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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Brasil em polo passivo

Comissão Europeia inicia investigação antidumping 
Aberta, pela Comissão Europeia, nesse mês de dezembro, a investigação para averiguar a existência de dumping sobre as importações europeias de determinados óxidos de manganês, originários do Brasil, Geórgia, Índia e México.
Os produtos atingidos pela investigação são os óxidos de manganês (fórmula química : MnO), com uma pureza em peso líquido de 50% e mais de 77% de manganês.
Os exportadores e associações de exportadores no Brasil devem entrar em contato com a Comissão Europeia, em até 15 dias da abertura da investigação, a fim de se identificarem e receberem o questionário do produtor/exportador para resposta. O prazo para a resposta do questionário é de 37 dias, a partir da abertura da investigação.
E não é que o Brasil passou para o polo passivo das questões de comércio internacional. 

Brincou com fogo e está começando a queimar.

Quase fora de controle
O Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central mostra uma instituição preocupada com a indominável alta dos preços. A Selic já está em patamares elevados e, ainda assim, os preços recrudescem se crescimento de forma assustadora. Se isso acontecer, estamos diante da perda de controle das variáveis monetárias. A inflação vai espiralar.
Ao abrir mão em passado recente de sua principal obrigação, que é não permitir à inflação que rompa com os limites estabelecidos pelo sistema de metas, o Bacen mostrou-se um órgão mais político do que técnico. A confiança entre os agentes econômicos ficou abalada ou quase destruída. Agora o IPCA de 2015 está sendo esperado em 10,8% e, para 2016, espera-se que atinja os 6,2%.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

FIA / PROCEB


Globalização,Capacitações Gerenciais, Comércio Internacional. 



Veja o video:  FIA / PROCEB


                                           www.fia.com.br/proceb

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Enfim a montanha pariu

E a promessa foi cumprida
Havia tempo que o Banco Central dos Estados Unidos vinha dizendo que subiria a taxa de juros do país. Mais recentemente, as autoridades econômicas anunciaram que isso aconteceria de forma lenta e gradual, sem provocar grandes sobressaltos nas demais economias do mundo.
De fato, isso aconteceu nessa quarta-feira e da maneira suave anunciada. O Federal Reserve, aumentou do juros do país em 0.25 ponto percentual. Agora a faixa em que os juros estarão correndo tem um limite mínimo de 0,25% e um limite máximo de 0,50% ao ano. Ou seja, a taxa continua praticamente no local que estava. Considerada a inflação norte-americana na casa de 0,3% a alta parece precipitada.
Aliás, a meta era chegar a uma inflação de 2,0% ao ano. Se isso não aconteceu, é por que a economia ainda parece relativamente debilitada. Nessas circunstâncias, a recuperação está sendo posta a prova e o medo é que seja reprovada. 


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Commodities são vítimas da retração econômica
A demanda de commodities metálicas deve ficar estagnada em 2016. O viés é de baixa, principalmente para o minério de ferro, cujos preços poderão cair até 20% em relação ao preço atual. O minério poderá atingir os US$ 40 por tonelada, levando a uma expressiva redução do produto na pauta de exportação brasileira. Quem dá causa a isso é a retração da economia chinesa, sobretudo pelo enfraquecimento do mercado imobiliário e de infraestrutura daquele país.
Já com o alumínio o problema da queda dos preços está associado ao aumento da produção chinesa de alumínio primário. A oferta abundante já levou a uma redução dos preços de aproximadamente 10%. O cobre vai pelo mesmo caminho. A queda prevista também está em torno de 10%, levando a tonelada a ser negociada em 2016 a US$ 4.900. O petróleo corrige, vez em quando, seus preços, como foi o caso de ontem. Mas isso tem caráter episódico e dificilmente se transformará em tendências para o próximo ano.
No mundo das commodities agrícolas, a tendência também é baixista, face a previsão do aumento da oferta mundial estimada para 2016.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Gestores não são imparciais
“Todos somos incrivelmente cheios de tendências. Elas são completamente inconscientes. As pessoas se sentem mais confortáveis perto de quem é parecido com elas”. (David Rock, fundador do NeuroLeadership Institute, presente em 29 países).
O resultado disso é que os gestores acabam dando preferência a pessoas e ideias que sejam parecidas com as suas ou que falem em favor de suas conveniências e convicções.
As avaliações sobre desempenho empresarial ou sobre performances no mercado feitas in house são enviesadas e, portanto, distorcidas pelo inconsciente dos avaliadores e explicam porque a alta administração recebe dos níveis inferiores tantos reforços positivos na apresentação dos fatos avaliados.
A solução está na auditoria externa e independente. Esse é o caminho para encontrar-se com a realidade de nossas empresas e de seus principais concorrentes.
Observação: Essa postagem foi inspirado em matéria do Valor de 14,15 e 16 de novembro de 2015.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

VAle a pena ler

Iniciativa de um grupo de brasileiros

criativos e patriotas

O livro "Um Plano de Ação para o Salvamento do Projeto Nacional de Infraestrutura", ferramenta importante para o entendimento e para a solução de muitos dos problemas vividos hoje no país, recebeu a mais qualificada e honrosa apresentação internacional para o público especializado.
Uma resenha do livro foi veiculada no famoso The CLS Blue Sky Blog: Columbia Law School's Blog on Corporations and Capital Markets, capitaneado pelo mítico John C. Coffee Jr.
Vale conferir!
http://clsbluesky.law.columbia.edu/2015/12/07/a-plan-of-action-to-save-the-brazilian-infrastructure-system/#.VmYm-FEdLvE.mailto

O livro foi organizado pelo Professor da FIA, n curso MBA Gestão de Negócios, Operações Comércio Internacional,  WALFRIDO JORGE WARDE JÚNIOR.

O PROFESSOR Walfrido é advogado, sócio do Lehmann, Warde & Monteiro de Castro Advogados, com atuação em contencioso, arbitragem e consultivo societário e mercado de capitais. Bacharel em direito pela Faculdade de Direito da USP e em filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. LLM pela New York University School of Law, Doutor em direito comercial pela Faculdade de Direito da USP, pesquisador-bolsista no Max-Planck Institut für ausländisches und internationales Privatsrecht (Hamburgo), nos anos de 2004, 2005, 2007 e 2008.


Está correndo no Cade

Uma situação que não está esquecida
O banco suíço UBS assinou acordo de leniência com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para entregar provas de que as taxas de câmbio foram manipuladas por 15 instituições financeiras e 30 pessoas, no Brasil, entre 2009 e 2011, em meados desse ano.
O Cade, considerando o caso grave, instaurou processo administrativo. Segundo as evidências, as instituições teriam feito um verdadeiro cartel para fixar níveis de preços e coordenar a compra de moedas. Teriam dificultado, ainda, a atuação de operadores desse mercado, com sérias consequências sobre as taxas do Banco Central (Ptax).
O desfecho desse caso deve ser contundente e, por mais que as autoridades administrativas atuem para reprimir condutas dessa natureza , não há a meu ver, condições de manter o Ministério Público fora dessa.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Ata da última reunião do FOMC sugere o início da normalização dos juros para dezembro
O Federal Reserve insiste na existência de elementos inflacionários na economia dos Estados Unidos que obrigam o início da normalização da política monetária, já em dezembro. A afirmação baseia-se nos temores sobre as pressões que alguns preços estão sofrendo. O continuado fortalecimento do mercado de trabalho e a aumento nos ganhos salariais estariam na base dessas pressões. O documento também sugere que o retardamento da elevação da taxa de juros poderia causar maior incerteza no mercado financeiro e queda nos índices de confiança na economia.

Para não provocar estragos nas economias emergentes, a decisão deve ser implementada de forma gradual, dando oportunidade do mercado financeiro adequar-se à nova realidade risco–retorno dos investimentos, reduzindo os riscos de fugas maciças de capitais para os Estados Unidos.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Salve-se quem puder (2)

2015: um ano complicado (2)
No Brasil, o governo heterodoxo, bandeou, pelo menos no discurso, para a mais vigorosa ortodoxia. Subiu em 2,0 pontos percentuais a meta para a taxa Selic. A tentativa era a de minimizar os efeitos que o realinhamento de preços relativos, produz sobre a inflação. As expectativas sobre alta de preços não se encontram até hoje ancoradas, muito embora já reine um razoável consenso sobre a futura estabilidade das altas de preços em algum momento do próximo ano.
Segundo o Bacen “No sistema bancário, o risco de liquidez de curto prazo apresentou aumento no último semestre, mas permaneceu em nível confortável. O risco de liquidez estrutural não se alterou, e as operações de longo prazo continuam suportadas por fontes de recursos estáveis. Segue baixa a dependência de recursos externos. ”
Para os agentes econômicos a confluência de importantes variáveis macroeconômicas, no cenário interno imobilizam suas decisões e desafiam suas competências gerenciais: crescimento fortemente negativo da economia, juros elevados, desemprego crescente, com comprometimento da expansão renda real e redução da confiança dos consumidores e dos empresários. Essa conjunção irônica - porque prevista, de variáveis, e cruel, pelos custos sociais que impõe a população, derruba os níveis de investimentos, afugenta capitais estrangeiros, reduz a demanda por crédito e inibe sua oferta pelos padrões mais conservadores de concessão a que as instituições financeiras poderiam praticar. As entidades financeiras cautelosamente aumentaram suas provisões, dada a expansão da inadimplência entre pessoas físicas e jurídicas, mesmo que se considerem as renegociações e repactuações. A rentabilidade do sistema bancário aumentou em função da prática de spreads mais elevados, a redução dos custos operacionais e os resultados com tesouraria.
Como fica o consumidor nisso tudo? A Fractal fez um estudo sobre suas despesas e o uso de produtos financeiros em tempos como esse. E se a recuperação se tornar realidade em algum momento? Como o consumidor reagirá? Veja algumas simulações q título exploratório feitas por nós.

Salve-se quem puder (1)

