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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Agora vai?

Crescimento moderado
O Banco Central divulgou ontem o IBC-BR, seu indicador antecedente que aponta o crescimento da atividade econômica. Nesse primeiro trimestre, o índice cresceu 1,79% em relação a igual período do no anterior. Em março, o IBC-Br registrou crescimento dessazonalizado de 0,72%, o que significa a maior expansão desde janeiro desse ano. Em janeiro, o crescimento foi de 1,05% apontando para o que poderia ter sido o início de uma recuperação. Em fevereiro, veio a frustração, com uma queda desalentadora de -0,36%.
Com o crescimento anunciado ontem, a expectativa é de que o PIB de 2013 venha realmente a alcançar os 3,0%.
Remanescerá, para todos os analistas, o desafio de identificar quanto das políticas contra cíclicas implantadas em 2012 e em 2013 foram causa desse crescimento.  De fato, essas medidas foram abundantes e sucessivas de maneira a dificultar o exercício acadêmico. O governo durante o ano passado, reduziu o IPI para linha branca e automóveis, além do cortar os juros básicos da economia. Desvalorizou o real de forma significativa e promoveu a redução de mais de R$ 100 bilhões nos depósitos compulsórios, injetando liquidez no sistema econômico. Como a economia não reagisse, o governo reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, desonerou folha de pagamentos. Especificamente no setor público, liberou mais crédito para os estados e colocou a máquina de compras do estado a serviço da recuperação, anunciando programa de compras governamentais de R$ 8,4 bilhões. Por fim, atendeu reclamos setoriais e implantou medidas, cuja legitimidade é contestada no âmbito da OMC, de defesa da concorrência.
O esforço governamental é inegável, mas sua eficiência parece definitivamente baixa e com efeitos inflacionários perversos. A Selic, nesse sentido, foi levada para 7,5%, em abril desse ano. É provável que tenha de sofrer novas altas nas próximas reuniões do Copom.
Curiosamente, o crescimento sugerido pelo IBC-BR parece inconsistente com a queda das vendas no varejo de -0,1%, anunciada ontem pelo IBGE e com o tímido desempenho do setor industrial.
Por ora, a expansão só pode ser explicada pela atividade agropecuária e pelo aumento dos investimentos em setores mais ativos da área de serviços.
Para ser convincente, precisaríamos ver o crescimento se generalizar por toda a economia. Aí sim diríamos que "agora vai".

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