2015: um ano complicado no
mercado financeiro (1)
Durante o primeiro semestre de 2015 o quadro econômico mundial manteve-se submetido às ameaças deflacionárias, principalmente em economias maduras como as da Europa e do Japão. A disposição das autoridades monetárias de ambas essas áreas reduziu muito os riscos associados ao baixo crescimento de suas economias, mas isso não impediu que altas volatilidades alcançassem os mercados de divisas, bursátil e de renda fixa. O Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ) não economizaram esforços e deram continuidade a seus programas de compras de ativos, e com isso garantiram estímulos, ainda que insuficientes, para a recuperação econômica e para o combate aos riscos de deflação.
Nessa situação, os países emergentes acabam por expor vulnerabilidades que, em outras situações, remanesceriam debaixo dos seus respectivos tapetes macroeconômicos. A desaceleração econômica e a queda do comércio mundial, em prosa e verso anunciadas pela OMC e pelo FMI, atingiu esses mercados, deteriorando fortemente as condições de financiamento que usufruíam em passado recente. A isso somou-se a redução dos preços das commodities, entre elas o petróleo, penalizando os países exportadores.
Os Estados Unidos contavam com a consistência de sua recuperação, fazendo com que o Fed cogitasse firmemente da proximidade do início da normalização da sua política monetária. O dólar, então, valorizou-se frente as principais moedas. Um alarme falso, pelo menos para esse ano, já que a economia norte-americana perdeu folego nesses últimos momentos. A recuperação dos Estados Unidos não foi forte o bastante para convencer suas autoridades monetárias.
A China continuou em desaceleração sua economia, na tentativa de substituir seu modelo econômico de exportar a baixos preços sua produção local, por um modelo voltado ao mercado interno e acompanhado pela internacionalização de seus maiores grupos industriais. A valorização da moeda chinesas reflete, ou promove, essa transformação. Essa omelete não se fará sem quebrar os ovos. O mercado acionário mandou seu primeiro sinal, registrando ajustes fortíssimos a partir das expressivas baixas nesse mercado, no final do semestre. O governo respondeu rápido com medidas extraordinárias para a estabilização das bolsas chinesas.