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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Política econômica estragou a festa.

Capitalismo de mercado destruído
Bolsas não são tão enigmáticas quanto um leigo possa pensar. Por exemplo, nesse ano os melhores resultados foram apresentados pelas Bolsas da na Ásia e nos EUA. O Ibovespa foi uma tragédia só menor em relação à Grécia e à Rússia. Não há maiores explicações. De fato, a recuperação americana explica o desempenho de seu mercado e a Ásia continua marcada pelas esperanças provocadas pelos planos econômicos do Japão e da China.

Veja agora o texto de Rodrigo Tolotti Umpieres:

“Marcado pelas expectativas de recuperação das economias nos EUA e na Europa e pelos mercados agitados nos países emergentes, 2014 chega ao fim com as principais bolsas mundiais sem grandes oscilações nos países desenvolvidos, principalmente na zona do euro. A exceção ficou com a Grécia, que ganhou destaque recentemente com suas eleições e tem visto sua Bolsa despencar. Um dos países que mais sofreu com a crise de 2008, a Grécia passou o ano lutando para conseguir acelerar sua recuperação, mas no último mês, com as dificuldades que o atual governo está tendo em relação às eleições - que foram adiantadas em 3 meses -, levaram os mercados a temerem uma vitória da oposição, o que poderia gerar dificuldades para o programa de resgate do país. Diante disso, pressionado por este final de ano, o índice grego registrou queda de 29,49% em 2014. Na Ásia foram registrados os maiores ganhos de 2014, com o índice Shanghai registrando forte alta de 49,72% no ano, seguido pelo Nikkei, que avançou 8,83%. Já o Ásia Dow ficou estável, com leve queda de 0,43%, enquanto o índice indiano registrou ganhos de 29,41% nesses 12 meses. Segunda maior economia do mundo, a China vem passando por mudanças econômicas, mas mesmo assim, segue como uma potência, com forte crescimento anual. O destaque negativo fica com a Rússia, um dos mercados mais turbulentos do ano. Diante da tensão envolvendo a Ucrânia e as diversas sanções que o país sofreu das grandes potencias europeias e dos EUA por causa do conflito. Além disso, a derrocada do preço das commodities, em especial o petróleo, acaba prejudicando bastante a economia do país. Com isso, o índice RTSI fecha com ano com desvalorização de 44,91%. Já na América Latina, destaque para a Argentina, onde mesmo diante da dificuldade financeira do país e um ano conturbado em relação ao pagamento da dívida do governo, o índice Merval fecha 2014 com ganhos de 56,61%. Diferente do Ibovespa, que com toda a agitação da eleição e o rali causado por ela, encerra o ano com perdas de 1,77%. Enquanto isso, nos EUA o ano foi de empolgação, com os principais índices acionários registrando quebras consecutivas de recordes históricos. 2014 mostrou recuperação da economia local, mesmo que de forma moderada, levando o Federal Reserve a encerrar o programa de estímulos à economia, o Quantitative Easing 3, e já começar a falar em elevação dos juros para 2015.

Confira abaixo o desempenho das principais bolsas mundiais em 2014:”



Índice
País
Desempenho no ano
Merval
Argentina
+56,61%
Shanghai Composite
China
+49,72%
S&P BSE
Índia
+29,41%
BIST 100
Turquia
+23,70%
Nasdaq
EUA
+15,08%
S&P 500
EUA
+13,15%
Nikkei
Japão
+8,83%
Dow Jones
EUA
+8,81%
FTSE Straits
Singapura
+6,32%
DAX
Alemanha
+3,93%
IPC
México
+1,08%
CAC 40
França
+0,51%
Asia Dow
Ásia
-0,43%
FTSE 100
Reino Unido
-1,70%
Ibovespa
Brasil
-1,77%
Athex
Grécia
-29,49%
RTSI
Rússia
-44,91%
Dados entre o fechamento de 31 de dezembro de 2013 e o pregão de 29 de dezembro de 2014

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Maestria

Não se trata de definir metas,
mas de alcançá-las
O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015 foi aprovado. Espera-se que o orçamento de 2015 seja aprovado pelo Senado ainda esse ano. Ainda que haja algum atraso, as principais metas orçamentárias já estão definidas:
- superávit primário em 2015 + R$66,3 bilhões, ou seja, 1,2% do PIB
- dívida líquida de 37,4% do PIB, para os próximos dois anos.
A meta para o superávit primário parece baixa, aquém das expectativas do investidor externo e, nesse sentido, pareceu muita fumaça para pouco fogo. A dívida líquida agrada. Com o tempo precisar ser reduzida para no mínimo 35%. O problema do crescimento permanece superestimado para 2015 e 2016: PIB evoluiria de 0,8% em 2015, para 2,0% em 2016 e 2,3% para 2017. Mas vamos observar o comportamento das variáveis econômicas durante os próximos meses, antes de desacreditar. Seria necessário um planejamento muito cuidadoso e muita maestria na condução das políticas econômicas para que tudo isso acontecesse.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Faltava essa

Se os Estados Unidos subir sua taxa de juros...

Ao iniciar suas reuniões o FOMC sempre atualiza suas projeções sobre o desempenho da economia norte-americana, lançando mão das estimativas do Banco Central do país. Os números devem apontar, mais uma vez, para a consistência do crescimento econômico. Se isso acontecer, o FOMC deve mostrar que a alta dos juros já seria eminente. No quadro mundial, faltava só mais isso. Considerando que já estamos em meio à crise Russa, podemos esperar por novos contágios, além dos já provocados nas cotações do dólar e de outras commodities. O preço do petróleo desceu do patamar de US$ 100,00/barril para menos de US$ 60,00/ barril. Isso quebra a Rússia, que já vinha penalizada pelos embargos decorrentes de sua atuação imprudente na Ucrânia De igual maneira, lançara à lona a pré-falimentar Venezuela. De fato vai sobrar também para o Equador, Angola e de maneira menos cruel para o Brasil, com a sua Petrobras levada, recentemente, ao desmanche. O dólar por essas razões já alcançou cotações recordes, graças às fugas de capitais dos países emergentes.  Os preços das commodities em queda trarão consequências à balança comercial brasileira e a desaceleração chinesa mostra que as reações de preços das mercadorias brasileiras exportadas não devem prosperar em 2015. É nesse contexto, que um anúncio a ser feito por Janet Yellen, ao final da reunião do FOMC pode colocar mais “caco de vidro na feijoada” da nova equipe econômica.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Mais lenha na fogueira

O proxy do PIB confirma a estagnação
O IBC-Br do Banco Central apontou, em outubro, queda de 0,3% em relação a setembro. O resultado apenas confirma o crescimento anêmico para o último trimestre do ano. Inadimplência elevada, o alto endividamento das famílias e das empresas, o baixo consumo, as altas taxas de juros, as restrições na política creditícia e a baixa confiança do empresariado impedem a recuperação no curto prazo. Para 2015, as expectativas ainda não são diferentes.

Brincando com o dinheiro do trabalhador

É de estarrecer
Meu amigo Décio Pecequilo manda-me a seguinte notícia, citando como fonte a Folha de São Paulo de 12/12/2104, página D5, do Caderno MERCADO: mesmo em queda de mais de 20% nas ações da Petrobras, nos últimos 15 dias, o trabalhador que investiu, em agosto de 2000, parte dos recursos de seu FGTS em fundos que aplicam em papéis da companhia, ainda leva vantagem.
Segundo cálculo, o ganho dos fundos que investem em ações ordinárias (ON) da estatal (ações com direito a voto) de 17 de agosto até 11 de dezembro de 2014, foi de 134,24%. Nesse mesmo período, o FGTS rendeu 93,61%. Um verdadeiro abuso do FGTS contra a classe trabalhadora, perpetuado por sucessivos governos do país, e agora, nos últimos governos, ao destruir a estatal e o capital investido por quem acreditou na Petrobras. É de estarrecer!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Essa rotina ficou monótona

