Sabe-se a dimensão. Não se sabe onde.
A inflação começava a fugir de controle. Os agentes econômicos já se comportavam defensivamente. Dólares saíam do país, embora as captações realizadas por empresas no exterior continuassem forte, valorizando a moeda nacional. Os sinais emitidos eram divergentes e refletiam uma ausência de direção na condução da política econômica. As especulações se intensificavam e ganhavam forma de boatos.Veio, por fim, a decisão de cortar os dispêndios públicos em R$ 50 bilhões. Isso significa que o superávit primário retoma a rota do crescimento e, sem dúvida, torna crível a promessa da redução da Taxa Selic.
A mensagem do governo agora é clara: gastará menos. Vai voltar à austeridade fiscal que permitiu a estabilidade monetária. Só não disse onde vai cortar.
Sabe-se que o BNDES vai trabalhar com orçamento menor e que todos os ministérios serão penalizados. Concursos públicos serão suspensos e os aprovados em concursos anteriores não serão nomeados.
Da Previdência e de seu rombo não se falou nada. Pena, pois aí há um bom espaço para novas economias. Também não se falou em extinguir os ministérios inúteis, criados para abrigar correligionários e os arcos políticos de apoio.
Há espaço para aprofundar esse corte. Sem grandes problemas para os serviços que o governo presta à sociedade, há como cortar mais uns R$ 20 bilhões ainda para esse ano. Enquanto não chegarmos a um superávit nominal expressivo o real não alcançará a conversibilidade plena e o Brasil não se transformará em um centro financeiro regional de expressão. O Chile está bem mais próximo disso, mesmo com uma economia muito menor e não tão diversificada como a brasileira.
Demos o primeiro passo. O governo restituiu a confiança dos agentes e forneceu a direção da política econômica. Podemos caminhar seguros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário