A inflação prospera.
Não foi por
falta de aviso.
O Banco Central finalmente acordou.
O ministro Mantega sugere que juros é mais eficiente que câmbio para fazer o
“serviços sujo” de conter a alta de preços.
Na base do problema estão os imprudentes
reajustes salarias que desrespeitaram a produtividade. A mão de obra encarece a
produção e a produtividade não cresce. Essa composição é explosiva e leva a
aumentos de preços, dado que a oferta se retrai e a demanda se expande. A
demanda conta ainda com os estímulo de um crédito excessivo, a juros realmente muito baixos e cuja inadimplência requer seu contingenciamento.
O Banco Central entende que o
problema não será resolvido com juros mais altos. Como a inflação tem como determinante principal,
no entendimento da instituição, as restrições da oferta, não adianta aumentar
juros. Na esteira desse pensamento, a oferta reduzida explicaria o baixo
crescimento.
O jeito então seria apreciar o real. Mas o ministro da Fazenda, por seu lado, enxerga que essa política cambial levará à perda da competitividade dos produtos brasileiros, comprometendo a recuperação econômica. Faz sentido: investimentos seriam mantidos baixos, com suas naturais consequência sobre o mercado de trabalho e, portanto, com reduções futuras da demanda.
O jeito então seria apreciar o real. Mas o ministro da Fazenda, por seu lado, enxerga que essa política cambial levará à perda da competitividade dos produtos brasileiros, comprometendo a recuperação econômica. Faz sentido: investimentos seriam mantidos baixos, com suas naturais consequência sobre o mercado de trabalho e, portanto, com reduções futuras da demanda.
Não se cogita, em qualquer
hipótese, de uma desinflação salarial que, na verdade, é a causa do problema.
Não haverá muito tempo para o
governo sinalizar seus novos rumos. Melhor seria explicitar rapidamente à sociedade e a seus agentes econômicos o conjunto de
medidas que pusesse fim a tanto artificialismo. Dada a situação, restam poucas
alternativas. A primeira, é subir a Selic 1 ponto percentual, de imediato,
sustentando o dólar na casa dos R$ 2,00 a R$ 2,10. Só permitir maior
desvalorização da moeda nacional a partir do ingresso de divisas provocadas
pelo processo de privatizações / concessões. Rever as decisões em relação aos
compulsórios, aumentando-o significativamente, de maneira a compensar os
efeitos positivos que a alta de juros teria sobre o balanço dos bancos.
Para alguns a solução pode ter uma certo sabor de uma pequena vingança. Mas, de fato, trata-se de trilhar o
caminho de volta para casa. Dessa vez, apenas para corrigir os excessos
cometidos pelas duas instituições em nome da uma política contra cíclica, descoordenada e populista.
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