Depois de plantados os grãos, a previsão
é de baixa de preços
Foi sempre assim. Antes do plantio no hemisfério sul, começam aparecer as revisões dos relatórios do USDA. Nesses relatórios pós-plantio, as previsões são sempre de safras recordes, no mundo. Particularmente, nesse mês de dezembro, as estimativas foram revistas para cima, para todos os principais grãos. As notícias falam são sobre expectativas de safras maravilhosas e de estoques elevados de grãos. Os preços, naturalmente, começam a cair e os industriais e comerciantes fazem a festa, provisionando-se a custos muito baixos. Essa situação deixa sempre uma questão a ser resolvida: os preços dos alimentos industrializados vão cair também? Ou a diferença entre os preços mais baixos das commodities e os preços anteriores, mais altos, vão ser embolsados por industriais e especuladores? Esses ganhos adicionais não vão ser repassados ao consumidor? Quando iniciar o novo período de plantio no hemisfério sul, as previsões vão falar novamente em escassez. Os agricultores vão ver os preços dos produtos que venderam barato, subirem. Animados com a perspectivas de ganhos, voltam a plantar. Se esquecem que o Departamento de Agricultura dos EUA, o famoso USDA, em breve publicará as edições de novos “Relatórios de Estimativas Mundiais de Oferta e Demanda Agrícola”, dando conta de uma super oferta e transformando os ganhos esperados em mais um momento de frustração dos agricultores. Trata-se de expediente que promove a transferência da renda do campo pobre para a cidade rica. Ampliam-se as desigualdades, em todo o mundo. Salvo os momentos onde os Atos de Deus são impossíveis de serem escondidos, o USDA patrocina e garante os lucros das tradings e das grandes empresas internacionais do setor, com a colaboração eficiente do universo especulativo das bolsas de mercadoria.  Essas descasam os preços do presente daqueles previstos para o futuro baseadas em expectativas manipuladas. Esses mecanismos desinformam e confundem o agricultor. Uma rotina que ficou monótona, e que serve aos poucos que se beneficiam das assimetrias informacionais.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

2015, o ano dos ajustes

Ajuste fiscal e taxa de câmbio são aguardados
Nas projeções feitas por experts, para o ano de 2015, as preocupações iniciais referem-se ao ritmo de crescimento da economia mundial. A China luta para manter seu crescimento acima dos 7%. Quer evitar a todo custo o recrudescimento das tensões sociais internas que certamente surgiriam com o agravamento do desemprego local. A Europa ensaia avanços na flexibilização de sua política monetária, mas encontra resistências dentro das próprias instituições europeias, que atrasam sua versão mais completa do quantative easing. No Japão, a deflação parece ter voltado, mesmo após todas as medidas do plano Abe. Essas expectativas trazem os preços das commoditites para baixo, comprometendo o saldo comercial brasileiro. Já se fala abertamente da necessidade de compensar a balança comercial com medidas de estímulo aos serviços e ao fluxo de capitais. Não se tem esperanças na recuperação da indústria nacional no curto ou médio prazo. A produtividade industrial está comprometida por fatores endógenos ao setor e por problemas exógenos (custo Brasil), que comprometem a produtividade setorial. Crescendo, de fato, só se acredita nos Estados Unidos. Não se trata de crescimento alto, mas sem dúvida, já se pode admitir até o aumento dos juros norte-americanos para o primeiro trimestre de 2015. Os baixos preços do petróleo provocarão efeitos dolorosos, por aqui. Principalmente na Petrobras. A valorização do dólar foi tomada como certa. Internamente, a Ata do Copom que deve sair na quinta feira, pode ser determinante nas decisões dos ajustes fiscais, do câmbio e das expectativas dos agentes econômicos em geral.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Surpreendente que disso tenha se falado tão pouco

