A inflação está muito alta para ser ignorada
Os preços dos alimentos são, no curto prazo, o grande problema para o Copom não subir a Selic. Só esse ano o CRB Food aponta crescimento de 15% nos preços dos alimentos no mercado internacional, em função dos problemas climáticos que atingiram os Estados Unidos, Austrália e Brasil. Nessa situação não há muito o que fazer. Interromper o ciclo de aperto monetário seria imprudente. Nas últimas semanas, o dólar "deu um bom refresco" para a inflação, mas a crença de um IPCA maior que 6,5% em 2014 parece generalizada. Uma solução adicional, além de uma alta entre 0,25% e 0,5% na próxima reunião, seria buscar um superávit primário na casa dos 2,5% do PIB. Isso poderia, mesmo com o baixo crescimento da economia nacional, reduzir a relação dívida - PIB. O governo, sequer admite essa hipótese em função do ano eleitoral. Com isso, não aparecerão resultados econômicos palpáveis que possam convencer os agentes econômicos. Os investimentos permanecerão muito baixos e o crescimento comprometido.Banner
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segunda-feira, 31 de março de 2014
sexta-feira, 28 de março de 2014
Até o Banco Central não está otimista
As preocupações saem do campo econômico para ganhar o campo
político
O Banco Central já projeta, para o final de 2014, IPCA de 6,1%,
deixando claro que a inflação, nesse ano, não terá trajetória de convergência para
o centro da meta. Nas projeções anteriores a instituição falava em 5, 6%.
Para piorar mais um pouco, o PIB projetado para o ano recuou de
2,3% para 2,0%. Curioso que nem mesmo com crescimento baixo, o Banco Central vê
espaço para colocar fim ao ciclo de aperto monetário. De outro lado, as contas públicas melhoram, mas ainda estão longe
de serem saneadas. O resultado primário do Governo Central foi negativo em R$ 3,1
bilhões, no mês de fevereiro, embora as despesas discricionárias tivessem sido
reduzidas no mês. Esse resultado encontra-se afetado por receita não recorrente,
caracterizada pela distribuição de dividendos de R$ 2 bilhões do BNDES. Mesmo diante
desses sinais mais firmes do governo federal em cumprir com sua meta fiscal de
1,5% do PIB, há que se reconhecer ainda a utilização da manobra contábil com a
utilização das receitas não recorrentes.
Quanto à taxa de desemprego, o resultado é magnífico 5,1%. A renda real aumentou 3,1% de fevereiro de 2013 para fevereiro de 2014. Analista são quase unânimes em esperar pelo crescimento da taxa de desemprego durante 2014. Projetam que a taxa possa alcançar os 6,0%, com um crescimento modesto da renda real perto de 1,0% ao ano. Isso é ruim para o consumo e pior para o crédito que pode ver a inadimplência voltar a crescer. Todos os dados contribuíram, para as perdas de popularidade do governo central e conspiram agora para o “volta Lula”. De modo geral, a desordem econômica é inimiga de qualquer reeleição.
Quanto à taxa de desemprego, o resultado é magnífico 5,1%. A renda real aumentou 3,1% de fevereiro de 2013 para fevereiro de 2014. Analista são quase unânimes em esperar pelo crescimento da taxa de desemprego durante 2014. Projetam que a taxa possa alcançar os 6,0%, com um crescimento modesto da renda real perto de 1,0% ao ano. Isso é ruim para o consumo e pior para o crédito que pode ver a inadimplência voltar a crescer. Todos os dados contribuíram, para as perdas de popularidade do governo central e conspiram agora para o “volta Lula”. De modo geral, a desordem econômica é inimiga de qualquer reeleição.
quarta-feira, 26 de março de 2014
No vermelho
Contas externas continuam em deterioração
O balanço em conta corrente de fevereiro aponta déficit de USD 7,4
bilhões, acumulando saldo negativo, nos últimos 12 meses, de nada menos que USD
82,4 bilhões. Há fundamentalmente, dois elementos determinantes para esse rombo
gigante. De um lado, o desempenho de nossa balança comercial marcado por
importações crescentes e exportações centradas quase que exclusivamente em
produtos básicos. De outro, o aumento dos gastos na conta de serviços, considerados
aí os gastos com transportes (lembrando que não existem mais navios de bandeira
brasileira), aluguéis de máquinas (dado o obsoletismo e o preço das máquinas
nacionais), etc.
