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terça-feira, 30 de abril de 2013

No dia do leão

Ironias à parte, anotícia que o Governo
gasta mais aparece no dia
de entregar o IR
O jornal Folha de São Paulo foi o autor proeza, anunciando o aumento de gastos com o custeio da máquina e com programas sociais.
Veja o trecho da matéria de hoje “as despesas com investimentos tiveram alta nominal (sem descontar a inflação) de 7,4%, menos da metade do crescimento dos gastos com custeio e programas sociais e também bem abaixo da expansão com gastos da Previdência. As despesas totais cresceram 11,5%”. Quanto a receita da arrecadação do primeiro trimestre, descontada a inflação, apresentou queda de 0,48%.
As aulas de Introdução à Economia ensinam que gastos maiores do governo pressionam a inflação, pois inflam a demanda sem produzir o correspondente aumento na oferta.
Essa receita pode até ter o nome bonito de medidas contracíclica, mas seus efeitos são infalíveis e não tardarão. Podemos nos preparar para novas pressões sobre os preços e, portanto, sobre novas corrosões nos ganhos de renda, obtidos em passado recente. E tudo no dia do leão!

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Crédito, investimento e consumo

Os sinais mais animadores
chegam da indústria 
O estoque de crédito cresceu em março, segundo o Banco Central, 1,8% em relação ao mês anterior, impulsionado pelos créditos direcionados que, por sua vez, superou o crédito livre.
Isso sugere a expansão da taxa bruta de formação de capital fixo. Esse resultado surpreendeu a todos. Entretanto, a explicação deverá ser creditada à recuperação do setor de bens de capital e muito associada aos desempenhos da indústria de caminhões e da construção civil. A evolução de empréstimos às pessoas físicas continuou decepcionante. A inadimplência muito alta não é compatível e, portanto, não recomenda a expansão desses empréstimos.
Podemos estar preparados para que a carteira de pessoas físicas deixe de impulsionar o consumo das pessoas físicas. Sobra-nos ampliar os investimentos para acelerar nossa atividade econômica.

Revendo fatos anteriores

O que há de bom e de ruim na
economia da semana anterior
Na Zona do Euro, embora o mercado de trabalho tenha um desempenho desanimador, o PMI envolvendo a indústria e os serviços veio estável. Não se degradou e também não cresceu. O mercado esperava desempenho pior. A estabilidade não é um resultado ruim. Também não é bom.
O PIB dos Estados Unidos, anualizado, do 1º trimestre de 2013, veio com crescimento de 2,5%. O resultado foi considerado baixo e decepcionou os mercados financeiros em torno do mundo. A recuperação é lenta. As expectativas crescem mais rapidamente rápido e descolam da boa lógica.
O consumo das famílias no USA, por outro lado, apresentou um desempenho interessante. Cresceu no primeiro trimestre do ano 3,2%. O consumo do governo, entretanto, foi 4,1% inferior ao trimestre anterior. Essa redução do gasto do governo tem a ver com a atuação do Senado sobre o orçamento norte-americano. Esse talvez tenha sido o fator determinante de o PIB ter crescido aquém daquilo que os agentes econômicos desejavam.
A China, que anda aplicando “peças” aos investidores internacionais, anunciando reduções de seu crescimento, surpreendeu. Exibiu seu indicador PMI Industrial em crescimento. O indicador subiu de 50,5 pontos para 51,6 pontos. Isso significa que o país vive um momento de expansão de sua produção industrial.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