A festa do dragão
Não há outra forma de se referir a esse episódio. Foi realmente a festa do dragão. De uma só vez, e no melhor American Way of Life, o Banco do Povo da China injetou 400 bilhões de yuans em quatro outros grandes bancos estatais, incluindo ICBC, ABC, BOC e CCB, no mês de setembro. Estamos em dezembro e niguém parece ter sido avisado desse verdadeiro quantitative easing. E isso não ficou por aí. Outros 100 bilhões de yuan foram destinados ao CDB, Bocom e PSBC. Esta surpreendente liquidez destinou-se ao atendimento das necessidades de caixa das empresas públicas e algumas grandes empresas com operação no país. Quando tudo parecia já equilibrado, mais 269,5 bilhões de yuans foram alocados para os pequenos e médios bancos, no mês outubro, com a finalidade de beneficiar micro, pequenas e médias empresas, bem como a agricultura, áreas rurais e os agricultores em geral. As medidas de liquidez foram tidas como suficientes e não são esperadas reduções de taxas de juros ou outras medidas de natureza monetária. No dia 6 de novembro, o PBOC confirmou, pela primeira vez, já haver injetado 769,5 bilhões de yuans no mercado através de um mecanismo conhecido pelo nome de Empréstimo de Médio Prazo (MLF). Embora sempre muito misterioso, o governo chinês anunciou a liberação de recursos e a implementação dessas novas políticas, objetivando melhorar as expectativas e orientar o mercado. As autoridades econômicas sempre exibiram um certo temor em relação ao relaxamento da política monetária. Um clima de otimismo está semeado. Embora, no longo prazo, tudo isso possa desembocar em um agravamento da inflação interna. E espantoso ver como esses fatos foram ignorados no Brasil.

sábado, 29 de novembro de 2014

Tendências

Os maiores movimentos de mercado
O real apresentou-se em depreciação. Já se pode falar em tendência de enfraquecimento da moeda nacional para os próximos mêses, com baixa pressão sobre a inflação interna. A tendência obedece a alguns drivers mais fortes. Em primeiro lugar, a apreciação do dólar tornou-se uma tendência no mercado mundial de moedas. Em segundo lugar, as políticas monetária e fiscal projetadas pela nova equipe econômica devem ter impactos significativos sobre a demanda, combatendo a inflação, papel antes desempenhado pela política cambial. Para isso concorrem os juros elevados da economia brasileira, a redução dos gastos público e queda na oferta de crédito. Finalmente, o mercado sinaliza para uma posição confortável  em relação à redução das intervenções diárias do Banco Central no câmbio. Os produtores de petróleo reunidos decidiram manter a produção diária, acelerando o ritmo de queda do preço do óleo no mercado mundial. A Petrobras agradece, comovidamente.

Ortodoxia

Depois do errar, é preciso corrigir depressa!
De tudo que se tem comentado sobre a economia brasileira, chama atenção a queda dos investimentos. Veja a tabela abaixo: 