Explicar o déficit apenas pelo longo período de apreciação da moeda
nacional é ser simplista. As explicações vão muito além, envolvendo os
desmandos das políticas públicas e o consequente custo Brasil. Apesar de termos acumulado déficit em conta corrente de quase 3,7% do
PIB, vale lembrar que os fluxos de financeiros continuam fortes, com
investimentos externos diretos na casa dos USD 60 bilhões anuais. Resta-nos
conhecer, agora, os impactos que podem ser provocados no IED pelo rebaixamento
da nota de risco brasileira. Por fim, esperam-se também pelas reações do mercado à nova posição do
Fed, no que tange à administração da redução dos incentivos mensais e do
eventual aumento dos juros norte-americanos.
terça-feira, 25 de março de 2014
Deu a lógica
Previsto
e já muito anunciado,
o rebaixamento foi confirmado.
Não
foi por falta de aviso. Foi por incompetência mesmo que a S&P rebaixou a
classificação soberana, de longo prazo, do Brasil em moeda estrangeira, de BBB
para BBB-. Acompanhou a nota pela simpática expressão “perspectiva estável”. Na
decisão esteve presente a deterioração nas contas fiscais e a baixa perspectiva
de crescimento do país. Nada que não tivesse sido “cantado em prosa e verso”
por analistas e agentes econômicos. Os
CD’s com prazo de 5 anos do Brasil já estão sendo negociados a preços
substancialmente maiores que os anteriores. Claro que tudo já era esperado e,
portanto, em boa medida o mercado já havia antecipado essas expectativas nos preços
praticados, sobretudo naqueles ativos negociados em bolsa. Aliás, o mau
desempenho do Ibovespa pode ser explicado em grande parte por essas expectativas
desenhadas em momentos anteriores. Colheu-se
o que se plantou: preços administrados, manobras contábeis, atraso no programa
de privatizações, riscos de racionamento, baixo nível de investimentos,
problemas institucionais, inflação elevada, etc, etc, etc.
segunda-feira, 24 de março de 2014
Alemanha crescerá mais devagar
Bundesbank espera desaceleração da economia.
O boletim mensal do
Bundesbank apontou que o primeiro trimestre do ano mostrou-se muito favorável à
economia alemã, sobretudo pelo desempenho industrial que superou as melhores
previsões para esse período, refletindo
o maior nível de confiança do empresário na economia germânica. O boletim ainda
registra que o crescimento do PIB do país foi "muito forte" nesse primeiro
trimestre de 2014. Entretanto, o banco
central alemão prevê que esse ritmo de crescimento caia expressivamente no
segundo trimestre do ano. A Markit, empresa alemã especializada em pesquisas e análises econômicas, apontou que o Índice de Gerente de Compras (PMI- Purchasing Manager’s Index), tido como um dos melhores indicadores antecedentes
da atividade industrial, caiu de 56,4 pontos em fevereiro, para 55 pontos, em
março, reforçando a previsão para a desaceleração econômica. A economia do país
cresceu 0,4% no último trimestre de 2013 e as previsões apontam para que o PIB
tenha crescido 0,7% nos primeiros três meses deste ano. Na verdade, essas
notícias põe toda a Zona do Euro com “as barbas de molho”, pois o crescimento
alemão traz sempre um grande impulso à economia da região. A Zona do Euro vem
de uma recessão de um ano e meio, tendo crescido 0,3% no último trimestre do
ano anterior. Um crescimento alemão, ainda que menor, será muito bem-vindo,
nesse momento.
domingo, 23 de março de 2014
Em plena seca, uma lição...