2015: um ano complicado no
mercado financeiro (1)
Durante o primeiro semestre de 2015 o quadro econômico mundial manteve-se submetido às ameaças deflacionárias, principalmente em economias maduras como as da Europa e do Japão. A disposição das autoridades monetárias de ambas essas áreas reduziu muito os riscos associados ao baixo crescimento de suas economias, mas isso não impediu que altas volatilidades alcançassem os mercados de divisas, bursátil e de renda fixa. O Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ) não economizaram esforços e deram continuidade a seus programas de compras de ativos, e com isso garantiram estímulos, ainda que insuficientes, para a recuperação econômica e para o combate aos riscos de deflação.
Nessa situação, os países emergentes acabam por expor vulnerabilidades que, em outras situações, remanesceriam debaixo dos seus respectivos tapetes macroeconômicos. A desaceleração econômica e a queda do comércio mundial, em prosa e verso anunciadas pela OMC e pelo FMI, atingiu esses mercados, deteriorando fortemente as condições de financiamento que usufruíam em passado recente. A isso somou-se a redução dos preços das commodities, entre elas o petróleo, penalizando os países exportadores.
Os Estados Unidos contavam com a consistência de sua recuperação, fazendo com que o Fed cogitasse firmemente da proximidade do início da normalização da sua política monetária. O dólar, então, valorizou-se frente as principais moedas. Um alarme falso, pelo menos para esse ano, já que a economia norte-americana perdeu folego nesses últimos momentos. A recuperação dos Estados Unidos não foi forte o bastante para convencer suas autoridades monetárias.
A China continuou em desaceleração sua economia, na tentativa de substituir seu modelo econômico de exportar a baixos preços sua produção local, por um modelo voltado ao mercado interno e acompanhado pela internacionalização de seus maiores grupos industriais. A valorização da moeda chinesas reflete, ou promove, essa transformação. Essa omelete não se fará sem quebrar os ovos. O mercado acionário mandou seu primeiro sinal, registrando ajustes fortíssimos a partir das expressivas baixas nesse mercado, no final do semestre. O governo respondeu rápido com medidas extraordinárias para a estabilização das bolsas chinesas.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Livre mercado

Mar agitado
Mercado livre é o mercado cujos negócios são regidos pelas leis da oferta e da procura, não sofrendo a interferências do governo, de seus regulamentos ou de subsídios concedidos pela ação governamental.
Em tempo de prosperidade todos tem saudades dessa definição. Em tempos de crise, as pessoas admitem a necessidade de intervenções e até as desejam.
Confundem, entretanto, que as intervenções precisariam estar associadas a planejamento econômico e não a socorros emergenciais.
O país segue sem direções definidas e o mercado, desorientado, atua à procura de brechas para produzir ganhos especulativos. As oscilações, então, passam a ser muito grandes e isso estimula novos entrantes que imaginam obter altos ganhos com essa volatilidade . Mantenha-se fora.
A recomendação é o título público, vinculado à inflação. Renda variável só para profissionais.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Uma sugestão modesta

Pode haver uma saída que não seja Cumbica
É intuitivo estabelecer uma relação causal entre crescimento econômico, exportações e investimento estrangeiro direto. Aliás, essa relação, desde muito tempo, se transformou em hipótese aceita em um conjunto extenso de estudos realizados nas boas universidades de todo o mundo.
Também já se comprovou que essa relação é particularmente forte no caso da produção de manufaturados, onde o valor agregado é sempre maior. Conclusão: a expansão das exportações é forma relevante para aumentar o ritmo do processo de crescimento em virtude de maior eficiência e produtividade dos fatores.
Com a atual cotação do dólar, o governo do Brasil precisaria organizar ações voltadas à expansão do comércio exterior e à internacionalização das empresas nacionais.
Essas ideias continuam esquecidas, mesmo entre estrategistas e formuladores de política econômica. Encontraram arrimo em poucos locais, entre eles, no esforço de formação de especialistas levado a cabo nesses últimos quase vinte anos no PROCEB da Fundação Instituto de Adkministração.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Monitorando expectativas

A coerência da fala, ancora expectativas
dos agentes econômicos
A inflação anualizada na Zona do Euro foi de 0,1%, em agosto. As autoridades monetárias têm como meta anual uma inflação de 2,0% para a região. Para ancorar as expectativas, o presidente do BCE, Mario Draghi, saiu a campo, afirmando que o programa de compra de ativos tem flexibilidade e que pode ser intensificado conforme o comportamento da economia.
O programa prevê a injeção de 60 bilhões de euros, com prazo para terminar em setembro de 2016. Mas, esse prazo também pode ser estendido.
A inflação não avança, segundo formuladores de políticas monetárias, pelos riscos baixistas da economia mundial. Entre eles estão o crescimento mais lento da economia chinesa, o enfraquecimento das economias emergentes, a queda dos preços internacionais das commodities e as fortes turbulências do mercado financeiro global.
Por fim, a decisão do FED em manter os atuais patamares de juros da economia norte-americana pode produzir a valorização do euro, obrigando o BCE a novas medidas de estímulos à produção e ao consumo da Zona do Euro.

sábado, 12 de setembro de 2015

Economias abertas também precisam de alta tecnologia

O baixo crescimento mundial
provoca sobressaltos
A exportações tailandesas caminham para mais um ano de crescimento negativo, em meio ao fraco consumo privado e à redução da demanda externa.
Com a economia aberta, as exportações são as maiores causas do emprego e, portanto, da renda nacional. São também responsáveis pelas receitas fiscais do governo e pela formação das reservas cambiais. As exportações, incluindo as reexportações, respondem por dois terços do PIB nominal da Tailândia.
Segundo analistas, essas reduções sucessivas decorrem da desaceleração das economias da China e do Japão, além da queda da demanda de eletrônicos.
Nesse último caso, o problema está na área de marketing , no capítulo do comportamento do consumidor. A preferência das cadeias globais de abastecimento desloca-se agora em direção aos produtos do setor de alta tecnologia de eletrônicos para atender as demandas mais sofisticadas dos países desenvolvidos.

