Governo
tem queda na arrecadação,
mas as despesas sobem
O
déficit primário nacional alcançou, em maio, R$ 10,5 bilhões. Um recorde
histórico que promove consequências negativas por todos os ângulos que se examine
essa questão. De imediato, no mercado financeiro os juros futuros subiram, aumentando
as expectativas sobre abertura de um novo ciclo de altas de juros ainda esse
ano e, simultaneamente, aumentando o custo da rolagem dívida interna do país. A
arrecadação de impostos, no âmbito da federação, apresenta resultado pífio,
praticamente sem variações, nesses primeiros cinco meses do ano, refletindo o
baixo crescimento do PIB. Do lado dos gastos, o dispêndio público não para de crescer,
sob a influência da aproximação das eleições presidenciais. A
situação é mais grave se considerarmos que o número de pessoas empregadas
e o total dos rendimentos do trabalho também estacionaram. O crédito vem se
arrastando desde o início do ano, crescendo em velocidade muito inferior à de
períodos passados. O nível de desemprego também começa a preocupar. Agora
se tem a certeza de que o baixo ritmo da atividade econômica chegou ao governo.
Não haverá espaços fiscais para, racionalmente, ampliar as medidas de
produção de novos estímulos à economia, assim como não há espaço no quadro fiscal
para prosperar com a contabilidade criativa e com o engodo de seus
artificialismos. Para fechar as contas públicas, o governo vai ter que cortar
despesas. A ficção terá que dar lugar à realidade.
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