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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Sem horizontes

Os Estados Unidos não participarão dos problemas mundiais?
O encontro anual dos líderes dos sete países mais industrializados do mundo mostrou que a liderança mundial norte americana está agonizando. Não houve evolução nos assuntos referentes ao clima. A única preocupação compartilhada por todos, inclusive pelo presidente Trump, diz respeito ao terrorismo. Em termos de política econômica, os resultados foram desastrosos e não se desenhou qualquer agenda para temas relevantes, como por exemplo, o livre comércio.
Em relação à imigração, cada país vai poder decidir quantos imigrantes deseja acolher e quando, podendo fechar as fronteiras, se necessário. A necessidade dos italianos de dividir com os outros países os milhares de refugiados que chegam às ilhas sicilianas, foi ignorada. A ausência dos Estados Unidos em temas importantes para o futuro da economia mundial foi a nota triste do evento. Essa ausência significa a renúncia de Tump à liderança mundial. Seu pedido para que todos deixem de exportar para o país foi patética e melancólica. Pobre homem.

sábado, 27 de maio de 2017

Das galinha e das raposas.

As grandes empresas querem aprender os segredos das startups
De modo geral, os esforços inovadores em empresas de grande porte não estão sendo tão bem-sucedidos quanto elas desejariam. Os resultados financeiros são parcos e deixam insatisfeitos os gestores e seus acionistas.
Para resolver esse problema, as companhias de maior porte estão criando os chamados “espaços coletivos” de inovação aberta, bem como formas de aceleração dessas iniciativas.
Convidam as startups para participarem de projetos conjuntos de desenvolvimentos de produtos e serviços.
O objetivo declarado é o de levar para dentro das empresas os ambientes existentes nessas pequenas unidades inovadoras, produzindo internamente a um clima receptivo às novas ideias e estimulando a criatividade de seus colaboradores. Esperam que com isso aperfeiçoem os resultados dos esforços de inovação. A introjeção desses conhecimentos deve garantir, no longo prazo, a competitividade da empresa e, portanto, a sobrevivência do negócio.
Para tornar a proposta atraente, as companhias oferecem apoio em forma de consultoria externa, mentoria com profissionais experientes, podendo chegar à discussão sobre modelos de negócios e treinamentos em gestão. No pacote estão incluídos contratos com fornecedores e a participação percentual na startup. De fato, o negócio criado e a inovação alcançados acabam nas mãos das grandes companhias.
Ela se apropria do negócio, aprende a desenvolver outros tão criativos, contra a participação minoritária do criador. Parece que puseram a raposa para cuidar das galinhas.

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Um mundo mais beligerante

O comércio internacional de armas cresce, em um mundo mais conflitivo
O Instituto Internacional de Pesquisa pela Paz, de Estocolmo, informou que o fluxo de armamentos para a Ásia, Oceania e Oriente Médio aumentou nos últimos cinco anos.
Os maiores exportadores de armas são os Estados Unidos, a Rússia, a China, a França e a Alemanha. Sozinhos representam 74% do volume total de vendas de armas.
As importações de armas pelos países da Ásia e da Oceania aumentaram 7,7%, desde 2007 até 2016.
A Índia é o maior importador mundial de armas, com 13% do total. Um destaque é o Vietnã, que passou do 29° para o 10° lugar, com aumento de 202%. O relatório revela ainda que as transferências de armamento pesado entre 2012 e 2016 atingiram o maior volume desde o fim da Guerra Fria.
No Oriente Médio, as importações de armas cresceram 86%, o equivalente a 29% do total mundial. Os países que mais adquiriram armamento na região foram a Arábia Saudita e o Catar, com aumento de 212% e 245%, respectivamente.
Nos últimos cinco anos, a maior parte dos estados do Oriente Médio busca, com as importações da Europa e dos Estados Unidos, acelerar sua capacidade militar.
Apesar da diminuição do preço do barril do petróleo, os países da região continuaram a encomendar mais armas do que em 2016. Eles consideram a medida um instrumento essencial para enfrentar conflitos e tensões regionais.
Os Estados Unidos continuam sendo o principal exportador, fornecendo armas para pelo menos 100 países em todo o mundo. A Rússia representa 23% das exportações mundiais, sendo que 70% do seu armamento são destinados para a Índia, o Vietnã, a China e a Argélia.
A China exporta de 3,8% a 6,2%. França e a Alemanha, 6% e 5,6%, respectivamente.
O relatório aponta uma redução de 19% na compra de armas pela Colômbia, possivelmente por conta do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e um aumento de 184% no México.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Cambio destrava as exportações das commodities agrícolas. Clima prejudica o plantio norte-americano
Com a alta do dólar, provocada pela situação política brasileira, o Brasil pode ter vendido mais de 5 milhões de toneladas de milho e soja no mercado internacional, nesses poucos dias. As regiões comercialmente mais ativas, nesse período, foram as do sul do país (Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina), e do Matopiba (formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Os preços em reais também melhoraram. O episódio político serviu para mostrar que o dólar deveria valer pelo menos R$ 3,40. Essa taxa de câmbio permitiria que o produtor pudesse ter um ganho, ainda que pequeno, a partir da comercialização de sua produção.
Neste ano, o país apresentou uma safra recorde em todos os estados, com exceção dos estados do Nordeste. Com produtividade alta, a oferta tornou-se abundante derrubou os preços internos, comprometendo a lucratividade dessas culturas.