Enquanto a China e o Japão não recuperarem os níveis anteriores de atividade econômica, resta à Tailândia a tentativa de reduzir essas perdas, aproveitando-se de sua localização geográfica e aumentar as exportações para a região conhecida pela sigla CLMV: Camboja, Laos, Myanmar e Vietnã. Vai ser difícil.
Os mercados se sofisticam e as empresas, bem como os setores da econômicos, precisam acompanhar os novos padrões de consumo. A Indochina não será um substituto a altura dos mercados ricos.

sábado, 5 de setembro de 2015

Deflação pode ser mais grave que indlação

A política monetária do BCE procura afastar os riscos da deflação
O Banco Central Europeu, decidiu manter, as taxas de juros inalteradas. Simultaneamente, imprime papel moeda e despeja na economia, aumentando a liquidez do sistema. O propósito é impulsionar o crescimento e elevar a inflação.
A taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, ficou estacionada em 0,05 por cento. A taxa de depósitos também foi mantida em -0,20 por cento, o que significa que os bancos pagam para deixar seus fundos no Banco Central Europeu. A taxa de empréstimos continuou em 0,30 por cento.
A agressiva estratégia monetária combina medidas para que a deflação não volte a castigar as economias da região e para alentar o crescimento econômico, reduzindo o nível de desemprego atual dos europeus.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

USA em recuperação

Emprego em alta nos Estados Unidos
O índice privado de criação de vagas nos EUA apresentou alta para 190.000 em agosto, 13 mil acima dos 177.000 de julho.O setor de serviços liderou a criação das novas vagas, totalizando 173.000 vagas novas. A produção de bens criou apenas 17 mil novas vagas. Pequenas empresas criaram 85.000 vagas, enquanto médias 66.000 e grandes 40.000. São as grandes que apontam mais fortemente para a recuperação da atividade econômica.O crescimento da atividade econômica continua a ser importante para a criação de vagas, porém o desemprego a ser divulgado no Payroll na sexta-feira (04/09) pode ainda não responder ao nível suficiente para o Federal Reserve alterar a atual política de juros, principalmente com a volatilidade adicionada pela China no período.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Só para complicar mais um pouco

A previsão pode não se realizar, mas vale a pena conhecê-la
O crescimento econômico global, segundo a diretora-gerente do FMI, a francesa Chistine Lagarde, deverá ser esse ano mais fraco do que se previa inicialmente. A diretora-gerente atribui esse menor crescimento a uma recuperação mais lenta do que se esperava nas economias avançadas e a acentuação da desaceleração nos países emergentes.Para os países asiáticos, mais dependentes da economia chinesa, Lagarde teme haver possibilidade de contágios produzidos pela desaceleração chinesa, pela eventual alta dos juros nos Estados Unidos e pelas condições financeiras globais que estão se tornando menos líquidas ao longo desses últimos meses.

sábado, 29 de agosto de 2015

Sem lógica

Pura especulação
A bolsa chinesa fechou em forte na quinta-feira passada, como reação a expressiva recuperação de Wall Street diante de expectativas de que o Federal Reserve, adie o aumento dos juros em reação à volatilidade provocada por preocupações com a economia chinesa e seus impactos na economia global. O índice CSI300, que abrange as maiores companhias listadas em Shenzhen e Xangai, subiu 5,95 por cento, a 3.205 pontos, e o índice de Xangai avançou 5,4 por cento, a 3.085 pontos.Pura especulação.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Os ajustes chineses têm proporções mundiais

Correções de preços dos ativos na China
A China vem dando sinais que seus ativos, em bolsa de valores, sofreriam um ajuste de preços substancial no mercado.  A burocracia governamental agiu rápido, despejando 200 bilhões de dólares e baixando medidas normativas. Tudo com o sentido de conter a derrocada do mercado de ações, cujos preços haviam alcançado patamares especulativos. As medidas, de fato, estimularam uma fuga de capitais sem precedentes e provocou uma forte depreciação da moeda local.Essa destruição de riquezas encontra precedentes na crise financeira mundial de 2008 e sugere a necessidade de medidas monetárias e fiscais que concedam estímulos econômicos adicionais. As empresas estão com apreciável queda de rentabilidade e com uma taxa de ociosidade crescente, municípios e províncias encontram-se endividadas, negociando dia a dia seus débitos com o governo de Pequim. O ajuste já vinha atingindo o mercado imobiliário e estendendo-se para mercado financeiro, a essa altura, também bastante fragilizado. A meta oficial de crescimento, fixada em 7,0%, já não é tida como possível, comprometendo o emprego a renda e, portanto, o consumo e a qualidade de vida.Agrava esse quadro o fato de a China começar lentamente a perder espaço como mais barato produtor industrial do mundo, para economias como Vietnã, Índia, Indonésia e México. A exemplo do Japão nos anos 50, e Coréia do Sul nos anos 80, a tendência é que deixe de produzir material de baixo custo e qualidade, enveredando para produtos de alta tecnologia e maior valor agregado.O problema é que diversos países do mundo, principalmente emergentes como o Brasil falharam em ouvir estes sinais ao se alinhar à China, no pós crise de 2008, e agora perderam a chance de se aproveitar de um momentum de recuperação renovado das economias centrais. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Cambio em alta

A desvalorização do real encontra respaldo na economia e na política nacionais
Política fiscal desequilibrada, juros muito altos, escassez de crédito, aumento do desemprego, salários em queda e baixo consumo mostram um país carente de fundamentos econômicos. Nesse quadro, a moeda brasileira tende a desvalorizar-se ainda mais.
No mundo, o risco dos emergentes cresce. O receio com essas economias contribui para fortalecer o dólar internacionalmente. Para agravar esse cenário, os Estados Unidos podem aumentar os juros internos a qualquer instante, ampliando a atratividade de sua economia e pressionando a cotação da moeda norte-americana ao redor do mundo.
Por outro lado, os últimos fatos da política brasileira produziram novas instabilidades e fizeram as incertezas crescerem de forma exuberante.
Já não se acredita que a equipe econômica tenha condições de evitar o desastre fiscal, nem tampouco impedir o crescimento da dívida pública. A perda do grau de investimento é tida como certa, havendo leves divergências em relação ao momento em que isso vai ocorrer.
A revisão de metas fiscais no mês de julho foi o golpe de misericórdia.

