30%
-12,16%
Soja
-3,41%
-2,20%
-1,57%
Algodão
-1,99%
-7,52%
8,26%
Copra
-2,43%
-39,68%
-5,60%
Couro
0,00%
2,38%
0,00%
Borracha
-3,71%
-25,44%
-13,22%
Lã fina
-8,72%
-16,16%
-12,97%
Lã grossa
-8,51%
-14,23%
-10,74%
Madeira Compensada
-2,95%
-8,89%
-8,86%
Madeira dura
-2,95%
-13,90%
-8,86%
Madeira macia
7,51%
28,18%
7,51%
Madeira serrada dura
1,50%
-6,92%
-4,16%
Madeira serrada macia
1,84%
-4,99%
1,84%
Polpa de celulose
2,55%
-1,83%
3,87%
Aço laminado a frio



Aço laminado a quente



Alumínio
-2,63%
-9,15%
-8,67%
Cátodo de cobre grado A
-5,64%
-12,85%
-10,34%
Chumbo
-6,85%
-2,38%
-13,28%
Estanho
-7,35%
-2,37%
-12,23%
Fio-máquina de aço



Minério de ferro
-1,77%
-6,95%
-8,70%
Níquel
-6,59%
-12,65%
-10,66%
Ouro
-6,61%
-9,81%
-11,01%
Prata
-11,93%
-19,63%
-18,37%
Urânio
-2,06%
-19,28%
-3,13%
Vergalhão



Zinco
-3,81%
-7,34%
-8,65%
Cloreto de potássio
0,38%
-16,48%
-0,89%
Fosfato diamónico (DAP)
0,15%
-1,91%
4,79%
Fosforite
-1,47%
-10,96%
-6,42%
Superfosfato triplo
0,00%
-1,42%
0,00%
Ureia
-6,10%
-26,73%
-8,11%
A tabela, analisada cuidadosamente, mostra que as quedas foram generalizadas. As pequenas reações acontecidas na última semana, não são suficientes para entusiasmar os investidores.
Nos Estados Unidos, o Fed inicia uma revisão de sua política de aquisição de Bonds. Os rendimentos caíram muito e o Fed entende que isso seja uma forte razão para um recuo no seu programa de injeção de liquidez no mercado norte-americano. O mercado reagirá negativamente a decisões como essa, por achá-las precoce