Nos Estados Unidos, o plantio recém iniciado ainda não está claramente definido. O regime de chuvas e as variações temperatura podem provocar uma redução da produtividade naquele país, pressionando os preços na Bolsa de Chicago para cima. A demanda de grãos, por seu lado, permanece firme, com comportamento bastante ativo.
Independentemente dos preços alcançados nesses últimos dias, o clima continua amedrontando os compradores de cereais. Na verdade, não se chegou até o momento a uma previsão definitiva sobre a nova safra americana. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulga estimativas que apontam para o crescimento da área já plantada no corn belt, o cinturão do milho. Os agricultores, no entanto, relatam dificuldades para avançar com o plantio em função do excesso de chuvas. As baixas temperaturas também contribuem para prejudicar a germinação das sementes e castigam os pés nascidos.
Entre agricultores já se fala abertamente na necessidade de replantio, em boa parte da área plantada, com a natural redução da produtividade e a elevação dos custos por acre cultivado.

terça-feira, 23 de maio de 2017

E agora, José?

Crise política enfraquece, mas não impede, as possibilidades de reformas
As incertezas políticas abalam a confiança na economia, na medida em que tornam mais distantes as reformas esperadas. Pior, porque antecipa um rompimento com uma política fiscal mais austera e quebra com os esperados fundamentos econômicos para os próximos anos. Há, entretanto, outras variáveis em jogo.
É preciso reconhecer que a sociedade brasileira hoje é muito diversa daquela de anos atrás, onde o paternalismo imperava nas relações sociais. Hoje o cidadão prefere uma doutrina mais autônoma e contratualista. Que contratar seu casamento, quer contratar seu voto contra uma conduta política esperada, quer contratar suas relações comerciais, etc. Enfim, as reformas fazem parte dos seus anseios, do acervo de suas expectativas e ele quer vê-las realizadas. Não pode haver grandes retrocessos nesse processo, com esse, ou com qualquer outro presidente.
O cenário de retomada da economia pode vir a ser mais lento, mas será uma imposição dos eleitores. Os problemas decorrentes das populações desempregadas são enormes, a desorganização social, imposta por uma combinação de miséria social e de perda do sentido moral da vida, eleva o clima de pressão sobre o legislativo. A crise política é apenas de curto prazo e não paralisará os avanços no bojo do estado. Eles virão em velocidades diferentes para cada um dos poderes constituídos.
A agenda econômica responsável já está construída. Dela, os políticos não poderão se afastar. Os mercados estão precificados e já demonstram algum otimismo nos seus preços. Estamos vivendo uma mudança sem precedentes em nossas formas de organizar a vida social. 
Legislativo e Judiciário precisam entender o momento político e a extensão gravíssima da crise social. Devem agir rápido, mas parcimoniosos em suas decisões, para garantir continuidade do processo de consolidação econômica.

domingo, 21 de maio de 2017

Retratos do Brasil

Entender as populações indígenas
ainda é um desafio
O “Caderno Temático “Populações Indígenas no Brasil”, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, faz um mapeamento sobre a localização dessas populações e das movimentações territoriais realizadas por elas nessas últimas décadas. Revela também aspectos culturais inéditos, até o Censo de 2010.
São cerca de 900 mil índios vivendo no Brasil, divididos em 305 etnias e falando 274 línguas diferentes. O número de indígenas que habitam áreas urbanas está diminuindo. Essas populações estão voltando para aldeias, no campo, e pedindo a demarcação de áreas para viver com seus hábitos e valores preservados.
O percentual de índios que fala uma língua nativa é seis vezes maior entre os que moram em terras indígenas, do que entre os que vivem em cidades.
O estudo aponta que, entre 2000 e 2010, os percentuais de indígenas brasileiros que vivem nas regiões Sul e Sudeste caíram, enquanto cresceram nas outras regiões. A região Norte abriga a maior parcela de índios brasileiros (37,4%), seguida pelo Nordeste (25,5%), Centro-Oeste (16%), Sudeste (12%) e Sul (9,2%).
A taxa de fecundidade entre mulheres que moram em terras indígenas também é significativamente maior que entre as que vivem em cidades. Em terras indígenas, há 74 crianças de 0 a 4 anos para cada 100 mulheres, enquanto nas cidades há apenas 20.

sábado, 20 de maio de 2017

Frigoríficos abrigam grandes trapaças no Brasil

O fornecimento de carne bovina ficou mais difícil para o Brasil 
O panorama mundial da carne poderia ter sido muito favorável ao país. A Austrália vive uma seca intensa, com suas pastagens comprometidas e com escassez de boi gordo. A Argentina ainda está de baixo d’água depois de tantas chuvas. O gado já não resiste a persistência da umidade elevada, com um estado corporal muito fraco, no exato momento em que o inverno  se aproxima.
Haveria espaço para que as exportações brasileiras fossem melhor remuneradas. Mas o escândalo da "carne fraca" comprometeu essa possibilidade. A JBS, maior fornecedor mundial de carne bovina, está envolvida nesse episódio e, para complicar o que já era difícil, acaba de comprometer-se com uma delação premiada que expõe suas práticas comerciais e empresariais. As possibilidades de qualquer recuperação de suas exportações estão comprometidas, no curto e no médio prazos, pelo desrespeito completo às normativas dos programas de integridade. Os problemas para a próxima semana não são menores. A Comissão de Valores Mobiliários abriu mais quatro processos administrativos referentes a denúncias de irregularidades em negócios nos mercados de capitais, envolvendo os principais acionistas do grupo e a própria JBS. Um dos processos trata de uso de informação privilegiada em operações no mercado de dólar futuro e com ações da JBS. Um outro investiga a atuação do Banco Original e da J&F no mercado de derivativos. Outro, de natureza jurídica assemelhada analisa a atuação da própria JBS no mercado de dólar futuro. E por final, mais outro processo investiga negociações do controlador da JBS com ações da companhia.
Nessa sexa-feira, o grupo J&F não aceitou os termos do acordo de leniência propostos pelo Ministério Público Federal, que previa pagamento de R$ 11,17 bilhões. Aqui, as consequências para o grupo podem ser fatais.
Disso se aproveitam os Estados Unidos, avançando as negociações para fornecimento do produto para a China. O mercado chinês para importações de carne bovina do Brasil está na casa dos US$ 4 bilhões por ano.
Os Estados Unidos tiveram suas exportações para China suspensas em 2003 em função do problema da "vaca louca". A tese vencedora, do então ministro da agricultura do Brasil, sustentou que nossa carne provinha de “boi verde”, alimentados apenas pelas das pastagens brasileiras. Entretanto, os escândalos sucessivos protagonizados pela indústria da carne, facilitou as renegociações entre China e Estados unidos que devem estar concluídos no final do próximo mês, conforme anuncia o Departamento da Agricultura norte-americano. A China impõe aos pecuaristas americanos que suprimam a utilização de medicamentos que estimulam o crescimento dos animais a serem importados por ela. Impõe também uma cláusula de rastreabilidade que possa permitir o controle dessa obrigação e dos demais movimentos dos rebanhos. O cumprimento dessas cláusula não é tão simples, pois pate dos terneiros que vão à terminação em território americano é fornecida pelo México.
Disso tudo, fica um recado forte para Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes: compliance, segurança alimentar e rastreabilidade são prioridades definitivas para os próximos anos.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

