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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Aumentar juros ou diminuir a liquidez

Medida contra liquidez tem peso igual a alta de 0,75 ponto nos juros
Veículo: DCI  -  Data: 25/02  -  karina Nappi
São Paulo - Pesquisa do Banco Central aponta que as medidas macroeconômicas tomadas pelo governo em dezembro de 2010 representaram uma alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros (Selic). Segundo o consultor financeiro do Centro de Estudos Calil & Calil, Mauro Calil, esse reflexo é real e deve ser adicionado na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para semana que vem.
"Podemos ver essa alta no IGP-DI fururo. O mercado já precifica essa variação e na prática o aumento já existe. Na próxima reunião do Copom teremos um acréscimo de 0,75 ponto percentual, que vem atrelado também a inflação em alta e o crédito contido", analisa Calil.
"As medidas tinham que ser feitas para conter e retirar a liquidez da economia. O saldo dos compulsórios está nos R$ 800 bilhões, é um valor enorme, para completar houve corte no orçamento. No efeito sobre a inflação retirou aproximadamente os 0,75 ponto realmente. Temos uma inflação de demanda, os produtos agrícolas tiveram uma alta internacional, junto temos a renda e a demanda crescentes que vão acarretar no aumento da inflação nos setores de alimento, vestuário, calçado, farmácia e combustíveis. Temos que dar uma porrada de 0,75 ponto ou 1 ponto nesta reunião do Copom para conter a entrada de dólares e a inflação, na próxima reunião mais 0,5 ponto", reafirmou o diretor da Fractal, Celso Grisi. Entre as medidas adotadas pelo BC para conter a liquidez da economia, em dezembro do ano passado, estão o aumento do requerimento de capital em operações de crédito para pessoas físicas, em financiamentos e leasing de veículos, e a elevação dos compulsórios bancários (parcelas dos depósitos que, obrigatoriamente, precisam ser depositadas no BC).
Outra questão colocada pelo BC foi sobre a expectativa do mercado quanto ao superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) do setor público. Para 2011, a mediana das estimativas ficaram em 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2012, a mediana ficou em 2,9% do PIB.
"As projeções são reais, o governo esta buscando uma austeridade fiscal maior, usando de expedientes ditatoriais, que uma hora seriam necessários. As atitudes só teriam eficácia no começo do governo", frisa Calil.
A terceira questão aos analistas foi a projeção de variação nos preços das commodities em reais. A mediana das respostas apontou 15%. "O preço das commodities irá crescer, visto o preço internacional do petróleo, por exemplo, que esta fora de controle. A safra agrícola será modesta, os preços vão provocar desequilíbrios, vamos ter um crescimento de 20% no geral, a demanda vai aumentar e a produção vai diminuir esse ano, o que levará o preço para cima".

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