As
previsões não favorecem
a economia brasileira
Ao
iniciar o segundo semestre do ano, as expectativas sobre o crescimento nacional
continuam a se deteriorar. A confiança dos empresários, sobretudo dos empresários
ligados à indústria, mostra recuos sucessivos. A queda na atividade industrial,
de janeiro a maio, desse ano, foi de 1,6%.
Na
agricultura, as previsões também não são animadoras e certamente, nesse ritmo,
poderão prejudicar os resultados das exportações nacionais, além de comprometer
a renda do campo. Os
órgãos especializados em estudos agrícolas apontam para um incremento abundante
da oferta e registram uma queda no ritmo de crescimento da demanda. No caso da
soja, os contratos com vencimento em agosto de 2015 caíram 3%. O milho vive uma
fase também desfavorável. Muitos agricultores guardaram o milho para venda
agora em julho ou agosto. Mesmo depois de incorrerem em custos de estocagem, seguros
e movimentação de materiais, os preços não reagiram como se esperava. Ao contrário,
as previsões são de baixa acentuada, em função da safra prevista nos Estados
Unidos. Os preços do açúcar continuam em queda, enquanto os preços do suco de
laranja se estabilizaram em patamares baixos. Exceto no caso da carne bovina,
os preços do agronegócio são desanimadores. Por
outro lado, as previsões sinalizam para desvalorizações sucessivas do real até
o final do ano. Se isso é ruim para a inflação e complica ainda mais a vida do
governo, por outro lado, pode ser a salvação da lavoura dos exportadores. As
previsões falam no real atingindo valores entre US$ 2,30 e US$2,40, até o final
desse ano. É bom não contar com mais do que isso, pois a inflação se agravaria
de tal modo que o Banco Central entraria em campo, com suas costumeiras intervenções
diárias, visando o abrandamento das tendências de mercado. Finalmente,
tem sido surpreendente a procura por títulos do Tesouro norte-americano. As
taxas de juros nos Estados Unidos ameaçam subir. A política atual do Fed é de
atrair capitais estrangeiros para financiar o alto endividamento do país. Para
ajudar, A Europa vive um mau momento com as dificuldades do Banco Espírito
Santo, o que tem afugentado investidores dessa região. Sem alternativas correm
para o treasuries. Esse
efeito deve penalizar o mercado de capitais brasileiro, produzindo um novo
período de baixa liquidez da moeda americana e, por consequência, a inflação
decorrente da desvalorização do real.
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