As mudanças não param de impactar modelos de negócios existentes

Três condições para vencer no mundo digital
O mundo digital supõe três habilidades para manter competitividade empresarial.
1a) Ser rápido, ou seja, a empresa precisa ter a capacidade de se mover rapidamente, com agilidade, para perceber e responder às mudanças do consumidor, concorrentes disruptivos e condições de mercado em velocidade cada vez maior.
2a) Ser granular, acessando os dados e promovendo análises desses dados com a menor granulometria, de modo a alcançar, em tempo real, os nichos e sub-segmentos com maior potencial de compras.
3a) Ser crescentemente conectado, alavancando sua conectividade pela maior pró-atividade conferida às ações relativas ao ecossistema digital, formado por consumidores, clientes e funcionários. Essas ações devem ter os objetivos de proporcionar transparência e aprofundar o engajamento de todo o ecossistema com a empresa.
A tecnologia fará cada empresário rever seu modelo de negócio para manter-se competitivo e financeiramente saudável.

O mundo digital se aperfeiçoa para atrair clientes

Conectar e fidelizar consumidores
Empresas de produtos de consumo encontram hoje um novo desafio: envolver-se com os consumidores que são, cada vez menos atentos e que são cada vez mais conectados.
O esforço procura atingir a jornada dos clientes, desde o momento em que eles tomam consciência da existência da loja ou do produto até a decisão de compra, do uso do produto e, se possível, de suas reutilizações.
Pesquisas conduzidas nos Estados Unidos dão conta que:
• Us$ 0,56 de cada dólar gasto em uma loja passam por alguma forma de interação digital com o consumidor.
• US$ 0,37 das vendas nas lojas decorrem de algum tipo de interação com outros consumidores que utilizam dispositivos móveis.
• 55% dos consumidores conhecidos como millennials e 44% dos não-millennials declaram utilizar algum tipo de dispositivo digital durante suas viagens de compras.
• A participação das vendas de alimentos e bebidas no varejo eletrônico, em 2020, está estimada em 2,7% de toda a venda por esse canal.
Shoppers são 29% mais propensos a fazer uma compra no mesmo dia, quando usam as mídias sociais.
Esses números, levam as empresas de produtos de consumo, bem-sucedidas, a investir no desenvolvimento de habilidades digitais, para engajar e conduzir o comportamento do consumidor em uma jornada de compra mais atraente e gratificante. É o novo modo de obter um número crescente de clientes.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Cadeias de valor se beneficiam com os avanços tecnológicos

Custos de transações em queda
A evolução mais recente nas tecnologias desenvolvidas para amparar as cadeias de suprimentos deu novo impulso na eficiência das operações e, adicionalmente provocou um a redução expressiva dos custos de transações incidentes sobre os movimentos de materiais e de outros elementos, tais como produtos acabados, capital e outros ativos. Já é sabido que muitos desses “passeios” com produtos e matéria prima, bem como sua “hospedagem” em armazéns são estimulados pelas cargas tributárias nacionais diversas entre os países e pelas vantagens comparativas e competitivas distribuídas desigualmente por todo mundo.
Sem questionar outras causas, já se tem como certo que as operações custam cada vez menos e demandam menor tempo para sua realização, graças aos avanços da tecnologia de informações. É possível comandar e controlar, de forma minuciosa, cada passo dessas operações, e ainda entender profundamente os padrões de demanda de clientes ou fornecedores.
O influxo de informações de baixo custo, facilmente manipulado, passou a incorporar a inteligência artificial e a utilizá-la para o processo de decisão logístico. Enquanto o fluxo linear para projetar, criar e mover bens físicos permanece inalterado, os dados subjacentes agora fluem através e ao redor da cadeia de suprimentos, dinamicamente, e em tempo real (ou a qualquer outro ritmo tido como necessário pelos players). As novas interconexões entre processos e sub-processos transformaram as cadeias de fornecimento em redes eficientes e preditivas. Quando o custo das transações cai, a capacidade de transacionar com mais parceiros aumenta. Isso cria uma oportunidade de mudar para um mundo de cadeias de fornecimento interligadas, já que as empresas podem simplesmente se conectar com os mais diferentes parceiros, quando e onde for preciso, para fornecer um valor substancialmente maior.