Quadro Econômico Negativo

Os indicadores brasileiros mostram
uma economia em crise
A deterioração da economia brasileira dá sinais de continuar, pelo menos até o final desse ano. Os indicadores do comércio varejista, da produção industrial e do setor de serviços vieram todos, nesses últimos dias, em quedas acentuadas. A confiança de consumidores e empresários continua a cair também. O índice do comércio varejista sofreu redução de 8,5% em maio de 2015 em comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto o crescimento do produto do setor de serviços desacelerou para 3,8%. A situação é ainda pior no setor industrial, onde a produção reduziu-se em 6,2% nos últimos 12 meses.O quadro geral da economia é recessivo, aumentando as preocupações com o desemprego crescente e com a queda de renda real das famílias brasileiras. O indicador de confiança empresarial declinou para 37,2 pontos em julho de 2015, manteve-se abaixo dos 50 pontos, sugerindo baixa disposição em relação aos investimentos produtivos. Já o índice de confiança do consumidor caiu 9,5% no mesmo período, atingindo o seu valor mais baixo desde junho de 2001. Os dados referentes ao mercado do trabalho também são ruins. O IBGE anunciou que a taxa de desemprego subiu para 6,9% em julho desse ano, seu nível mais alto desde agosto de 2010.  Dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que o saldo do emprego está negativo em -111.199 em julho, isto é, o número de pessoas demitidas pessoas excedeu o número de pessoas empregadas. O quadro econômico é, de fato, recessivo.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Dívida interna e externa

Veja como cresceu nossa dívida em junho
A dívida mobiliária federal interna subiu 3,81% cento em junho frente a maio, atingindo R$ 2,462 trilhões, segundo o Tesouro Nacional. O Tesouro anunciou ainda que o estoque da dívida total, incluindo também a dívida externa, subiu 3,50% em junho, para 2,584 trilhões de reais. Estamos crescendo a dívida interna a um ritmo muito elevado. As aplicações nesses papéis corresponde a IPCA mais 6%. Acendeu uma luz amarela.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Incertezas têm preço

Investidores continuam a aplicar seus recursos
Fazem isso, mas querem segurança. A economia real não consegue oferecer oportunidades. Veja como o ouro se comportou nos últimos 12 meses. Dinheiro existe, sim.
Gráfico dos Preços do Ouro em 1 ano em Reais
Data
Preço (fechado)
Unidade
Variação
21/07/15
112,49
Gramas
19,53
21,01 %
3.498,95
Onça
607,43
112.493,75
Kilo
19.529,22


Graficamente, eis o comportamento do metal. Veja o que aconteceu a partir de novembro de 2014.

 
Não foi uma coincidência?

sexta-feira, 10 de julho de 2015

FMI perde um pouco de seu otimismo

FMI revê o crescimento do mundo
A economia norte-americana apresentou desempenho, no primeiro trimestre desse ano, abaixo do previsto. Somou-se a isso a desaceleração da economia da China e dos outros emergentes. Com isso, o FMI revisou para baixo suas previsões para o PIB mundial de 2015. O relatório divulgado ontem, reduz a previsão anterior de 3,5% para 3,3%. A revisão deu-se fundamentalmente pelo menor desempenho apresentado pelas principais áreas do mundo. O PIB dos Estados Unidos, anteriormente previsto em crescimento de 3,1%, nessa revisão foi estimado em 2,5%. A zona do Euro deve manter o crescimento de 1,5%. Entretanto, a China e outros emergentes tiveram forte redução de seus crescimentos nesse 1º trimestre. O crescimento brasileiro está previsto em -1,8%, lembrando ainda que, nesse instante, o Brasil estará sujeito à queda dos preços das commodities, sobretudo nos preços do minério de ferro.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Visita aos Estados Unidos

Uma iniciativa que pode dar bons frutos
Os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos decidiram durante a visita da Presidente Dilma àquele país, lançar iniciativa conjunta sobre mudança do clima a ser implementada por meio de um novo Grupo de Trabalho de alto-nível, com o propósito de ampliar a cooperação bilateral em relação ao uso da terra e energia limpa, sem prejuízo de outros itens de igual natureza. O Grupo de Trabalho deverá iniciar seus atividades a partir de outubro de 2015. Na agenda temas como:degradação florestal, preservação do desmatamento, aumento da produtividade agrícola e das terras de pastagens, investimentos em florestas e no uso da terras, manejo sustentável de floresta e restauração florestal. Os esforços preveem a cooperação tecnológica para pesquisa básica e aplicada sobre espécies nativas, monitoramento, relatoria e verificação das emissões florestais e estoques de carbono florestal. Ainda deverão ser incrementadas práticas de agricultura de baixo carbono. Em relação à cooperação no campo da energia limpa, os temas contemplam: energia sustentável, eficiência energética e armazenamento, pesquisa básica sobre energia, geração de energia nuclear, estruturação de financiamentos para esses trabalhos e adaptação à mudança de clima. O encontro entre presidentes foi muito promissor abrindo novas perspectivas para aceleração das medidas de estímulo à sustentabilidade.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Incertezas