Aula de geopolítica para brasileiros
A
fim de otimizar o uso racional dos recursos hídricos e ampliar a produtividade
dos solos na fronteira Bolívia - Peru , a Comunidade Andina de Nações e a
União Europeia, através do Projeto CESCAN II , inaugurou nesse domingo um
dos quatro sistemas de irrigação que beneficiam os moradores das comunidades rurais
que vivem no entorno do Lago Titicaca.
As
obras foram realizadas em comunidades fronteiriças, por meio da implantação de um sistema de
irrigação que utiliza os fluxos de água do manancial da região,
compreendendo a captação de águas, desassoreamento, reabilitação de reservatórios
existentes, implantação de reservatórios com válvulas para evitar perdas e
desperdícios, redes de distribuição, hidrantes de controle para os módulos de
irrigação. Além
da construção dos quatro sistemas de irrigação, o projeto binacional envolve a
implementação de um modelo de integração da gestão das fronteiras, o
desenvolvimento agrícola e plano de negócios, treinamento para a população nas modernas
técnicas de irrigação, operação e manutenção desses sistemas , intercâmbio de
experiências entre agricultores de ambos os países e outros operadores nas cidades do Peru e da Bolívia. Enquanto isso, o Brasil sofre com a falta de água, pela má gestão de seus recursos hídricos. Irônico, não?
sábado, 22 de março de 2014
O próximo vilão dos preços
Frutas e legumes devem dar lugar aos grãos
O café arábica, no mercado internacional,
mostra alta de preços de até 70% neste ano, na bolsa de Nova York. No Brasil, até
agora, o IPCA-15 aponta que, em termos de alimentos, os hortifrutigranjeiros puxaram a alta dos preços.
O índice cresceu para 0,73%. A partir desse
instante a inflação deve se deslocar em direção aos grãos. Feijão, milho, café
entre outros, deverão exercer novas pressões sobre todos os indicadores de
inflação. Os cereais refletem em seus preços a frustração das safras
norte-americana, australiana e brasileira, principalmente. Diferentemente
dos hortifrutigranjeiros, as commodities agrícolas desse tipo, são negociadas
em bolsas, por meio de contratos futuros. As previsões de safras, entre outras
coisas, são determinantes dos preços e do ritmo das compras e vendas no mercado
físico. As previsões não se referem apenas às safras anuais, mas consideram também
os estoques mundiais. A produção de grãos
foi comprometida por fatores climáticos e os estoques não estão altos. Embora
algumas quedas mais recentes, reflexos de acomodações ocasionais, os preços
internacionais continuarão a subir. No mercado
físico, tudo começa pelas compras industriais e pelo comércio atacadista. No
final de março, os preços, em sua maioria, já estarão sendo repassados ao consumidor
final. É só aguardar.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Ansiedade inútil
As
expectativas giram em torno do Fed
Os mercados mundiais têm reagido nas
últimas semanas às notícias que chegam da Ucrânia e àquelas referentes à desaceleração
do crescimento na China.
Hoje a preocupação central voltou-se
para o Fed, o Banco Central norte-americano, e suas decisões sobre o ritmo da
redução dos estímulos monetários e sobre eventuais alterações nas taxas de
juros dos Estados Unidos.
O cenário econômico apresenta
comportamentos díspares. As últimas notícias sobre o desempenho da atividade
econômica americana não são boas e, por isso, foram renovadas especulações sobre uma eventual redução no ritmo de cortes dos estímulos concedidos pelo Fed. É convicção generalizada que a taxas de juros serão mantidas nos níveis atuais. A ansiedade decorre das afirmações anteriores de que o Fed continuará a reduzir o tamanho de seu programa mensal de compra de
títulos em 10 bilhões de dólares a cada reunião. Entretanto, o arrefecimento da
economia nos últimos dias suscitou opiniões sobre a redução mais lentas nesse programa de cortes. Isso, por si só, já é motivo para aumentar as tensões dos mercados mundiais, mas que agravaram-se e tornaram-se maiores porque qualquer revisão da
política atual será decidida em reunião a ser presidida por Janet Yellen, a
nova chairperson do Fed. Menores cortes estimulariam os mercados financeiros e, para isso, torcem os investidores.
