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domingo, 5 de maio de 2013

Volatilidade irracional

Tudo são expectativas
Dos Estados Unidos chegaram notícias boas e ruins. Mas, as perspectivas de ganhos com as boas notícias ofuscaram as possibilidades de perdas, com as notícias ruins. Trata-se do velho problema da racionalidade limitada dos agentes econômicos.
É verdade que:
1)- o nível de desemprego recuou para 7,5%, no mês de abril. Há, de fato, um crescimento, ainda que modesto, na procura por mão de obra, alimentado artificialmente pelo programa de estímulos patrocinado pelo Fed.
2)- a criação de vagas de trabalho também apresentou, em abril, um comportamento superior às previsões mais otimistas do mercado, com a criação de 165 mil empregos, segundo o Departamento do Trabalho norte-americano.
Mas também é verdade que:
3)- as encomendas feitas à indústria do país apresentaram um recuo preocupante, de 4,0%, no mês de março. Essa queda de encomendas pode comprometer o desempenho do mercado de trabalho, já no próximo mês. Os estoques tendem a subir, pressionando as margens das operações industriais e reduzindo a oferta de empregos.
4)- o ISM de serviços também apresentou recuo em abril. Dessa vez, a queda em relação ao mês anterior foi de 1,3 pontos. É de se imaginar que os efeitos dessas duas quedas se somem, produzindo um efeito recessivo mais amplo no próximo período.
As bolsas no ocidente, inclusive a brasileira, comemoraram os resultados do desemprego com altas expressivas, desconsiderando os demais fatos, que talvez fossem mais relevantes para o curto e médio prazos.
Assim são as volatilidades. Movidas pela racionalidade limitada e por assimetrias informacionais, realizam ganhos e perdas como forma de promover e punir as ambições humanas.

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