quarta-feira, 17 de maio de 2017

O caminho para o crescimento

O Brasil não terá alternativas
fora da reforma fiscal
Nesse instante, o cenário econômico global é benigno, particularmente para o Brasil. Entretanto, o quadro interno precisa apresentar avanços mais convincentes.
Ainda que as reformas pretendidas para a legislação trabalhista e para a previdência social venham a sofrer mutilações impostas pelo legislativo, não resta dúvida de que o país avançará. Isso apenas será definitivamente convincente, se o quadro eleitoral de 2018 apontar como provável vencedor um candidato liberal e reformista. Aí sim, os investidores internacionais afastarão seus receios em relação ao país.
Já se imagina que as atuais mudanças não garantirão a saúde fiscal da União. Eleito, o novo presidente, deverá aperfeiçoar os atuais avanços na previdência e na regulamentação do trabalho. Haverá ainda muito a caminhar nesse sentido, reconhecendo, a necessidade de outras reformas no bojo do Estado brasileiro. Reformas como a do funcionalismo, a administrativa, do judiciário, reformas tributária e patrimonial devem integrar a agenda do próximo governo. O candidato eleito deve estar comprometido com o controle dos gastos, da redução dos juros e, sem dúvida, do retorno ao crescimento econômico mais vigoroso. A recuperação do grau de investimento virá como consequência natural desses avanços.
É possível hoje afirmar que os mercados de juros, câmbio e bolsa já apreçaram, pelo menos parcialmente, a perspectiva das reformas atuais, a estabilidade da dívida pública, o controle do risco externo e ancoragem do câmbio e da inflação. Remanescem como incertezas a serem afastadas, a aceleração do crescimento econômico, a ampliação da oferta de crédito ao empresário privado e o controle dos riscos políticos. 

O mundo melhora seus níveis de riscos

Riscos globais dão sinais de recuo
Parece ter havido uma conjunção errática de variáveis que aponta para a redução dos riscos globais.
Do ponto de vista político, a eleição na França trouxe a expectativa de uma União Europeia mais forte, mais unida e mais liberalizante. Nos Estados Unidos, o presidente encontra-se em posição difícil para exercitar seu voluntarioso populismo. Institucionalmente, sofre um controle intenso pelo senado norte-americano, cujas acusações agora caracterizam eventual comportamento conhecido pelo nome técnico de obstrução de justiça.
Economicamente, a Europa apresenta uma recuperação consistente. As promessas, no plano da política fiscal, levam ao crescimento da austeridade nos gastos públicos, na região. Na Ásia, os menores estímulos à economia chinesa, com impactos nas commodities e na inflação, somados ao arrefecimento da atividade econômica nos Estados Unidos, indicam que a tendência de alta dos títulos públicos de 10 anos, vá ocorrer de forma mais gradual.
O mundo reduz seus riscos e estimula investidores a assumirem posições mais ousadas.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Nem tudo são flores para a safra de grãos

