Com ação inesperada, Bolívia chama Haia para decidir sobre suas pretensões.
A decisão de demandar contra o Chile, por uma saída soberana para o Pacífico, junto a Corte Internacional de Haia, ocorre em momento de grande agitação social no país. Hoje a demanda é contra o Chile. Amanhã poderá atingir o Brasil, como se vê da figura acima.
A Bolívia tem vivido nesses últimos meses, uma sucessão de intensas reivindicações, todas de caráter social e político, que põe em risco a governabilidade do governo de Evo Morales. A inflação parece fugir de controle, sobretudo em função dos preços de alimentos e combustíveis, que penalizam as populações mais pobres. O desabastecimento de frutas, verduras e legumes generaliza-se pelo país. As populações mais pobres são as mais atingidas por essas altas. A população reclama por aumentos salariais maiores que os 10% propostos pelo Governo Central e várias categorias já entraram em greve.
Na esteira dessas manifestações, outros temas ganharam força, entre eles, os referentes ao seguro universitário e aos conflitos penitenciários.
O pleito parece razoável, mas precisaria estar embasado em robusta estratégia jurídica e diplomática. Não está. Mas se a moda pega, teremos um pedido do Paraguai contra o Chile e outro contra o Brasil. Também poderíamos reivindicar o mesmo contra o Peru. Um festival de direito público internacional, sem precedentes no continente. Veja abaixo, como tudo poderia ser.
O Brasil poderia intervir favoravelmente à Bolívia nessa questão. Entretanto, o problema das drogas “exportadas” pela Bolívia para o continente americano e para o resto do mundo, enfraquecerá a tese da saída soberana para o mar.
Talvez esse seja o maior temor do Chile em aceitar a idéia atualmente. O fato é que a Bolívia precisa ser ajudada a encontrar formas de superar os problemas estruturais. A equação do convívio social não está resolvida. A cada dia a miséria se agrava e ameaça eclodir, extravasando suas fronteiras em direção aos países vizinhos. É hora de convergência política.
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