Grave. Muito grave.
Brasil
perde prazo
A
notícia está no Valor Econômico de hoje, dia 19 de março: o governo brasileiro
perde prazo para apresentar o Plano de Ação que explicaria a forma a ser
utilizada pelo país para segregar o gado que eventualmente utilizasse medicamentos
não aprovados pelos americanos, evitando que essa carne chegasse para consumo,
nos Estados Unidos. Há
muito tempo o Brasil tenta abrir o mercado norte-americano para carne bovina in natura. O protecionismo daquele país
em matéria de produtos agropecuários já é tradicional, sobretudo em relação à
carne brasileira que precisa encontrar mercados mais amplos e, com isso,
garantir níveis de preços que possam remunerar de forma justa toda a cadeia
produtiva da carne. O maior inimigo dos brasileiros é o Congresso dos Estados
Unidos que se mantém irredutível à entrada desse produto no país e sustenta sua
posição de todas as formas, inclusive recorrendo a barreiras não tarifárias,
como por exemplo, multiplicando seguidamente suas normas fitossanitárias. A
oportunidade estava nas mãos do governo brasileiro de demonstrar que a carne
produzida com medicamentos não aprovados naquele país seria segregada das nossas
exportações. O prazo para isso encerrou-se no dia 7 de março. O
Ministério da Agricultura tenta justificar seu erro de gestão, afirmando que
esse prazo não prejudicará a decisão final, pois, segundo fonte do Ministério, “não
será por isso que o pedido será rejeitado”.
Trata-se
de um profundo abandono das questões maiores do país, que revela o descompromisso
com os assuntos da administração pública. O governo central parece
irremediavelmente perdido. Tem-se a impressão que cansou de governar e que
começa a reconhecer que sua vocação é a de fazer oposição. Quando assume os
deveres de governar, o desinteresse é geral. Suas ações se voltam apenas para
as infindáveis e inconsequentes articulações políticas. O país perde muito com
tudo isso.
segunda-feira, 17 de março de 2014
As expectativas refletem o agravamento do mau humor
Boletim Focus aponta alta
nos índices
de inflação
As expectativas não melhoram. O meio
empresarial continua reticente em relação à intenção do governo de combater a
inflação. Parece não crer nas mediadas fiscais prometidas e, nessa semana,
registrou mais uma alta em suas previsões sobre o desempenho da inflação. Prevê,
agora, 6,11% para o IPCA e, 6,59%, para IGP-DI, referente a 2014. Empresários parecem crer que o Brasil
está ficando para 2015. O câmbio, na mesma previsão feita no Boletim do Banco
Central, será, para o final desse ano, de R$ 2,49, enquanto o crescimento do PIB
estaria em 1,69%.
Metade do Brasil está embaixo d’água. A
outra metade sem água nenhuma. Embora a média possa indicar que o regime de
chuvas é bom, o fato é que, entre os ressecados e afogados, o pessimismo se
aprofunda a cada dia.
O IGP-10 registrou inflação de 1,29%,
em março, acumulando alta de 6,69%, nos últimos 12 meses. O Índice de Preços ao
Produtor Amplo (IPA) também se apresentou em alta de 1,65%, refletindo o drama
dos ressecados, com as perdas de suas produções agrícolas. O IPA está
refletindo a inflação nos preços do subgrupo de Produtos Agropecuários, algo
como 4,27%, em relação ao mês anterior. Os números justificam o pessimismo, sobretudo porque ninguém acredita em medidas saneadoras em ano
eleitoral.
sexta-feira, 14 de março de 2014
Ninguem se anima
Investidores parecem desacorçoados
com o Brasil
As
vendas no varejo apresentaram alta de 6,2%, em relação a janeiro de 2013. A
indústria também apresentou resultado favorável em janeiro, depois do recuo de
3,5% em dezembro. Mais importante ainda foi a projeção feita pelo CNI de
estabilidade nos custos da indústria. Com isso o IBC-BR (índice de atividade do
Banco Central) também subiu 1,0%.