Argentina e Paraguai já acusam 
fortes perdas no campo
As produções agrícolas da Argentina e do Paraguai sofrem reveses nesse momento.
O mau templo, com chuvas excessivas e tornados frequentes, castigam a zona rural da Argentina e do Paraguai. A situação é crítica para o rebanho bovino em toda a Província de Corrientes. O governo Argentino divulgou informações preliminares dando conta de que mais de dois milhões de hectares foram vitimado pelo excesso de chuvas, atingindo onze departamentos. As inundações se multiplicaram nas últimas semanas e os rebanhos bovinos não estão resistindo a essas condições. O número de óbitos nos rebanhos aumentou sensivelmente, causando prejuízos de grande monta ao pecuarista local.
A preocupação na zona rural de Corrientes é com a chegada do inverno. Nessa estação e provável que o frio possa complicar mais ainda o estado corporal das vacas, que conseguirem resistir à inundações.
Na agricultura, as maiores perdas estão associadas às regiões produtoras de soja, como, por exemplo, a província de Buenos Aires. Ali as inundações impediram a movimentação das máquinas e deixaram a cultura abaixo do nível das águas.
No Paraguai, sobretudo na região de Assunción, estão ocorrendo fortes tornados que danificam as culturas em zonas ribeirinhas, assim como a estrutura urbana da capital e de outras cidades vizinhas.
O rio Paraguai, extremamente sensível às chuvas em suas cabeceiras, alcançou 4 metros, provocando o abandono de inúmeras propriedades. O rio continua a subir aumentando a preocupação da defesa civil com essas áreas.
Embora ainda não haja informações oficiais sobre as áreas agrícolas afetadas pelas chuvas, sabe-se que as culturas correspondentes à safrinha, devem ter, face a essas condições climáticas adversas, uma produtividade muito reduzida.

Não faltará grãos para o mundo

Departamento de Agricultura foi surpreendido pelo avanço no plantio da soja e do milho
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, conhecido pela sigla USDA, apresentou nesta segunda-feira (15/5), o boletim semanal de acompanhamento de safras e atualização do plantio, apontando melhora do clima no Corn Belt – o cinturão do milho.
O próprio USDA não acreditava que os agricultores norte-americanos fossem capazes de compensar o tempo perdido no plantio, pelo regime de chuvas abundantes que atingiu a região no início da semeadura. Pode-se imaginar que esses agricultores tenham usado o período noturno para fazer o plantio. Isso é muito comum no Brasil, sobretudo nas épocas das colheitas.
O mesmo fenômeno valeu também para o plantio de soja. Tudo faz antever uma produção muito alta nesse país. Claro que em agricultura, as “previsões” nunca falham depois que tudo foi colhido. Antes disso, a safra de grãos terá que florescer, granar e passar por um período de pouca chuva na colheita.
Mas é inegável que o ano agrícola começou bem nos Estados Unidos e as previsões meteorológicas apontam para situação muito favorável, devendo pressionar ainda mais os preços dos cereais.
Para o Brasil fica a esperança de que nossa política cambial consiga colocar a moeda nacional no seu verdadeiro valor, sem leva-la a apreciações que possam subtrair a competitividade do agricultor brasileiro. Contribuiria muito para isso, as reformas trabalhista e previdenciária que, se aprovadas, tendem a deixar nosso câmbio mais estável.
A competitividade também poderia ser dada pela melhoria da logística de escoamento da safra e pela política de financiamento agrícola mais ágil.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Portugal em crescimento

Portugal pode alcançar a meta
de crescimento em 2007
A economia portuguesa continua a apresentar ritmo acelerado de crescimento, iniciado na segunda metade do ano passado. Cresceu 1% durante o primeiro trimestre de 2017. Trata-se do melhor resultado desde o quarto trimestre de 2007.
O PIB português, segundo a estimativa inicial do Instituto Nacional de Estatística, pode alcançar os 1,8%, fixado como meta pelo governo português para esse ano.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Startups

Caminho para o sucesso
No mundo das startups já foram identificados alguns procedimentos que podem leva ao sucesso.
A ideia que move a iniciativa encontra um bom abrigo dentro de uma incubadora. Lá ela ganha concretude. Se a ideia prosperar, melhor será buscar por um programa de aceleração de negócios. Isso pode facilitar muito o recebimento de aportes necessários de investidores. Finalmente, se tudo se transformar em uma solução inovadora, o objetivo passa a ser o de encontrar grandes grupos como clientes. Isso pode criar rapidamente muito valor ao negócio empreendido.
Daí para frente, o mercado, composto por esses clientes, transforma-se em garantia para a formação futura de receitas e lucros donovo negócio. Estarão garantidas as economias de escala que darão sustentação aos retornos dos capitais investidos.
Convém lembrar que as startups, ao longo da vida, se veem obrigadas a assinar acordos e firmar parcerias com inúmeros players, sobretudo com os investidores. Recomenda-se, então, que seja dada muita atenção aos aspectos jurídicos que envolvem esses passos. Aspectos societários e contratuais devem ser objetos de forte atenção por parte dos empreendedores. O oportunismo é prática crescente entre os angels.

