Surpresa
seria o Bacen
ter se omitido.
O
Copom mostrou entender a dinâmica da recuperação. É preciso dominar a inflação
para recuperar a confiança dos investidores e a credibilidade da população. Inflação
corrói a renda dos assalariados e acaba com o consumo. Crédito em excesso
arrebenta os orçamentos familiares. PIB fraco é consequência da exagerada flexibilização
monetária e da permissiva política fiscal. Déficit primário tem que estar em
crescimento para os capitais voltarem para o país.
O
Copom começou a fazer sua lição de casa. E com esmero. Subir a Selic em 50
pontos percentuais é demonstração de lucidez. Com a Selic em 8,0% ao ano,
começou a correção. É verdade que essa taxa precisará subir mais 1% até o final
do ano. Também é verdade que a política fiscal precisa voltar a contribuir com
os fundamentos econômicos.
Por
outro lado, o câmbio mostra-se em rota de correção para a felicidade dos exportadores.
Ele há de reduzir importações, dispensando novos aumentos de tarifas.
O
PIB subiu apenas 0,6% na margem, contrariando o IBC-BR do Banco Central. Não é
a primeira vez que isso acontece. Talvez seja momento de rever a metodologia do
IBC-BR, outra vez.
Apesar
do acerto do Copom, convém lembrar que certos fatos não foram removidos da realidade
e que pedirão decisões complementares ao governo central:
·
o
cenário internacional continuará recessivo. FMI e OCDE concordaram em suas
previsões sobre o menor crescimento mundial.
·
as
commodities perdem valor. Isso vale para as commodities agrícolas e
industriais.
·
o
dólar continuará sua trajetória de valorização compensando, para os
exportadores, as perdas de volumes vendidos ao exterior. Trata-se de fenômeno
global.
·
a
demanda interna, como vertente de crescimento, está exaurida e o crédito bateu
no teto, crescendo cada vez mais devagar. Bancos públicos e privados “tiraram o
pé”.
O
governo a partir de agora terá que contar com o aumento dos investimentos, como
última cartada, para ativar a economia. Seria, portanto, inteligente alcançar
algumas evoluções institucionais, fazendo avançar as chamadas reformas estruturais.
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