O IPCA chegou por último,
pouco antes da decisão.
Primeiro foi o IGP-DI, na terça feira,
anunciando alta de 1,36% em setembro. Assustou.Depois veio o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), mostrando avanço em cinco das sete capitais pesquisadas pela FGV. Da última semana de setembro, para a primeira semana de outubro, a alta foi de 0,38%. O susto aumentou.
Por
fim, em meio à reunião de quarta-feira, o IPCA de setembro apareceu semeando o
pânico. Não havia mais o que discutir. Era uma alta de 0,35%, em relação ao mês
anterior, acumulando, nos últimos 12 meses, nada menos de 5,86%.
Com
esse trio, do barulho, não deu outra: mais 0,5 p. p. na Selic, agora em 9,5% ao
ano.
O entendimento agora é geral, inclusive dos membros
do Comitê de Politica Monetária. A a política fiscal definitivamente
não virá em apoio à luta contra a alta dos preços. Em outras palavras, o
governo está comprometido muito mais com suas questões políticas que
econômicas. O superávit primário já não consta das preocupações atuais da
política econômica do governo.
Perdeu-se aí um dos pés dos fundamentos da
economia do país, enquanto a política cambial, profundamente incerta, contribuirá
para o aumento da inflação. A política salarial, por seu lado, jaz refém das movimentações
das ruas que pressiona pela ampliação dos ganhos reais. Sobram, portanto, apenas os aumentos da taxa de
juros e algum contingenciamento ao crédito.
O resultado final será a alta generalizada dos
preços até o final do ano. Não se trata de um problema conjuntural ou meramente
pontual. O grau de difusão da inflação tende se ampliar até dezembro, com O
IPCA situado em torno de 6,0% nesse ano. A Selic, em tais circunstâncias, deve voltar aos
dois dígitos ainda na próxima reunião. O cenário para a retomada do crescimento nacional é desalentador.
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