Foram
boas notícias que chegaram ao mercado, mas que não provocaram euforia. Ao
contrário, esses resultados estão sendo vistos apenas como um soluço da economia
nacional. As previsões continuam esperando pela desaceleração de seu ritmo e
pela queda nas vendas da indústrias e do varejo. As
combinação de alta inflação e baixo crescimento levaram o IBOVESPA a apresentar
queda de 0,91%, e encerrando o dia aos 45.444 pontos. O volume girado ontem foi
de R$ 5,742 bilhões. O
dólar subiu como era de se esperar, fechando em alta de 0,21%, cotado a R$
2,366. O
pessimismo se generalizou e parece querer se aprofundar nos próximo dias.
Já estava previsto. Mas é triste.
Em
fevereiro, alimentos levam
o IPCA para 0, 68%.
Não
se trata de criticar o governo, apenas. A culpa dessa vez foi do período
prolongado de seca que prejudicou a safra agrícola. Os preços cresceram e
tendem a continuar crescendo em março. Os preços no atacado já revelam para
esse mês um IPCA até maior que os 0,68% de fevereiro. Significa dizer que o
governo tem que continuar a subir a Selic para conseguir a desejada
convergência da inflação para o centro da meta. Podemos esquecer essa história
para esse primeiro semestre. Para
o segundo, acho possível. Seria,
entretanto, necessário aprofundar os cortes orçamentários e ampliar o superávit
fiscal em níveis superiores aos prometidos até agora.
Os
desafios não param por aí. Os preços administrados também terão que ser atualizados, para por fim a subsídios incabíveis.
Nesse ponto, transporte será uma das principais fontes inflacionárias para o
futuro próximo. A convergência ficará cada vez mais difícil, os juros terão de subir nas próximas reuniões do Copom e a criação de empregos tende a cair um pouco mais .
quinta-feira, 13 de março de 2014
Mas não é só a China
O surpreendente mundo dos emergentes
Mesmo pensando em economias mais frágeis e vulneráveis,
órgãos internacionais ainda prestigiam economias que, no mundo, acabam
esquecidas.
Veja o gráfico produzido por uma desas entidades:
Olhando para os mercados emergentes do mundo, classificados pelas dimensões de seus PIB’s, alguns países apresentam desempenhos surpreendentes: Nigéria
e Bangladesh, por exemplo, impressionam.
O ano pode trazer surpresas ainda. Nada é certo, embora as primeiras
observações confirmem esses dados. O momento ainda inspira muitos cuidados.
China, o grande enigma.
Inflação e crescimento são irmãos siameses?
Apesar de sua desaceleração, a China deverá ser o mercado
de maior crescimento entre os países emergentes nesse ano. As projeções são
quase um consenso entre os principais organismos mundiais. Para o Banco Mundial,
FMI e ONU, o crescimento do PIB chinês será de, no mínimo, 7,4%.
Espera-se que as despesas de consumo cresçam a velocidade
superior à do PIB, alcançando 8,6% em termos reais. Isso é um sinal positivo e antecipa
o sucesso da politica liberalizante chinesa e do novo equilíbrio dessa economia.
Em apoio às previsões, as instituições internacionais
apontam que a taxa de poupança deve cair para 38%, em 2014.
Fico imaginando que o maior problema do país estará, de novo, voltado ao combate da inflação. A expansão do consumo e a consequente reação dos preços exigirão decisões robustas no controle do crédito e no saneamento das finanças públicas, envolvendo restrições nos gastos das províncias e nas municipalidades chinesas.