No cravo e na ferradura

O Brasil ontem 
Como estamos indo com a Inflação? Parece que os preços começam a subir mais devagar:
1)   O Índice de Preços ao Consumidor da Fipe teve alta de 0,17% na terceira quadrissemana de abril. Não foi uma alta tão grande em relação ao avanço de 0,08% da leitura anterior. Os alimentos se acalmaram um pouco, mas o setor de serviços não. Os subgrupos de saúde e educação foram os principais responsáveis pela alta.
2)  Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal, da FGV subiu menos que os 0,65% da leitura anterior. A alta agora foi de 0,54% e referiu-se à terceira quadrissemana de abril. O principal responsável por esse recuo foi exatamente o grupo de alimentos.
Já podemos mudar o foco. Alimentos preocuparão menos e serviços preocuparão mais.
O que não vai bem é o setor externo. Os preços das commodities nacionais exportadas caíram. Pior é que essa queda veio acompanhada pela redução dos volumes consumidos no mundo. O déficit em conta corrente atingiu os US$ 6,8 bilhões em janeiro. É um resultado ruim para o país, nesse momento. No primeiro trimestre do ano, o défict em transações correntes alcançou a cifra de US$ 24,8 bilhões, correspondentes a 4,31% do PIB.
O que tem salvo nossa lavoura no setor externo são os investimentos estrangeiros diretos, que , segundo o Bacen, atingiu os US$ 5,7 bilhões em março. O resultado desagrava, de alguma forma, as preocupações geradas com o déficit em transações correntes. Até o momento, o IED já acumulou US$ 13,2 bilhões, o que equivale a 2,3% do PIB.  Mesmo que esteja abaixo das projeções feitas no início do ano, o volume desses aportes também não foi desprezível. Esses recursos são indispensáveis para que o país possa alcançar um crescimento anualizado, em 2013, de 3,0%. Bom também foi saber que o fluxo cambial está positivo no mês de abril (até o dia 22). A entrada de dólares no Brasil superou a entrada em US$ 1,1 bilhão no mês.
Há um dado que soa como advertência aos investidores e alerta aos responsáveis pela política de emprego no país. A Confederação Nacional da Indústria divulgou que o índice de atividade de construção apresentou recuo pelo quinto mês seguido, chegando a 48,9 pontos em março. Também a Sondagem do Consumidor da FGV, no mês de abril, apontou estabilidade no seu indicador de confiança do consumidor. No mês anterior, o indicador havia apresentado queda de 2,0%. Foram seis quedas mensais consecutivas até alcançar a estabilidade em abril. As incertezas que sempre povoaram a cabeça dos agentes econômicos, também parece ter alcançado a população e essa é talvez a melhor explicação para entender a retração do consumo.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Revisões

O otimismo com a economia mundial
está menor
O Fundo Monetário Internacional divulgou seu ultimo Outlook, conhecido por Panorama Econômico Mundial. Com esse documento foram divulgados o Relatório de Estabilidade Financeira e o Monitor Fiscal (www.imf.org).
O Outlook procedeu à revisão do crescimento mundial para baixo. De 3,5% veio para 3,3%. E tudo acaba atribuído às menores expectativas da recuperação dos Estados Unidos e do crescimento norte-americano.
Em termos do grau de desenvolvimento das economias mundiais, o FMI reduziu suas projeções de crescimento para o os países desenvolvidos 1,3% para 1,2% e para os países em desenvolvimento o recuo foi de 5,3% para 5,0%.
Mau na foto mesmo está o Brasil. O crescimento previsto para esse ano era de 3,5% e foi reduzido para 3,0%. Parece mesmo que o mundo já entendeu que as concessões prometidas pelo Governo Federal não sairão a tempo de produzirem efeitos no crescimento econômico de 2013. Falta agilidade para encaminhar soluções e entender os problemas dos postulantes a concessionários.
Curiosa a projeção para economia japonesa de crescimento de 0,4%. Francamente, pessoalmente esperava um número um pouco maior, coisa como 0,7% seria de se esperar após a drástica flexibilização monetária anunciada dias atrás.
A percepção das condições monetárias e financeiras do sistema mundial mostrou evolução significativa, apontando para a redução dos riscos de crédito, dos referentes a problemas macroeconômicos e dos desempenhos dos mercados emergentes. É verdade que o clima institucional do mundo evoluiu rapidamente nos Estados Unidos e, principalmente, na Europa.
 
Também é verdade que o relaxamento monetário na terceira maior economia mundial, o Japão, criou uma nova vertente de recuperação econômica e a Europa, embora lenta, encaminha solução para cada problema surgido dentro das chamadas Instituições Europeias, sem rupturas ou abalo de sua determinação de manter-se unificada. O Euro continua intacto, depois de tantas ameaças

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Inflação


O IPCA-15 de abril veio com alta 0,51%
Muito alto o IPCA-15 desse mês. Isso significa que o aumento da Selic terá um efeito cosmético sobre os preços. Subir a Selic 0,25 quebrou um tabu, foi um recado, mas não resolve o problema de alta de preços. No acumulado de 12 meses, o indicador fez questão de arranhar a meta superior da inflação: ficou em 6,51%. Inflação de alimentos alta decorre, de modo geral, de demanda intensa que o consumidor esteja fazendo. É o caso dos preços dos produtos hortifrutigranjeiro, sazonalmente, e do açúcar, da carne (que encontra substituto na carne de frango), da soja e do óleo. Note-se que a intensidade na demanda de alimentos coincide, quase sempre, com a intensificação na demanda de calçados, vestuários e serviços (médicos, de educação, etc). 
Pouco a pouco, parece haver um convencimento crescente que, para esse ano, a batalha contra a inflação está perdida e que a solução será antecipar-se a cada onda de alta de preços.

Crédito se expande na inércia do mercado global

Liquidez Global Favorece Crédito
A tese é do Roberto Padovani, economista Chefe da Votorantim Corretora.
Menores incertezas e elevada liquidez global favorecem os fluxos de capitais, contribuindo para a recuperação cíclica do crédito local. 
O ambiente global tem mostrado claros avanços. O processo de contínua desaceleração da economia chinesa foi controlado, houve redução dos riscos de ruptura institucional e financeira na Europa e há sinais claros de retomada na economia norte-americana, com o mercado imobiliário explicando o recuo do desemprego.
Neste ambiente, a nova estratégia de política monetária no Japão é um fato relevante. Em conjunto com outros bancos centrais, o afrouxamento quantitativo japonês amplia a já elevada liquidez global, a ponto de a valorização recente dos principais ativos financeiros reforçar os temores de que os crescentes estímulos de política possam estar conduzindo a exageros nos mercados. Nos Estados Unidos, as correlações históricas entre bolsa, crescimento econômico e juros de longo prazo são cada vez menores. 
Elevada liquidez global e menores riscos de ruptura favorecem o mercado local de crédito. Há, no Brasil, elevada correlação entre fluxos de capitais e ciclo de crédito. Os testes estatísticos de causalidade indicam que a aversão global a risco - mensurada por preços de commodities, volatilidade e preços de ativos financeiros - pode explicar as condições locais de crédito. Em particular, o mercado de ações norte-americano tem antecipado o ciclo de crédito no Brasil, à exceção da forte contração local de crédito vivida a partir de 2011. 
Este ambiente global favorável à recuperação do crédito deve ter continuidade. Por um lado, a retomada da economia internacional sugere normalização das políticas, evitando que a manutenção de estímulos por tempo demasiado possa gerar bolhas. Por outro lado, no entanto, é preciso que os bancos centrais adotem estratégias de saída cautelosas. Como eventuais perdas patrimoniais podem influenciar, por meio do efeito riqueza, a confiança em se consumir e investir, é preciso evitar, na medida do possível, correções relevantes nos preços dos ativos financeiros. 
A mudança de viés de política econômica, no entanto, é sempre um desafio: mesmo que haja a clara indicação do sequenciamento na retirada de incentivos de política, começando pelo lado fiscal, passando pela redução do balanço dos bancos centrais e, apenas ao final, iniciando um ciclo de correção da taxa de juros, os mercados tendem a antecipar o processo, elevando rapidamente os juros de longo prazo. 
Justamente por isso, parece pouco provável um cenário de rápida reversão global das condições de liquidez, o que tende a beneficiar a economia brasileira. A percepção de ampla e continuada liquidez reforça a recuperação cíclica do crédito e, ao mesmo tempo, sugere que a condução da política monetária deva ser cautelosa para sustentar a volta do crédito e, ao mesmo tempo, evitar o aumento da volatilidade cambial.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Europa apoia Chipre.

Alemanha aprova pacote.
China gera incertezas.
O Parlamento alemão aprovou pacote de ajuda aos credores internacionais de €10 bilhões para o Chipre. Atendeu o pleito para conceder prazos de sete anos para vencimento dos empréstimos a Portugal e Irlanda.
As notícias sobre o menor crescimento da China derrubou os preços das commodities. Os preços dos metais vieram abaixo. O ouro em especial, que já vinha em queda, teve acentuação de suas perdas. As commodities agrícolas também se ressentem da notícia.

Recuos

O estado da economia dos USA
está se agravando
Os número pedidos de auxílio desemprego voltou a subir. Dessa vez, foram mais 4.000 solicitações, na semana encerrada dia 13 de abril, totalizando 352 pedidos.
O indicador antecedente do Conference Board apresentou queda de 0,1% no mês de março. Foram apontadas pela instituição como causas para essa queda a fraca demanda e a confiança instável do consumidor. O vagaroso processo de crescimento da renda também foi apontado como uma causa concorrente.
O índice de atividade industrial do Fed Filadélfia também apresentou queda para 1,3 ponto em abril, face ao mês anterior que se apresentava com 2,0 pontos.
Em relação ao índice de indicadores antecedentes produzidos pelo Conference Board, registrou-se queda de 0,1% em março, em relação ao mês anterior. Registre-se ainda que cinco dos dez indicadores estiveram em queda.
Não há como negar que o estado da economia norte-americana está se agravando.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Crescimento pel lado da oferta

Crescer pelo lado da oferta
reduz a inflação 
O índice de preços ao consumidor CPI recuou 0,2% em março, na comparação com fevereiro. A queda foi atribuída principalmente à queda de 4,4% nos preços da gasolina e de 2,6% de energia.
Por outro lado, a produção industrial norte-americana cresceu em março 0,4% em relação ao mês anterior. De igual maneira, a construção de moradias novas também cresceu. Esse crescimento foi alto em março, atingindo os 7%, e equivalente a US$ 1,04 milhão.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O crescimento está de volta?

O cenário já aponta para a recuperação
O texto abaixo é de autoria de Roberto Padovani, Economista Chefe da Votorantim Corretora. É de se observar a serenidade das avaliações contidas no texto e tão comum no Roberto.
"Os dados de atividade econômica divulgados até o momento não mudam o cenário para a economia brasileira: a recuperação está em curso, mas em ritmo lento.
Por um lado, a frustração com os resultados de comércio e indústria de fevereiro mantém elevadas as incertezas em relação ao crescimento. Por outro lado, no entanto, ainda não há como refutar a tese de que um ambiente global com menores turbulências e elevada liquidez favorece a retomada do crédito local, impulsiona o consumo e, como resultado, os investimentos.
Além disso, os indicadores antecedentes de comércio e indústria para março já mostram um melhor desempenho, além de a produção agrícola poder reverter a queda registrada no primeiro trimestre de 2012. A produção de caminhões e bens de capital, da mesma forma, indica que os investimentos fixos podem manter a recuperação iniciada no quarto trimestre do ano passado. Por último, nossas estimativas indicam que o consumo deve continuar se recuperando, após a forte desaceleração registrada a partir de meados de 2011.
Nossos modelos indicam que o PIB deverá mostrar crescimento dessazonalizado próximo a 1,0%. Da mesma forma, o carregamento estatístico sugere um crescimento próximo a 2,0%, o que é compatível com nossa projeção de 3,5% em 2013. É uma projeção acima de consenso de mercado, que continua em queda e próximo a 3,0%. 
Este cenário traz implicações para juros e câmbio. Como a esperada recuperação econômica para este ano deve encontrar uma economia com importantes restrições de oferta, não se pode descartar um quadro em que o PIB opere próximo à capacidade. Com isso, os incentivos de política monetária devem, efetivamente, ser reduzidos. 
Além disso, a recuperação econômica, associada à alta da taxa de juros e à ampla e crescente liquidez internacional, tende a fortalecer os fluxos de capitais, apreciando a moeda brasileira."

Hoje é dia de Selic

Inflação ou crescimento?
O Comitê de Política Monetária se reúne hoje para decidir sobre uma possível alta na taxa Selic. O cenário reveza-se entre as incertezas sobre a inflação e o ritmo de recuperação do crescimento econômico. De um lado, a difusão da inflação poderia provocar a exacerbação das expectativas dos agentes econômicos nas decisões de formação de seus preços futuros. De outro, a preservação do crescimento dará fôlego ao atual nível de emprego e da renda dos trabalhadores. A inflação acumulada no período entre março de 2012 e março de 2013, medida pelo IPCA, estourou o limite superior da meta definida para inflação pelo Copom. Alcançou os 6,59%, enquanto a produção industrial e as vendas do varejo registraram queda até fevereiro. Para a decisão de hoje do comitê, deve ser levado em conta que o ambiente internacional ainda apresenta um desempenho modesto e a economia nacional vive de um crescimento muito pequeno.
É provável que o Copom apenas emita sinais para os agentes, sem mexer na taxa Selic. Mas, também é de esperar, tendo em vistas as últimas declarações da Presidente e do Ministério da Fazenda, que o Copom venha a anunciar alguma alta, mesmo que modesta, circunscrevendo suas análises a alguns setores e poucas regiões do país, minimizando os riscos de descontrole inflacionário.
A favor dessa última posição, conta-se com o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal da FGV que subiu 0,65% na segunda quadrissemana de abril, ante 0,71% na leitura anterior. E embora o grupo de alimentação tenha desacelerado, alguns itens da  produção hortifrutigranjeira ainda exercem pressões mais fortes sobre o indicador.
O Índice Geral de Preços -10, referente ao mês de abril, publicado também pela FGV, apresentou-se igualmente em alta de 0,18% em abril. Em março, o avanço havia sido de 0,22%
Assim, tudo será possível. Mas se o Copom  tiver juízo e quiser apontar para os investidores que inflação não tem mais espaço no Brasil, a alta deveria estar em torno de 0,75%. Saberemos disso logo mais.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Susto geral

Dias agitados também na economia
O atentado em Boston preocupou a todos, embora sua origem não seja conhecida. Por si só, esse fato já semeia temor nas esferas decisórias do capitalismo atual.
Não bastasse isso, chegaram notícias sobre o crescimento mais fraco na China, como se isso fosse um fato novo. Já se sabe que o pouso suave tem sido conduzido por meio de uma opção pela austeridade e, em princípio, isso não deveria surpreender ninguém. O mercado internacional das commodities reagiu de imediato. Os preços dos metais, inclusive o do ouro, vieram abaixo. Os preços das matérias primas agrícolas também acusaram o golpe e as bolsas de mercadorias caíram em todo o mundo.
O Empire Manufacturing, índice do nível da atividade econômica de NY, também apresentou recuo. Veio para 3,05 pontos em abril. A confiança dos construtores norte-americanos igualmente apresentou o terceiro recuo consecutivo.
Especificamente, no caso da Ásia, talvez pudéssemos fazer dela melhor juízo. Um olhar para as novas medidas econômicas japonesas deveria trazer maior otimismo ao mercado. Afinal, a receita adotada para a política monetária do Japão pode até ter sido um pouco exagerada, mas sua direção parece muito correta. É de se esperar por crescimentos mais fortes na região. A China, por exemplo, mostra que sua a produção industrial cresceu 8,9% em março, quando comparada com o mesmo mês do ano anterior. Portanto, é de se esperar que o PIB chinês venha a alcançar, no final de 2013, algo um pouco maior que 8,0%, contrariando a onda de pessimismo que tomou conta no mercado nesses últimos momentos.

domingo, 14 de abril de 2013

Europa

Próximos lances
Nicos Anastasiades é o nome do presidente do Chipre. Inconformado com as decisões de socorro à ilha que preside, vai enviar documento à Comissão Europeia, reivindicando uma “assistência extra”, dando como razão o “momento crítico” pelo qual o Chipre atravessa.

Quer também estender os prazos de vencimento dos empréstimos, pleiteando os mesmos prazos que foram concedidos a Portugal e Irlanda. Esses prazos estariam em torno de sete anos e poderiam trazer ao Chipre um menor sacrifício as suas questões sociais.
No Brasil, o apelo do líder cipriota estaria ao abrigo da máxima “quem não chora não mama”.

Balançando

Retrocessos nos Estados Unidos
A recuperação dos Estados Unidos sofre espasmos periódicos. Dessa vez, foram as vendas no varejo. Caíram -0,4% em março em relação ao mês anterior.
Nada que possa assustar, afinal, na comparação com o mesmo mês de 2012 há um avanço de 2,8%, mas é o suficiente para que o mercado admita uma redução do crescimento do PIB e dos gastos dos consumidores. 
Investidores, frente a essa incertezas, em Wall Street, sentiram-se estimulados a realizações de lucros obtidos nas últimas semanas.
Para apimentar um pouco mais as análises sobre a sustentabilidade da recuperação, o Departamento do Trabalho publicou o índice PPI de preços ao produtor. Houve queda de 0,6% em março. Em adição, a confiança do consumidor, medida pela Universidade de Michigan, apresentou um recuo expressivo no mês de março. Veio de 78,6 pontos para 72,3 pontos na primeira leitura de abril. Todos os indicadores apontam para uma desaceleração da economia do país, indicando que abril também possa apresentar uma atividade econômica com desempenho sofrível.

No Brasil

Expectativas sobre a Selic
Nessa semana, o Copom terá mais uma vez a palavra para falar sobre a Selic. Deve decidir por um eventual aumento na taxa Selic. A decisão politicamente pode ser desgastante. Economicamente pode ser fatal. Tudo gira em torno da inflação, do crescimento e do nível de emprego.
Só para lembrar: o indicador IBC-Br de atividade econômica mensal do Banco Central mostrou queda de -0,52% no mês de fevereiro em relação a janeiro. Esse resultado não é mau e cria a expectativa para que o crescimento do primeiro trimestre desse ano possa estar rondando os 1%, abrindo espaço para alguma alta da taxa Selic. Deus é mesmo brasileiro.
O dólar encerrou em queda nessa sexta-feira, dia 12/4. É a sétima sessão consecutiva. Uma eventual alta da Selic poderia aguçar o interesse dos capitais estrangeiros pela economia brasileira. As sétimas últimas cotações do dólar anteciparam esse possível aumento no influxo de capitais. A moeda norte-americana caiu -0,23 por cento, cotada a 1,9685 real, na venda.
No acumulado da semana, o dólar registrou queda de -0,98%. Em 2013, a moeda norte-americana já acumula perda de -3,88%, em relação ao real.
O Ibovespa fechou  a ssemana com queda de -0,79%, aos 54.962 pontos, acumulando queda de -9,83% nesse ano. O volume financeiro negociado foi de R$7,3 bilhões.
Essas tendências do mercado de capitais podem sofrer rápida reversão, se a decisão sobre a taxa Selic for por uma alta mais acentuada do juros básico de nossa economia.

sábado, 13 de abril de 2013

A semana acabou. A inflação, não.

Ministro Mantega parece preparar
o campo para a alta da Selic
Depois do anúncio do IGP-DI de março ter subido 0,31% e do IPCA do mesmo mês ter alcançado os 0,47%, acumulando 5,59 nos últimos 12 meses, o governo parece ter acordado. As declarações do presidente do Bacen subiram de tom.
De fato, o limite superior da meta para inflação foi rompido. O ministro da Fazenda saiu preparando o campo. Com todo o cuidado, pois esse campo está minado por vários artefatos de natureza política.
Argumentou sobre o contágio dos preços, tardiamente. Depois afirmou que “expectativas se resolvem com juros”. Parece que o ministro aprendeu.
Os índices de difusão cresceram mês a mês, salvo março, onde se constatou leve recuo. O minério de ferro apresentou alta de 0,47%, enquanto as commodities agrícolas deram trégua. O governo quer imaginar que a trégua seja uma tendência. Não é!
A produção industrial e as vendas do varejo sofreram recuos. Acendeu o sinal vermelho de estaglação. O IBC-BR, negativo em -0,5, de fevereiro para março, confirma o alerta. Agora a projeção do 1º trimestre foi para 0,9%, em relação a igual período do ano anterior.
 
Ficou difícil. Não há mais porque admitir inflação tão alta, se o crescimento não responde a nada. Os ganhos vindos de reajustes excessivos já estão sendo corroídos pela alta dos preços. O povo sente no bolso, a imprensa não perdoa e o Bacen promete movimentar-se.
Um bom recado para controlar as expectativas dos agentes econômicos seria elevar essa Selic para 8%, nessa próxima semana. Na próxima reunião, o Copom deveria pensar em subir o centro da meta em 0,5 ponto percentual e reduzir os limites superiores e inferiores em1 ponto.
Coragem Copom!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O comércio sentiu o golpe

Queda nas vendas do varejo
A inflação subiu muito nesses últimos tempos e, claro, acabou corroendo o poder de compra dos assalariados. Os aumentos, acima do índice de produtividade do sistema econômico, acabam nisso mesmo. Os ganhos de salários são devolvidos ao mercado pelas mãos dos aumentos generalizados dos preços. Com menor renda, o consumidor comprou menos e o varejo apresentou queda de -0,4% em relação ao mês anterior. A queda nas vendas atingiu praticamente todos os setores.
Mas, não é só a alta dos preços que reduziu o consumo. A redução na oferta de crédito e os juros reais em alta também inibiram o consumo das famílias. O comprometimento da renda das famílias para dar conta dos empréstimos assumidos, apenas com recusros livres, está chegando aos 25% e isso vale para quase 55% das unidades familiares do país. A inadimplência continua alta, embora tenha sofrido algum recuo no último mês. Os bancos privados mostram-se cada vez mais seletivo em relação às concessões de crédito e os bancos públicos já exauriram seus recursos e sua disposição para continuar emprestando. Muito possivelmente a expansão do crédito não chegue, em 2013, sequer aos 14%.
Piora ainda mias a situação, o desempenho também negativo da produção industrial. Nesse momento, chega a notícia que o IBC-Br apresentou com redução.
Definitivamente, o quadro é de estagflação e pede medidas monetárias e fiscais menos permissivas. Não se pode admitir que a busca compulsiva pelo crescimento justifique a renúncia aos aumentos do superávit primário e às práticas monetárias apenas acomodatícias.