PARTICIPAÇÃO
ANO
FBCF / PIB1
FBCFcc / PIB
FBCFcc / FBCF

(%)
(%)
(%)
1995
18,3
8,0
43,8
1996
16,9
8,2
48,6
1997
17,4
8,6
49,7
1998
17,0
8,8
52,1
1999
15,7
8,3
52,9
2000
16,8
8,3
49,6
2001
17,0
7,9
46,5
2002
16,4
7,7
47,3
2003
15,3
6,8
44,2
2004
16,1
7,0
43,7
2005
15,9
6,7
42,3
2006
16,4
6,6
40,4
2007
17,4
6,7
38,3
2008
19,1
6,9
36,3
2009
18,1
7,6
42,3
2010*
19,5
7,9
40,6
2011*
19,3
8,0
41,4
2012*
18,2
8,0
43,8
2013*
18,4
7,7
41,8
A relação entre a taxa bruta de formação de capital fixo e PIB, está em queda, segundo as estimativas do CBIC, mostrando que a contribuição dos investimentos para o PIB nacional tem sido negativa ao longos dos últimos 4 anos. No longo prazo, o emprego pode ficar comprometido e reduzir o consumo ainda mais do que os dados publicados ontem mostraram. Com investimentos continuando a cair, a criação de vagas de trabalho já é motivo de preocupação. Some-se agora, os efeitos provocados pela alta dos juros, pelo crescimento dos preços (derivados de pressões inflacionárias) e redução da oferta de crédito. A mistura torna-se explosiva no consumo das famílias. Se os investimentos não ampliam a oferta, o consumo derruba a demanda. O resultado disso tudo é um PIB com expansão de 0,1% no trimestre, mesmo com a expansão dos gastos públicos. A esse propósito, em janeiro desse ano, o déficit público representava 3,6% do PIB, em outubro, ele passou a representar 5,0% sobre o PIB. Trata-se de uma situação onde o país, estagnado em seu PIB, com baixa poupança, vê sua dívida pública aumentar, seus investimentos e seu consumo caírem. É momento de voltar a trabalhar o tripé dos fundamentos econômicos, no melhor estilo ortodoxo. Resta saber o que fazer com o PT.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O mundo em poucos números

As economias flutuam conforme
os ventos sopram
A Espanha conseguiu reduzir seu déficit comercial graças ao crescimento de suas exportações, sinalizando para uma recuperação associada mais fortemente ao mercado externo. Na zona do euro, a publicação de alguns PMIs frustrou as expectativas de analistas e sinalizou para um período maior de recessão. O crescimento não deverá ocorrer tão logo. Já a Alemanha, depois de uma rápida temporada de indicadores com desempenho abaixo do esperado, aparece com um aumento de 15% no ZEW (indice de confiança empresarial), referente ao mês de novembro. A Zona do Euro registrou um superávit comercial de 18,5 bilhões de euros em setembro, com um excedente de sua balança comercial de 8,6 bilhões, em agosto, conforme noticiou a agência de estatísticas europeias Eurostat. As cifras revisadas mostram um aumento das exportações de 4,2% em relação a agosto, e das importações de apenas 3%. Um ano antes, a Zona do Euro havia registrado um excedente comercial de 10,8 bilhões de euros.
O conjunto da União Europeia registrou um excedente de 2,6 bilhões em setembro, contra um déficit de 8,8 bilhões em agosto. Por outro lado, Draghi cogitou sobre as compras de títulos do governo. Os Estados Unidos mostram avanço na atividade industrial e confiança crescente no setor da construção e no mercado imobiliário. A isso se agrega a preocupação do FOMC com a inflação. Na Ásia, a notícia mais triste da semana veio do Japão. Os números do PIB japonês apresentaram uma queda inesperada. A ideia de aumentar o imposto sobre consumo parece não ter sido muito feliz. A China confirmou a fase difícil da Ásia. Mostrou uma redução de seu PMI e, portanto, de uma provável redução de sua atividade econômica. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O mercado de trabalho emite seus sinais

O quadro do desemprego parece favorável.
Mas não é.
Mesmo com a taxa de desemprego em queda no mês de outubro (de 4,9% para 4,7%), segundo o IBGE, não há muito que comemorar. O resultado foi alcançado pelo aumento do crescimento do “emprego por conta própria” em prejuízo daquele criado por “carteira assinada”. Esse último apresentou-se em queda de 0,3%, face ao mês anterior. Sabe-se que o emprego por conta própria embute riscos maiores por estar mais sujeito aos efeitos das flutuações econômicas, ademais de não fazer jus a outros benefícios. Em outras palavras, eles custam bem menos a quem contrata. Os custos das relações trabalhistas estabelecidos pela assinatura das carteiras de trabalho incentivam a busca por outras formas de contratação que, no jargão dos sindicalistas, levam à precarização do trabalho. Os números desse mês, às vésperas do Natal, deixam clara a estratégia defensiva do empregador. Sem crédito para formar estoques nessa época do ano e para atender as outras demandas de capital de giro, o empregador debate-se com impostos elevados, encargos sociais desmedidos e juros altíssimos. Não lhe resta alternativa, senão contratar autônomos e pessoas jurídicas que amenizam seus custos. É hora de flexibilizar as relações de trabalho e de reduzir o custo de contratar para garantir a queda do desemprego e o ânimo empresarial de assinara as carteiras.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Ainda não há sinais de mudanças