Fico imaginando que o maior problema do país estará, de novo, voltado ao combate da inflação. A expansão do consumo e a consequente reação dos preços exigirão decisões robustas no controle do crédito e no saneamento das finanças públicas, envolvendo restrições nos gastos das províncias e nas municipalidades chinesas.
Aumenta a curiosidade, entre os investidores, em descobrir como essas medidas serão operacionalizadas.
segunda-feira, 10 de março de 2014
Inflação menor na China e crescimento na Alemanha
A China ainda desacelera sua economia
Na China a inflação veio mais baixa no mês de
fevereiro. Os índices de preços referidos ao produtor e ao consumidor recuaram
de forma moderada. Como se sabe, a China tem apresentado um nível de atividade
econômica decrescente. Essas duas
informações sugerem que o governo chinês possa dar início a uma nova fase de concessão
de estímulos ao consumo e que a taxa de juros possa sofrer alguma
redução. A inadimplência na China é alta e as contas públicas não se encontram
saneadas. O governo de Pequim precisa ponderar os risco de assumir, nesse
instante, uma política que induza à expansão econômica. Na Alemanha, a produção industrial voltou a
subir: 0,8% em janeiro, na comparação com dezembro de 2013. A Alemanha é vista
como a locomotiva da economia europeia. Entretanto, seria conveniente que a
França, segunda economia da região, iniciasse um processo de liberalização de
sua economia à busca de maior competitividade, para ajudar no esforço de
recuperação de toda UE.
domingo, 9 de março de 2014
Com atraso grande, mas ainda em boa hora.
Reinstalada a Câmara Temática de
Negociações Agrícolas Internacionais
O secretário de Relações Internacionais
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcelo Junqueira,
participou de reunião que reinstalou a Câmara Temática de Negociações Agrícolas
Internacionais, nos últimos dias de fevereiro, e cujas atividades foram
interrompidas em 2008. A intenção mais óbvia dessa câmara é a
de aproximar o governo das entidades representativas do agronegócio,
interessadas no comércio exterior.
Foi preciso que as contas externas se
deteriorassem a esse ponto e que os resultados da Balança Comercial evidenciassem
a atual dependência das commodities agrícolas, para o governo central apresentasse
esse arroubo democrático tardio. Junqueira afirmou que o objetivo da câmara é
melhorar o diálogo direto com essas entidades. “Reativar esta câmara é uma
maneira democrática de ouvirmos e trocarmos ideias com o setor privado para que
o agronegócio continue sendo o instrumento de maior valor de compensação na
balança comercial”, confessou. Em que pese a interrupção prolongada -
quase oito anos - desse diálogo, há na decisão do governo uma nova atitude em
relação aos empresários do campo, reconhecendo a necessidade e os benefícios da
agricultura de exportação. Ideologias à parte, a mecanização, mesmo no caso das monoculturas, implica
o pagamento de salários crescentes e equiparáveis aos de outros setores de nossa
economia.
sábado, 8 de março de 2014
Há muitas dúvidas sobre as contas externas
Previsões sobre o resultado da Balança Comercial tem parecido muito díspares
O
déficit da balança comercial brasileira, no mês de fevereiro, já anunciado
em postagem anterior foi US$ 2,1 bilhões,
acumulando um saldo negativo nesse ano de US$6,1 bilhões. O
desempenho da balança não deixa de ser preocupante, embora já estivesse sendo
aguardado. Contribuem muito para esse déficit o resultado líquido da conta
petróleo, a queda das exportações para a Argentina, cuja economia a cada dia se
deteriora mais um pouco, a queda nas cotações internacionais do minério de
ferro - sobretudo pela retração da demanda chinesa, e o sucateamento do parque
industrial brasileiro, cujos produtos não apresentam, como regra geral, qualidade
e preços compatíveis com o mercado internacional. No
médio prazo, muito desses problemas serão amenizados pela depreciação cambial
em curso, mas remanescerão ainda outras questões de caráter estrutural, que
precisarão ser tratadas. São questões de difícil encaminhamento e que envolvem
elementos como a construção de uma política industrial e, para ser genérico, esforços
para a redução do custo Brasil. Há
que se considerar ainda que o ambiente global não tem se mostrado tão favorável
à expansão das exportações brasileiras, no que respeita aos seus preços. Minério
de ferro e soja, bem como as demais commodities metálicas, de uso predominantemente
industrial, apresentam tendências de queda em suas cotações. Produtos agrícolas, que foram tão beneficiados nesse início de ano pela frustração das safras
norte-americana e australiana, produzirão efeitos mais limitados nos resultados
da balança comercial brasileira em função do período prolongado de seca, nos
meses de janeiro e fevereiro, nas regiões produtoras nacionais. Portanto,
em relação à balança comercial de 2014 não há que se esperar por resultados extraordinários.
