O
dia em que o mundo se assustou
Tudo começou no Japão. Esperava-se pela
ampliação do programa de incentivos monetários. O BoJ frustrou as expectativas
de todos, deixando tudo como estava, sem adicionar medidas novas capazes de
intensificar o ritmo da economia. Pensando bem, isso não deveria decepcionar
aos analistas. O Japão já reagiu de forma exuberante aos estímulos concedidos
até aqui, crescendo no primeiro trimestre desse ano, a uma taxa anualizada de
4,1%. Não está bom?
Acompanhando o caminho do sol, os temores
foram se ampliando com o início do processo de decisão da corte alemã sobre a
legalidade da compra de títulos de países da Zona do Euro, pelo Banco Central
Europeu. Parece até que as compras poderiam ser revertidas depois de tudo que
já se fez.
Nos Estados Unidos, a notícia de que os
estoques, no mês de abril, subiram 0,2%, em relação a março também não agradou
os investidores. É bom ter em conta que a variação é desprezível.
Mas, o que “pegou” mais forte foi a
aproximação de uma eventual decisão sobre a redução dos estímulos monetários da
economia norte-americana pelo Fed. O juros nos Estados Unidos, nesse caso,
deveriam subir e sua moeda continuaria em pleno processo de valorização em
relação a todas as outras moedas do mundo. Inclusive, em relação ao real. As demais
moedas nacionais depreciadas impactariam as respectivas economias de forma
diferenciada, enquanto os investimentos em papéis do Tesouro americano tornam-se
cada vez mais atraentes, ampliando as percepções de risco dos emergentes e
configurando uma fuga de capitais desses países.
O resultado esperado por todos é que o
real continue em queda e o Ibovespa atinja níveis ainda menores do que o de
ontem.
Investidores já desconfiam da
existência de um desastre nas economias emergentes. Recomendo calma aos que
estão negativos nas suas posições em renda variável, afinal o desastre não vai
ocorrer.
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