O Brasil em 2013:
uma perspectiva econômica modesta
1.
A combinação de uma política de renda que reajusta
o salário mínimo em percentuais imprudentes com um apertado mercado de trabalho levarão os
salários a crescer mais rapidamente que a produtividade do sistema. Prato cheio para a inflação.
2.
Nesse contexto, a política monetária de juros
baixos levará a inflação em direção ao limite superior da meta.
3.
A alternativa de aumentar a taxa Selic parece
descartada como elemento de contenção de eventuais altas de preços.
4.
O crescimento dos custos da unidade de trabalho
permanecerá, junto com a carga tributária e a infraestrutura, como as grandes
barreiras à recuperação da competitividade nacional.
5.
As reformas devem passar incólumes pelo ano de
2013. O desgaste do governo, pelo fracasso na área econômica, subtrai as
condições para eventuais iniciativas relacionadas às reformas no âmbito
tributário, previdenciário, trabalhista, administrativo e do funcionalismo.
6.
A reforma patrimonial também terá ritmo excessivamente
lento.
7.
As privatizações coincidirão com um período de
desencanto dos capitais internacionais pelo país.
8.
A inadequada regulação e a incapacidade do estado
aparelhado comprometerão a eficiência processos de privatização.
9.
Os investimentos estatais e privados reagirão
negativamente ao peso desses desencontros e podem apresentar desempenhos
frustrantes.
10.
Os
investidores continuam arredios à intervenção do governo na ordem econômica,
com o baixo crescimento e com as frustrações no cumprimento de metas
estabelecidas.
11.
Investidores
mudarão suas atitudes apenas quando houver sinais mais claros de que a economia
brasileira está realmente se recuperando.
12.
O fornecimento de energia se constituirá em mais
um entrave ao crescimento nacional.
13.
Por outro lado, o serviço da dívida pública e a inadimplência das pessoas
físicas diminuirão mais expressivamente, abrindo possibilidades para a expansão
do crédito.
14.
A prudência marcará essa expansão creditícia e elevará o crescimento do
consumo de maneira apenas moderada.
15.
O risco de
baixo crescimento do PIB é, portanto, possibilidade muito
presente, contrariando claramente as expectativas oficiais.
16.
O governo, salvo
mudança da equipe econômica, continuará com
sucessivas intervenções, apoiados em novas medidas de estímulos.
17.
Como consequência, o processo de enfraquecimento do real deve continuar.
18.
O saldo da balança comercial, o déficit em conta
corrente e os fluxos cambiais
ainda não sofrerão conseqüências significativas.
19.
O superávit primário,
entretanto, deve reduzir-se, sob o pretexto de menores exigências de reserva.
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