As previsões têm variado num intervalo muito amplo. Há quem fale em US$ 6
bilhões de superávit anual e até quem espere por resultados próximos a US$ 14 bilhões.
Pessoalmente, não acredito em nada maior que US$ 8 bilhões como superávit para
o final desse ano.
sexta-feira, 7 de março de 2014
Copom e MDIC em saias justas
Na melhor das hipóteses, os resultados aparecerão apenas no médio prazo
O Copom afirmou em sua última ata “que , em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária. Ao mesmo tempo, o Comitê pondera que os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação são cumulativos e se manifestam com defasagens.”
O recado é claro e aponta para a ortodoxia monetária. O conteúdo de toda a ata vem em acordo com o IPC-S da FGV, divulgado ontem, para a 4ª quadrissemana de fevereiro: 0,66%. O indicador de inflação semanal veio ainda muito alto, embora registre uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando atingiu os 0,99%. Ontem também o MDIC divulgou o resultado da Balança Comercial do país. O déficit de US$ 2,21 bilhões no mês de fevereiro é alarmante. Representa o pior resultado para o mês, com exportações de US$ 15,93 bilhões e importações de US$ 18,06 bilhões. O sucateamento do parque industrial torna a tarefa de reverter esse déficit um trabalho árduo, com efeitos apenas no médio prazo.
O recado é claro e aponta para a ortodoxia monetária. O conteúdo de toda a ata vem em acordo com o IPC-S da FGV, divulgado ontem, para a 4ª quadrissemana de fevereiro: 0,66%. O indicador de inflação semanal veio ainda muito alto, embora registre uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando atingiu os 0,99%. Ontem também o MDIC divulgou o resultado da Balança Comercial do país. O déficit de US$ 2,21 bilhões no mês de fevereiro é alarmante. Representa o pior resultado para o mês, com exportações de US$ 15,93 bilhões e importações de US$ 18,06 bilhões. O sucateamento do parque industrial torna a tarefa de reverter esse déficit um trabalho árduo, com efeitos apenas no médio prazo.
quinta-feira, 6 de março de 2014
No exterior a percepção começa a melhorar
As
relutâncias foram grandes.
Vencidas, trazem benefícios para 2015.
Levar
a taxa básica de juros da economia brasileira para os dois dígitos contrariou
profundamente os formuladores de política econômica, mas a inflação os
convenceu. A
matriz econômica desenvolvimentista cedeu lugar ao bom senso. Estamos chegando
próximos do juro real de equilíbrio, que manteria, segundo a boa teoria
econômica, a inflação estável. Ainda assim, remanesce a preocupação com o
necessário abandono da política de represamento dos preços administrados.
Trazer a valor de mercado os preços dos transportes públicos, dos combustíveis
e da energia elétrica será o novo desafio do governo.
Não bastasse isso, ainda teremos novas pressões sobre os preços dos importados, decorrente da tendência de valorização do dólar até o final do ano, pelo menos. O Banco Central, por seu lado, já demonstrou que não hesitará em manter sua política de intervenções sucessivas nos pregões, garantindo a moderação do ritmo da depreciação cambial.