À espera
As expectativas são grandes. O marasmo parece maior. Nova queda na produção industrial foi apontada pelo IBGE para o mês de setembro. O setor ainda mostra redução no nível de emprego nesse mês de 0,7%. É a sexta queda consecutiva. P nível de ocupação na indústria a acumula um recuo de 2,6%, considerados os últimos doze meses. A indústria permanece em processo de sucateamento. A inflação permanece acima do teto da meta. O Congresso nega-se a aceitar as maquiagens das contas públicas. Técnicos pedem ajustes mais fortes nas políticas fiscal e monetária. A área econômica permanece imobilizada, sem definições de nomes e sem mudanças em sua estrutura. As expectativas crescem junto com as frustrações. Não há sinais de mudanças. 

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Represamento problemático

Represar traz desequilíbrios.
A primeira prévia do IGP-M mostra, para novembro, inflação de 0,51%, bem acima do resultado de outubro de 0,28%. A perspectiva para a inflação tem se agravado entre os analistas. Os ajustes cambiais, depreciando o real mais rapidamente, somam-se a reajustes dos combustíveis e desenham uma inflação mais alta, com elevação do grau de dispersão pelos preços da economia. Alimentação, transportes e construção civil devem ser os maiores focos de pressão nos próximos períodos. Para alguns analistas menos otimistas o teto superior da meta vai ser estourado e já está fora de hipótese que o governo consiga combater a resiliência inflacionária. Devagar e com prudência os mais otimistas evoluem a hipótese de crescimento dos preços. Mas, nos dois casos, já se discutem sobre valores entre 6,8 e 6,9 %.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Para garantir empregos

Sem indústria o emprego fica ameaçado
Tradicionalmente os melhores salários estão no setor industrial. Infelizmente, a produção da indústria brasileira, no mês de setembro, apresentou um recuo de 0,2% em relação ao mês anterior, segundo as pesquisa industrial mensal do IBGE. No comparativo com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de -2,1%. A indústria nacional está sucateada. Refazê-la pede um plano de longo prazo, com articulação de inúmeras políticas públicas como as de tecnologia, educação e cultura. Uma tarefa para além de um estado aparelhado. É preciso desmontar mitos e pensar novos paradigmas, afastados das ideologias já mortas e não sepultadas. Caso contrário, o emprego está ameaçado e o trabalho tornará real o de fantasma da precarização. No ano de 2014, a produção industrial já acumula queda de 2,9% e, nos últimos 12 meses, a queda é de 2,2%. No terceiro trimestre deste ano, ao recuo foi de -3,7% em relação ao mesmo período de 2013. Os setores que mais contribuíram para a queda foram produtos alimentícios, com redução de 4,1%, e produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com -1,3%. Curiosamente, os setores veículos automotores, reboques e carrocerias, apresentaram-se em alta de 10,1%, e produtos farmacêuticos e farmoquímicos, com desempenho similar, evitaram que as quedas fossem ainda maiores. É preciso definir setores estratégicos e quais serão as políticas tecnológicas horizontais que possam trazer ganhos de produtividade. Políticas tão verticais quantos as adotadas até agora, mostram interesses políticos, diversos dos perseguidos pela boa formulação rumos para a economia para o país.