Por que o investidor recua
A balança comercial reage lentamente às desvalorizações cambiais. O crescimento deve ser em 2015 menor que -1,5% e o câmbio deve chegar a R$ 3,50. Para 2016, o crescimento deve estar em 0% e a inflação acima de 6,5%. Nesse momento, políticas microeconômicas, como a otimização tributária, poderiam dar algum resultado.  A grande dificuldade nesse momento é definir uma estratégia que possa quebrar o ciclo de alta de preços tão resistente. O esforço do governo permanece concentrado em não perder o grau de investimento e o ajuste tem perseguido esse objetivo. Vive-se um momento difícil. A GM fechará cinco fábricas no Brasil. O presidente da Mercedes Benz se diz emparedado e manifestou-se, de maneira inusitada, impotente diante do quadro econômico instalado. As demissões se aceleraram muito no último mês e logo deverá alcançar o setor de serviços. O governo protege o cidadão como se ele fosse um hipossuficiente, desequilibrando as contas públicas. Com isso, os empresários temem, em um prazo mais longo, alcançar-se um momento de ruptura. As taxas de financiamento da dívida pública estão custando ao governo inflação mais 6,5% ao ano. Trata-se de uma taxa de default.

sábado, 27 de junho de 2015

Ironias econômicas

O mercado corrige
O processo de desindustrialização precoce da economia nacional reflete o baixo investimento realizado e a política de valorização do câmbio, voltada exclusivamente ao combate à inflação. Reflete também as altas taxas de juros e à redução da desoneração das exportações. A produtividade do trabalhador não avança. Sem investimentos não é mais possível melhorar a relação Produto/Trabalhador. A capacidade desse trabalhador em operar o capital (máquinas, equipamentos, etc) disponibilizado à produção, cada vez mais sofisticado, também está estagnada. Na comparação de 12 meses encerrados em março, a queda da produtividade, segundo o IBGE, foi de 1,5% e o salário real na indústria cresceu 1,1%, evidenciando que a variável chave para o ajuste é o salário real.
Emprego, salário e produção
Indicadores
Índice em 12 meses
Emprego
-3,9
Número de Horas Pagas
-4,6
Produção
-6,1 
Salário médio
  1,1 
Produtividade
-1,5
          Fonte: Pimes/IBGE
O indicador do número de horas pagas pela indústria vem se deteriorando no acumulado em 12 meses. Registrou baixa de 4,5% em março. Os investimentos deverão apresentar queda de 8% esse ano e de 4% nem 2016. A taxa de investimento da economia brasileira em 2014 ficou em 19,7%, menor patamar desde 2009, quando ficou em 19,2%, segundo o IBGE. O ajuste dos salários trará produtividade ao sistema econômico. Irônico, não?


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Aviso aos navegantes

Investimento Externo Direto mudou de nome
Decidir sobre investir no Brasil requer uma avaliação do ambiente de negócios. Nesse momento, há razões de sobra para explicar a redução desses investimentos no país: altos impostos corporativos, a demora para se abrir e fechar um negócio, o custo elevado dos trâmites burocráticos, a ainda frágil governança corporativa. Esses elementos tornam o país menos atraente para o investimento direto. Onde está o olho do investidor, portanto? Na carga tributária, encargos sociais e legislação trabalhista, na defasagem da educação e da saúde, na ineficiência da infraestrutura em áreas como transportes, telecomunicações, energia e, sobretudo, no excesso de regulamentação econômica a que seus investimentos se sujeitariam ao dar entrada no Brasil. Todas as avaliações são convertidas em custos para a tomada de decisão. Custos de mão-de-obra, custos gerados pela ineficiência da infraestrutura de transportes (com ênfase no sistema portuário), tributação e regulação, etc. O Investimento Direto no País (IDP) registrou entrada líquida de US$ 5,8 bilhões no mês de abril, comparado à entrada de US$ 4,3 bilhões em março. Com isso, nos últimos doze meses, até abril, acumulou entrada de US$ 86,1 bilhões, o equivalente a 3,89% do PIB. As entradas de renda fixa e de ações, por sua vez, foram positivas em US$ 3,5 milhões e US$ 3,8 bilhões, respectivamente. Em maio, o Investimento Externo Direto no País registrou, em maio, entrada líquida de US$ 6,6 bilhões, comparado à entrada de US$ 5,8 bilhões em abril. Dessa forma, nos últimos doze meses até maio, o IED acumulou entrada de US$ 86,1 bilhões, o equivalente a 3,89% do PIB. As entradas de renda fixa e de ações, por sua vez, foram positivas em US$ 1,1 bilhão e US$ 2,1 bilhões, respectivamente. O que estaria motivando o investidor internacional a trazer seu dinheiro, ou parte dele, para uma país economicamente tão frágil? Também, para isso, há razões de sobra: buscam realizar transferência de tecnologia, integração vertical ou horizontal, superar restrições às importações, obter subsídios e financiamentos governamentais, ou ainda aproveitar de fatores de demanda, fatores de custo, abrir mercados, garantir o aprovisionamento ou menor custo de aquisição de matérias-primas, diversificar ou minimizar riscos, integrar algumas de suas operações, utilizar conhecimentos já existentes, aproveitar situações cambiais, aprofundar relações com outras multinacionais existentes por aqui, obter economias em operações sincronizadas, obter vantagens de Marketing, obter vantagens administrativas ou algumas outras vantagens específicas. Do cotejo das vantagens com as desvantagens saem as decisões de investimentos. E aí o Brasil continua a ser uma alternativa interessante. Por fim, observo que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) na nota de Contas Externas brasileiras, divulgada pelo Banco Central, passou a se chamar Investimento Direto no País (IDP). A mudança de nomenclatura faz parte das alterações implementadas pela instituição para acompanhar a nova edição do manual de balanço de pagamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI). A última revisão ocorreu em 2001. O Investimento Brasileiro Direto (IBD) também mudou e agora passa a se chamar Investimento Direto no Exterior (IDE).