sábado, 6 de maio de 2017

Já é moda nas grandes empresas o reconhecimento por colegas

Reconhecimento de funcionários não
dependem mais apenas dos chefes
Nas grandes empresas isso já é uma realidade. Os colegas indicam os funcionários que merecem reconhecimento, seja por suas atitudes no trabalho, seja por seus projetos, seja pela colaboração que emprestam à equipe. Esses critérios variam segundo os níveis hierárquicos e segundo a natureza das atividades.
A cada período, os funcionários votam, indicando aqueles colegas que julgam melhores, a partir das atitudes, de sua contribuição ao desempenho da equipe ou dos projetos que administram. Os mais votados obtêm um reconhecimento, em eventos rápidos de celebração e levam para casa algum prêmio. 
As premiações também variam. Vão desde uma medalha, passando por um troféu, pela veiculação na comunicação interna da empresa, até prêmios em dinheiro, acrescidos ao salário, no final do mês.
Em outros casos, quando se referir a projeto desenvolvido, com impactos positivos nos negócios da empresa, a premiação pode ser dividida entre os membros desse projeto.
Esse tipo de reconhecimento cria um ambiente muito saudável e acaba melhorando o clima da organização, além de estimular o trabalho em equipe. Os trabalhos de grupos, muito associados às atividades de manufatura, produzem efeitos na melhoria da qualidade, no meio ambiente e na segurança dos trabalhadores e realmente precisam ser reconhecidos.
Como desafio, resta saber  amaneira que se fará o reconhecimento com o surgimento do trabalho em casa, realizado remotamente.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Alto descontentamento no Reino Unido

O conservadorismo em alta
O Partido Conservador do Reino Unido conquistou mais de 100 assentos em conselhos locais da Inglaterra e do País de Gales. A primeira-ministra Theresa May aumentará provavelmente, com isso, sua maioria parlamentar na eleição nacional do dia 8 de junho.
O Reino Unido realmente deve ter razões fortes para deixar a União Europeia e os eleitores demonstraram claramente, nessa votação de quinta-feira, que a aprovam o Brexit, escolhendo milhares de ocupantes de postos de governos locais pela Escócia, Inglaterra e País de Gales. O Partido Conservador, de Theresa May, já obteve o controle de cinco conselhos e ganhou uma corrida pela prefeitura.
Esses resultados evidenciam um descontentamento generalizado com a União Europeia e, ao que parece, o Brexit vai continuar sendo levado à frente, sem que as razões para isso tenham sido completamente entendidas pela UE.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Para pensar uma alternativa

Uma proposta de curto prazo
para  o câmbio no Brasil
As commodities vieram abaixo. As agrícolas - soja, milho, cacau, feijão, trigo, algodão, café, carnes de frango, de boi e suínas – caem fortemente já há algum tempo. As minerais -minério de ferro, alumínio, petróleo, ouro, níquel, prata, cobre -, despencaram no dia de hoje, produzindo forte queda da bolsa de São Paulo. As financeiras - moedas, títulos públicos de governos federais e ambientais – oscilam ao sabor das notícias sobre os quadros políticos nacionais.
Não precisa dizer que essa situação semeia forte intranquilidade entre os exportadores, com um dólar baixo e indefinido.
No plano teórico a discussão ainda é bi polarizada. Na visão do mais liberais, a política cambial deveria ser livre e assentada na extinção de todos os controles, com conversibilidade plena da moeda, consolidando a estabilização macroeconômica. Isso, no entanto, pressupõe, no mínimo, um tripé formado por expressivo superávit fiscal primário, baixo endividamento público e taxas de juros fixadas pela meta inflacionária e pelo câmbio flutuante. Não é o que acontece por aqui no momento.
De outro lado, uma visão intervencionista sustenta que os controles permitem independência diante do mercado financeiro de curto prazo. Com isso, reduz a volatilidade do câmbio, limita a valorização em fases de liquidez, reduz pressões de desvalorização em momentos de crise, melhoram as condições de financiamento da dívida pública, evitando a perda de competitividade associada à valorização cambial. Finalmente, reduzem a exposição de bancos e de empresas aos riscos do endividamento externo de curto prazo.
Como a vertente mais clara de crescimento econômico e do aumento de emprego repousa hoje nas exportações, que tal pensar em um real mais desvalorizado e garantir seu valor através de câmbio fixo (ou em banda), pelo menos até as condições para adoção de uma política liberal, de câmbio livre, se complete?
Exportadores precisam de maior nível de certeza para expandir sua produção. Aqui dentro, o desemprego é alto, a renda familiar está comprometida, os rendimentos reais continuam em queda e a inadimplência atinge uma população apreciável de consumidores. Difícil superar esses obstáculos no curto prazo. A exportação pode ser uma vertente importante de crescimento. 

