Dúvidas e incertezas são comuns,
no mundo econômico
Foram intensas as discussões nessas últimas semanas sobre o
que fazer com a taxa de juros na Inglaterra. A conclusão parece ter sido muito
parecida, em sua natureza, àquela do Copom, de dias atrás: “deixa como está, pra
ver como é que fica”.
A elevação antecipada da taxa de juros pode, segundo as
autoridades monetárias britânicas, prejudicar a recuperação da atividade
econômica, até porque as previsões anteriores já indicavam um segundo semestre
mais fraco que o primeiro. Sabe-se que, em algum momento, as taxas de juros deverão
iniciar um movimento lento, mas gradual de alta, para evitar o recrudescimento
da inflação naquele país, sobretudo em função do rápido crescimento que a
economia britânica vem apresentando, com o Produto Interno Bruto já se
aproximando do nível anterior à crise de 2008. No Brasil, o Copom parece admitir a existência de espaço para
iniciar a redução das taxas de juros, permitindo alguma recuperação na economia
nacional. O medo, nesse caso também é o recrudescimento inflacionário. Mas, francamente,
a economia brasileira ameaça reduzir seu tamanho, com crescimentos negativos do
PIB. Já há até quem fale na possibilidade de termos três trimestres sucessivos com resultados
negativos. Estaríamos, nesse caso, caracterizando tecnicamente o que chama de recessão. Em economia, os efeitos das decisões tomadas costumam se manifestar
de forma retardada e apenas são constatáveis no médio e longo prazos. Talvez
seja por isso que dúvidas e incertezas sempre prosperam entre os especialistas que preferem, como os médicos, observar mais um pouco antes de agir.
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