segunda-feira, 22 de junho de 2015

É preciso reagir

No centro decisório não se admite paralisação
O IPCA-15 atingiu um patamar absurdo. 0,99 em junho. Considerada a atual taxa básica de juros da economia nacional, estamos diante de uma inflação muito alta. Enquanto a alta dos preços prospera, os investimentos estão no campo dos números negativos. Fala-se abertamente em desinvestimentos em uma parte considerável dos setores econômicos. O Banco Central provavelmente continue a insistir em sua política monetária restritiva, dando a entender que o Copom adicionará mais 0,5% a Selic, em sua próxima reunião. O câmbio ainda não produziu seus efeitos no comércio exterior brasileiro que apresentará esse mês novos déficits. O investimento externo direto deve acabar junho entre 4,0 a 4,5 bilhões de dólares. O IBGE deve trazer a taxa de desemprego de maio também crescente e já se aproximando dos 7,0%. O Caged mostra o fechamento de mais 115 mil postos formais de emprego, no mês de maioNão há espaço para o imobilismo econômico. O governo precisa repensar sua política de juros altos, seus gastos com o custeio da máquina pública, acelerar uma reforma administrativa, rever a questão da previdência evitando a extinção o fator previdenciário, dar força aos investimentos que aumentem a produtividade geral do sistema. Preocupa o descaso com decisões urgentes. É preciso reagir.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

O mercado ajusta, se o governo não ajustar

Inflação ainda é alta e o Câmbio ainda é baixo
Seria bom lembrar que se o ajuste demora muito ou é insuficiente, ele se faz espontaneamente via câmbio. Subir juros parece ser uma estratégia exaurida. Que tal mexer nas despesas de forma mais incisiva? A Fundação Getúlio Vargas publicou os números da segunda prévia do IGP-M de junho. A alta foi de 0,59%, pouco acima das previsões mais pessimistas. O IPA agrícola mostrou queda de 0,30%, reduzindo as pressões inflacionárias anteriores. O grupo alimentos deve dar trégua até o final desse mês. Depois disso, ele voltará a pressionar os preços. O IPA industrial, entretanto, apresentou-se em alta mais forte de 0,60%. O IPC e o INCC agravaram sobremaneira o IGP-M nessa 2ª prévia e devem pressioná-lo ainda mais, até o final do mês. O saldo do fluxo cambial da segunda semana de junho foi negativo de US$ 1,089 bilhão. No mês, o déficit é de US$ 647 milhões. Os números guardam um recado ruim: o câmbio ainda precisa desvalorizar-se mais, para a Balança Comercial reagir.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Preços das commodities em equilíbrio

Estabilidade no mercado das commodities 
O declínio acentuado do Bloomberg Commodity Index parece ter chegado ao fim. O índice que sintetiza a evolução dos preços das commodities agrícolas e minerais, das quais a balança comercial brasileira é fortemente dependente, está relativamente estável.
Conforme mostra o gráfico e o cometário, que me foram enviados pelo amigo Celso Miori, "esse declínio, observado a partir de 2011, ficou contido nos últimos meses. Desde fevereiro de 2015, apresenta-se em relativa estabilidade, amenizando os efeitos perversos do momento anterior sobre a economia nacional."

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Planos de exportações são para o longo prazo

O Plano para o Comércio Exterior pode promover efeitos no longo prazo
O crescimento econômico dos Estados Unidos tem apresentado comportamento vacilante, nesses últimos tempos. Os indicadores econômicos apontam para um arrefecimento no ritmo da atividade. Para o Brasil isso é, sem dúvida bom, pois adia qualquer decisão que o Fed queira tomar em relação a alta dos juros internos, reduzindo as temidas pressões cambiais derivadas da política monetária norte-americana. Por outro lado, prejudica nossas exportações de manufaturados. Ainda pensando no Brasil, a declaração da OCDE, dando conta de uma recuperação mais forte na Itália e na França, não provoca otimismo. A Europa vive um momento de protecionismo extremo. Portanto, mesmo que seu crescimento seja consistente, dificilmente o Brasil colheria frutos desse movimento no curto e médio prazo. Quem sabe, mais à frente, a Alemanha e a Grã-Bretanha possam revelar oportunidades mais palpáveis. Novos acordos comerciais poderiam ser úteis nesse momento. Na Ásia, o Japão apresenta aceleração muito modesta em seu nível de atividade, enquanto a China se mantem em queda. Se depender do mercado externo, o crescimento brasileiro estará comprometido no curto prazo.