Façam suas apostas

Os sinais ainda são contraditórios
A produção industrial brasileira apresentou forte recuo no mês de março em relação ao mês anterior. A queda na produção foi de 1,8%, segundo o IBGE.  É o pior desempenho mensal, desde agosto de 2016, atingindo generalizadamente a grande maioria dos setores industriais.
Esse número faz crer que o processo de recuperação da economia brasileira ainda não se definiu. As resistências encontradas para a aprovação das reformas da trabalhista e da previdência desestimulam os investimentos no setor industrial. Por outro lado, o comprometimento da renda, a inadimplência, o desemprego e a redução do rendimento real continuam a segurar o aumento da demanda.
As armadilhas para a retomada ainda não foram desarmadas e dificilmente serão subtraídas sem as reformas anunciadas. O comportamento oscilante do dólar nos últimos dias também expressa as dúvidas dos investidores, enquanto a bolsa permanece em alta, antecipando, de certa forma, o sucesso que as reformas alcançariam. Em tempos de incertezas, os movimentos especulativos se intensificam, as apostas se sucedem e os riscos aumentam exponencialmente.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Negociadores estabanados

O insucesso de uma negociação
Como tudo evoluiu de maneira a provocar o rompimento do Reino Unido com a Europa? Que caminhos foram percorridos sem que nenhuma das partes se mobilizasse para encontrar uma solução sensata para esse dilema? Por que os ânimos se exacerbaram tanto, até chegar nesse desfecho?
A decisão deixar a União Europeia deixará graves consequências para o Reino Unido. Do ponto de vista econômico, a perda de acesso privilegiado ao seu maior mercado anuncia uma apreciável redução do nível de atividade, produzindo um agravamento das tensões internas com a Escócia e a Irlanda. Do ponto de vista internacional, o Reino Unido perde importância pelo isolamento político. Daqui para frente se apresentará ao mundo como um player menos poderoso, mais pobre e, pior, dividido. Estará mais fraco e mais isolado no momento em que o mundo se polariza diante das ameaças russas e norte coreanas, padecendo com o descaso norte-americano por suas questões e, por outras, multilaterais. A China politicamente estará em ascensão como um provável árbitro no conflito com a Coreia do Norte, enquanto o Oriente Médio mergulha num caos, sem solução no curto prazo. A ideia dos Brexiters não foi nada brilhante.
A UE também não ganha nada com a saída do Reino Unido. Aliás perde e muito, sobretudo do ponto de vista simbólico, onde sua área de comércio mostrava-se coesa e dava sinais mais sólidos de recuperação. Péssima hora. O poderio militar do Reino Unido também não pode ser desprezado, nem sua economia liberal que já se constituiu em exemplo para o mundo e, em particular para a Europa.
Grandes colonizadores e grandes negociadores, os europeus não acharam solução para esse conflito. O Brexit transformou-se em um dos maiores fracassos de negociação em terras europeias. Demonstrou a completa falta de percepção para os problemas de cada parte, para suas razões. Elas não se sentiram ouvidas. A prepotência isolacionista de um lado e, de outro, a soberba de quem ignora os reais impactos de uma exclusão indesejada. Esse ânimo punitivo deve crescer ainda mais, levando ao um final desastroso para todos e, agora, transformado-se em fato de difícil reversão.