Não bastasse isso, ainda teremos novas pressões sobre os preços dos importados, decorrente da tendência de valorização do dólar até o final do ano, pelo menos. O Banco Central, por seu lado, já demonstrou que não hesitará em manter sua política de intervenções sucessivas nos pregões, garantindo a moderação do ritmo da depreciação cambial.
Também
é verdade que o ajuste cambial trouxe maior competitividade ao produto
brasileiro e que, no médio prazo, isso deverá ser o melhor tratamento para as
contas externas nacionais, via o aumento das exportações.
A
tudo isso se juntou o anúncio dos cortes nas contas públicas nacionais. Já parece
absolutamente possível alcançar a meta de um superávit de 1,5% do PIB. Aqui não serão aceitas tergiversações ou manobras contábeis. Tudo deverá ser
transparente, sem maquiagem de qualquer natureza e descontando-se, no seu cálculo, as receitas
extraordinárias, que não se repetirão em anos subsequentes. É o caso da
retomada das concessões, sejam de ferrovias, sejam de qualquer outro elemento de
nossa infraestrutura. Por
fim, não se pode deixar de aplaudir a redução do ritmo da expansão dos estoques
de crédito que, para 2014, não devem crescer mais que 13%. contribuirá muito para isso a intenção dos bancos
públicos de reduzir a oferta de empréstimos.
A inadimplência deverá diminuir consideravelmente, acompanhada nessa queda pelo grau de endividamento
das famílias. Os
capitais internacionais já começaram a reagir a essas medidas, iniciando um saudável caminho de voltar, sempre à busca das remunerações de nosso mercado financeiro. Em um
segundo momento, voltam os investimentos produtivos, convencidos de que 2014 pode
ser o ano da reconstrução das bases macroeconômicas para um novo ciclo de
crescimento nacional.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Agricultura empresarial mostra entusiasmo
Ganhos de produtividade abrem espaços para o
crescimento da renda do trabalhador rural
Nos sete primeiros meses da safra de 2013/2014, a agricultura
empresarial assumiu financiamentos na ordem de R$ 98,2 bi, equivalentes a um
aumento de 48,2% em relação a igual período da safra anterior. A frustração da safra norte-americana e australiana e o
crescimento da demanda global, decorrente da recuperação internacional tem
produzido aumento de algumas das principais commodities no mundo. É dentro dessa expectativa a otimista que os produtores rurais
contrataram R$ 71,1 bilhões pelas modalidades de custeio e comercialização e R$
27,08 bilhões pela de investimento Nas linhas de crédito para custeio e comercialização, o resultado do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural atingiu R$ 6,27 bilhões de empréstimos , o que corresponde a um crescimento de 6,8% nesse período. No Programa de Sustentação de Investimento, destinado a financiar máquinas e implementos, foram aplicados R$ 9,2 bilhões, 57,8% a mais que o valor realizado no mesmo período da safra anterior. As aplicações em insumos agrícolas e os investimentos em máquinas
devem trazer novos ganhos de produtividade à área rural brasileira, abrindo espaço
para maiores reajustes de salários e para o aumento da atratividade do emprego
no campo.
De volta ao meu aconchego
Estrangeiros
voltam ao Ibovespa,
mas no mercado futuro
A
volta dos investidores ao mercado futuro sinaliza para a expectativa de alta do IBOVESPA. São praticamente 6,0 mil contratos a mais até sexta-feira passada. As
cinzas do Carnaval podem deixar para traz o pessimismo nas avaliações sobre a
bolsa brasileira.
A
tabela abaixo, do Boletim Diário da bolsa, mostra o aumento do capital estrangeiro de
3 a 26 de fevereiro.
Enquanto
a mídia noticia as baixas avaliações do Brasil no exterior, os profissionais estrangeiros ampliam sua aposta no futuro de nossas empresas.
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