sábado, 30 de maio de 2015

Fatos contrariam previsões

Foi um porre, nesse final de mês
O dólar avançou no mês de maio, valorizando-se 5,78%. Na última sessão nessa sexta–feira, a alta foi de 0,74%, fechando cotado a R$ 3,1873 na venda. O giro financeiro nesse dia esteve na casa de US$ 1,4 bilhão de dólares. Os analistas estão divididos em suas previsões. De um lado, afirmam que, a pressão cambial permanece no médio prazo, à medida que se aproxima o aumento de juros nos Estados Unidos e que se afasta a possibilidade de recuperação da economia brasileira. O desempenho do PIB brasileiro no primeiro trimestre do ano, anunciado pelo IBGE, foi decisivo para a formação dessas expectativas. Por outro lado, o estoque de swaps cambiais já atende à demanda empresarial por proteção, criando a convicção de que o Bacen pode rolar cada vez menos contratos daqui para frente. Em maio, o Banco Central afirma ter rolado em torno de 80 por cento dos contratos que vencerão no primeiro dia de junho. Dando apoio a essa segunda previsão, a perspectiva de alta dos juros nos EUA, que até o momento pressionava o mercado mundial de câmbio, deverá sofrer uma reversão, a partir do anúncio do fraco desempenho da economia norte-americana, nesse primeiro trimestre. A economia dos Estados Unidos apresentou-se em contração de 0,7%. Trata-se de frustração que surpreendeu o mercado que contava com alta de 0,2%. Esse resultado fez ceder a expectativa de que o FED elevará os juros do país ainda este ano. Os últimos dados sobre crescimentos nos Estados Unidos e no Brasil deixaram perplexos investidores e analistas. A queda do PIB brasileiro ficou aquém do que era previsto, surpreendendo positivamente a todos, dadas as previsões de um recuo de 0,7%. Também, ao contrário do que se previa, a forte queda do PIB norte-americano desarmou os argumentos sobre a consistência da recuperação do país e enfraqueceu a tese sobre altas nas taxas de juros daquele mercado.
O mês de maio, foi realmente um porre!

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Êta pibinho bão!

A economia não vai tão mal
O PIB apresentou queda de 0,2% no primeiro trimestre de 2015 em relação ao último trimestre do ano passado. Portanto, as coisas não estão tão ruins como os especialistas estão anunciando na mídia. Comparado ao primeiro trimestre de 2014, o produto bruto interno registrou-se queda de 1,6%. A Agropecuária apresentou um crescimento de 4,7%, embora tenha vivido um período de preços baixos. A indústria, como era de se esperar recuou 0,3% e os Serviços, para o qual se esperava desempenho mais fraco, recuaram apenas 0,7%. O PIB alcançou a cifra de R$ 1,408 trilhão. A demanda interna esfriou mesmo: consumo das famílias recuou 1,5%, consumo do governo também recuou 1,3% e formação bruta de capital fixo, caiu 1,3%. Não há razões para otimismo, embora tudo tenha saído melhor que o esperado. Na indústria, o crescimento se deu apenas nos setores de Construção Civil (1,1%) e Extração Mineral (3,3%). O bicho pegou nos setores de Transformação, com queda de 1,6% e Eletricidade, Gás, Água, Esgoto e Limpeza Urbana, tudo com recuo de impressionantes 4,3%. Nos Serviços, foram registrados os maiores recuos em Transporte, Armazenagem e Correio, com queda de 2,1%, Administração, Saúde e Educação Pública, com recuo de 1,4% e, finalmente, na Intermediação financeira e seguros, com queda de 0,8%. O comércio caiu 0,4%. As exportações cresceram 5,7% e as importações apenas cresceram 1,2%. Realmente esses números não entusiasmam. Mas, certamente, estão distantes do apocalipse.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Ajustes

Emergencial e pontual, o ajuste apenas corrige erros passados. Não planeja o futuro. 
O ajuste fiscal é irreversível, conquanto remanesçam dúvidas sobre sua profundidade e extensão. Portanto, o cenário de contração da economia é certo, restando identificar o momento em que a credibilidade do governo seja recuperada, os investimentos retomados e o PIB volte a se expandir novamente.
De início as medidas objetivaram  conter a inflação e evitar que o país perdesse o grau de investimento. Todas contracionistas: contenção inicial de gastos, aumentos de taxas de juros, extinção de subsídios e aumento de arrecadação, num ambiente cambial de depreciação da moeda nacional. O crédito tornou-se escasso com a inadimplência em patamares preocupantes. A palavra de ordem era seletividade na concessão dos empréstimos. Por fim, a operação Lava a Jato conduziu a economia para um estado de paralisação geral. Essa era a realidade no pré-ajuste. O que pensar do pós-ajuste? Não há ainda uma visão tão clara da intensidade e do tempo que o ajuste possa tomar. A redução de despesas anunciada até agora não é suficiente para cumprir a meta fiscal do ano. Quadro das contas públicas, no primeiro trimestre, já compromete o cumprimento da meta anual. O setor público consolidado no primeiro trimestre alcançou um déficit primário de 0,7% do PIB, no acumulado dos últimos 12 meses. O déficit tem causa no governo central. Estados e municípios voltaram a apresentar superávit em suas contas. Queda das receitas (arrecadação de impostos) é a principal responsável por isso, além de perdas com as compensações financeiras advindas da exploração do petróleo, uma vez que essa commodities sofreu uma intensa queda de preço. Do lado das despesas, os resultados do governo central mostram clara contenção de despesas de capital, principalmente investimentos. A lamentar apenas que o mesmo não aconteça com gastos de custeio. Trocando em miúdos, o contingenciamento está abaixo daquilo que seria necessário. Outras medidas devem chegar ainda para o final de maio. No plano internacional, Estados Unidos discute o momento para sua anunciada alta de juros. A União Europeia, apesar dos esforços do BCE, ainda não afastou de forma definitiva os fantasmas do baixo crescimento e da deflação. A China permanece em seu padrão de crescimento mais moderado. Os maiores impactos previstos para a economia brasileira estão relacionados mais claramente aos juros e câmbio. A normalização dos juros norte-americano, esperada para um prazo já não tão distante, é um fator de pressão para a taxa de câmbio. A ele se junta problemas crônicos de competitividade nacional. Os juros, obedientes a atual política monetária deve prosseguir em níveis elevados durante todo o ano.