Banner

Translate

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Comércio nesse segundo semestre

Bravo mesmo fica para o comércio
As sucessivas desvalorizações do real aumentam os preços dos importados. O repasse desses aumentos começa a chegar às prateleiras frequentadas pelo consumidor final. A taxa de juro sobe mais 0,5% ao ano e encarece o custo do capital. Investimentos privados são desestimulados mais uma vez. O mercado de trabalho piora a cada dia comprometendo a expansão da renda, enquanto as famílias remanescem endividadas e inadimplentes. O país não cresce, senão lentamente.
O quadro para o comércio é desanimador. As vendas caem, o crédito é escasso e cada dia mais caro. Nesse último mês, o número de recuperações judiciais cresceu fortemente. Os pedidos de falência aumentaram também expressivamente e a insolvência acentuou-se ainda mais.
A alta da Selic de ontem é benvinda para reduzir os riscos de um recrudescimento inflacionário, mas inibe, na mesma medida, o crescimento. A moeda local depreciada rapidamente ajuda ao comércio exterior brasileiro e cria uma nova vertente de crescimento, via exportações. Ao mesmo tempo, amplia a competitividade dos produtos nacionais, encarece as importações que tendem a ser substituídas pela produção nacional.
Em tese, a retração provocada pelos juros deveria ser compensada pela expansão dos produtos exportados e pelo aumento da produção nacional. A inflação dos importados seria compensada, ainda em tese, pela alta dos juros internos. E tudo isso seria maravilhoso, não fosse a defasagem de tempo dos efeitos que essas medidas econômicas costumam apresentar. A alta dos juros é acompanhada por efeitos quase imediatos, enquanto a desvalorização cambial produz efeitos de longo prazo. Portanto, daqui até o final do ano, é de se esperar por baixo crescimento, inflação em alta, níveis modestos de investimentos e um moderado agravamento nas condições do mercado de trabalho.
O cenário atual atinge todos os setores, mas aponta para uma redução mais abrupta no nível de atividade do comércio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário