Inflação ou crescimento?
O
Comitê de Política Monetária se reúne hoje para decidir sobre uma possível alta
na taxa Selic. O cenário reveza-se entre as incertezas sobre a inflação e o
ritmo de recuperação do crescimento econômico. De um lado, a difusão da
inflação poderia provocar a exacerbação das expectativas dos agentes econômicos
nas decisões de formação de seus preços futuros. De outro, a preservação do
crescimento dará fôlego ao atual nível de emprego e da renda dos trabalhadores.
A inflação acumulada no período entre março de 2012 e março de 2013, medida
pelo IPCA, estourou o limite superior da meta definida para inflação pelo Copom.
Alcançou os 6,59%, enquanto a produção industrial e as vendas do varejo
registraram queda até fevereiro. Para a decisão de hoje do comitê, deve
ser levado em conta que o ambiente internacional ainda apresenta um desempenho
modesto e a economia nacional vive de um crescimento muito pequeno.
É provável que o Copom apenas emita sinais para os agentes, sem mexer na taxa Selic. Mas, também é de esperar, tendo em vistas as últimas declarações da Presidente e do Ministério da Fazenda, que o Copom venha a anunciar alguma alta, mesmo que modesta, circunscrevendo suas análises a alguns setores e poucas regiões do país, minimizando os riscos de descontrole inflacionário.
É provável que o Copom apenas emita sinais para os agentes, sem mexer na taxa Selic. Mas, também é de esperar, tendo em vistas as últimas declarações da Presidente e do Ministério da Fazenda, que o Copom venha a anunciar alguma alta, mesmo que modesta, circunscrevendo suas análises a alguns setores e poucas regiões do país, minimizando os riscos de descontrole inflacionário.
A
favor dessa última posição, conta-se com o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal
da FGV que subiu 0,65% na segunda quadrissemana de abril, ante 0,71% na leitura
anterior. E embora o grupo de alimentação tenha desacelerado, alguns itens
da produção hortifrutigranjeira ainda exercem
pressões mais fortes sobre o indicador.
O Índice Geral de Preços -10, referente ao mês de abril, publicado
também pela FGV, apresentou-se igualmente em alta de 0,18% em abril. Em março,
o avanço havia sido de 0,22%
Assim,
tudo será possível. Mas se o Copom tiver
juízo e quiser apontar para os investidores que inflação não tem mais espaço no
Brasil, a alta deveria estar em torno de 0,75%. Saberemos disso logo mais.
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